poesia - A empregada doméstica - Manoel Messias Pereira







 A empregada doméstica



Além da existência
há a convivência
de todos e todas
de olhos na associação dos indivíduos
de gravatas, terno cinzas e cabelos
engomados, grisados,
ridículos, a espera de um golpe
o a espreita da morte
como referências públicas
muitos desejam uma bolsa
pra ler textos de qualidades
outros rejeitam a ciência
e que  quer só autoajuda
de fato a vida não pode ser
somente o quarto dos fundos
de um mulher negra
que foi excluída
do mercado e do consumo
mais precisa viver e trabalhar
na solidão da existência
e na tortura de viver.
Hoje pra ela, tem carteira
assinada, e os direitos de
respirar, o salário
mínimo. No máximo.


Manoel Messias Pereira

poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil




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