Artigo - Guerra dos Bôeres e o fator econômico - Manoel Messias Pereira


A Guerra dos Bôeres e o fator econômico

Neste dia 27 de abril de 2019,ás 16 horas,  na sede do Centro de Formação Professora Lucia Galli, ocorre o a formação do Coletivo Minervino de Oliveira de São José do Rio Preto-SP., que traz como tema "As Guerras dos Bôeres ou do Buors. Foram dois confrontos que armados que ocorreram na África do Sul, que opuseram os colonos de origem francesa e holandesa (os chamados bôeres) ao Exercito britânico. E a demanda era a luta pelos minérios encontrados na África do Sul, entre os quais diamantes, ouro, petróleo, titânio, mangânes, urânio entre outros.

A primeira batalha foi travada entre 1880 a 1881 e garantiu a independencia dos boer do Transvaal com relação a Inglaterra. Porém em outubro de 1899 a uma contante pressão militar e o presidente do Trasvaal Paul Gruger, dá o últimato exigindo a garantia da Independência da república a cessação da crescente presença militar britânica nas Colônias do Cabo e Natal.

Uma atitude inaceitavel pelos britânicos que dá inicio a 2a. Guerra dos Boeres de 1899 e 1902, levando assim a criação da União Sul Africana através da anexação da república dos boeres, do Transvaal, do Estado Livre de Orange às colônias britânicas do Cabo e Natal. Essa foi chamada guerra de Libertação.

Podemos crer que o cerne está na expansão da influência britânica, pelo continente sul africano. Além deste grupos étnicos dos nativo vimos entrar  nesta região colonos holandeses, alemães, franceses, e ingleses.

Os holandeses passaram a a submeter à autoridade britânica e migram mais e mais para dentro do continente. Esses migrantes receberam o nome de afrikanders ou voortretars (migrantes andarilhos) Tens ainda uma tarefa que é desalojar a população nativa, locais e fundam várias repúblicas independentes em 1877 com a anexação da República da África do Sul.

E dentro destes contexto observamos um conflito entre os negros de etnia zulu e a Inglaterra e a fácil vitória dos britânicos. Com isto temos a ampliação do crescimento ingleses na região. E os protesto dos boeres.

Em dezembro de 1880 estoura a guerra com a a Declaração formal do Transvaal. Os bôeres são vítimas e reconhecendo um Estado de independência em março de 1881. E em seguida é ivulgada a maior jazida de ouro do mundo próximo a Pretória. E a Inglaterra no confronto com boers para a busca desta riqueza.

O que aprendemos com Lênin, no seu Estudo sobre Imperialismo como etapa superior do capitalismo, é que os países capitalistas conseguiram dominar praticamente o mundo todo. E para melhor compreender esse período é necessário compreender as transformações que vão operar-se no sistema capitalista inclusive suas crises periódicas uma das quais na década de 1870 que abala profundamente os países desenvolvidos.

É quando surge a tendência monopolista do capitalismo. Sendo que vai caracterizar a nova dinâmica é a concentração de capitais, na quais as pequenas e médias empresas cedem lugar para as grandes, tanto nos níveis das industrias assim como dos bancos. E a associação entre empresas industrias com os bancos o que chamamos de capitalismo financeiro.

Essa é uma época em que surge as chamadas integraçãos verticais, quando um grupo de empresa domina todo o processo produtivo em todas as fases, da produção a  da matéria -prima até a comercialização; e a fase horizontal  quando se domina apenas um fator da produção, mas temos o aparecimento dos chamados trustes que é quando um empresa absorve  outras e suas concorrentes, é quando surge os cartéis que é quando há empresas do mesmo ramo visando estabelecer controle de mercadoria ou cotas de produção. ou holdings quando uma empresa tem o capital em que controla diversas outras apesar de manter a autonomia de cada uma delas.

E no momento que essas empresas se consolidam temos um excedente de capitais propiciados pelas altas taxas  de lucros auferidos por elas. E é um momento de crise considerada por economistas e historiadores como a primeira grande depressão vivida pelo mundo capitalista. Eassim temos excedente de capitais e a crise que impossibilita reivestimento na própria produção. Torna-se necessário exportar capitais, isto é encontrar áreas extra-europeia onde pudesse investir os capiais excedentes. Além disto a uma retração nos mercado da Europa, que impulsiona as empresa a buscar um mercado consumidor fora da Europa. E essas são modificações de ordem económica o que entendemos com a tal fase imperialista político- económica.

