Língua pra mágoa
Não há prêmios
quando a linguagem humana
é organizada pra magoar,
não há questões filosóficas
quando sentimentos negligenciam a ternura
e não sabe respeitar
o próximo como a ti mesmo.
Não vejo nenhuma humanidade
na monstruosidade
de quem tenta até retirar tua pele preta
revestida de dignidade
de quem é o ser da diáspora africana,
e só saiu de lá, a força, pra trabalhar,
condignamente, respeitosamente
e assim como negros, sempre brilhando
Sejas Pelé, Abdias do Nascimento ou Malcom X,
Ou os negros que resitiram por lá
como Steve Bikos, Samora Machell ou Nelson Mandela,
Pessoas tão grandes
que souberam expressar em suas faces
seriedade, doçura e humildade.
Mas é triste quando vejo olhares
como mares abertos, ou abertos mares,
de lágrimas pelos rostos a rolares.
Diante da tristeza argumentativa
de tantos canalhas racistas
que usam a língua mais pra machucar,
Me fazendo eu também chorar.
Não há prêmios
quando a linguagem humana
é organizada só pra magoar.
Manoel Messias Pereira
poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto -SP
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