Outro fator previsto pelos países europeus é a necessidade de, a) controlar as regiões produtoras de matérias-primas essencialmente para a indústria de capitais, b) necessidade de dirigir excedentes populacionais, normalmente de origem rural, para outras áreas não europeias, c)a conquista de pontos estratégicos para a defesa de colónias e protetorados da própria metrópole (neo-colonialismo), d) a necessidade de dominar áreas sem maior importância numa disputa regional europeia num território não europeu. A ideia de utilizar o caráter do racismo, para justificar o que o europeu diziam estar levando os benefícios da civilização superior para os povos atrasados, Com os chamados ideias morais, religiosos e humanitários.

E foi neste ritmos que vimos divisões como áreas de domínio econômico, ou seja com o domínio da economia, área de protetorado com o domínio politico Ou seja com muito testa de ferro da Europa mas com rosto e fenótipo negro na África,  área de colonização, com domínio militar, económica e politico  propriamente dito e áreas de influencia, onde há normas jurídicas e judiciária para os nativos locais mas a população branca europeia  não ficam sujeitas aquelas leis e sim do seu país de origem.


A África ou melhor o mapa do continente africano transformou numa colcha de retalho nas mãos dos europeus, que retalhou todo o continente criando continentes ao seu bel prazer. Assim vemos que a Inglaterra esboçou o projeto de ir do Cairo ao Cabo, projeto bloqueado quando a Alemanha dominou Ruanda-Burundi e Tangânica(Africa Ocidental)

Sabemos também que na África Mediterrânea ou do Norte, ficaram por conta das rivalidades francesas e britânicas sobre o Egito. Assim como na África subsariana as disputas foram mais acirradas em virtude da presença e interesses de outras potências.

Agora na África do Sul em que estamos focalizando temos a maior presença dos ingleses, e portugueses. Os Ingleses na região do cabo e de Natal, porém entram em choque com os boeres (franceses e holandeses), na tentativa de não permitir que a Inglaterra pudesse explorar os minerios na região como diamante, ouro. Porem a guerra de 1899 a 1902 determina uma vitória inglesa e a formação da União Sul Africana.

E vamos encontrar consequências deste ato num futuro do povo africano, por exemplo vemos no livro de Albdelwahab M Elmesseri, e de Richard Stevens "Israel -Africa do Sul a Marcha de um relacionamento na página 20 consta que uma instalação colonial rompe com o antagonismo imediato com a população indígena e aumenta mais a pressão por terra sobre os nativos e cita-se a luta na África do Sul, além de outras. E fala do expansionismo a expensas dos nativos que começa no século XIX entre os conflitos britânicos e os interesses da comunidade afrincanderes, que vi conduzir o expansionismo , como as expensas dos nativo, primeiros os bosquimanos, depois os hotentones, depois os bantos, vão empurrando os negros para certas terras que eram reservadas para eles. E em 1913 punham se para os nativos parte de terras ou seja reservados para todos os negros 7%. E depois subsequente é aumentado para 13%. em 1936 na África do Sul. E tudo isto foi a partir de 1890 sendo que os brancos eram apenas 20% da população. Na página 22 eles afirmar um desejo não declarados de que de segregação  de forma geográfica e social dos negros. 

Depois há uma justificação bíblica  o que facilitam a imigração dos europeus brancos, com leis de cidadania contra os nativos. E a Igreja reformada Holandesa baseia -se em algumas passagens do velho testamento e falam numa desigualdade das raças ordenadas por Deus. em que os negros descendentes de Cã devem servir  aos brancos descendentes de Jafés. E assim são contrários a abolir a escravidão negra pois vai contra os preceitos bíblico.

No livro Apartheid  O Poder e Falsificação Histórica de Marianne Cornevin encontramos  já a ideia do Apartheid como um processo que vem desde o século XIX, com as eleições de 1949, surge o Partido Nacional , na África do Sul pensada pelo pastor Malan, que estudou teologia  em Stellenbosh em Utrecht, e foi nomeado pastor em 1905, sendo que em 1915 foi editor do Jornal do Partido nacional de Hertzog,  na qual viam esse regime para assegurar e salvaguardar a nação branca sul africana e manter uma paz num país multinacional. e a propaganda dizia se não se praticar o apartheid  se daria o suicídio da raça branca. E foi em 1934 que ele fundou o o Herenigde Nasionale Party ou Volksparty(Partido Nacional Purificado ou Partido do Povo) E vão ganhar as eleições de 1948. E há uma relação com o pensar de Hitler.

Creio que outros momentos poderemos trazer esses assuntos pormenorizados dando um outro tema para discussão e debate por ora, ficamos por aqui.


Manoel Messias Pereira
professor , poeta e cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP/ Uberaba-MG. 








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