Artigo - O trabalhador um gerador de riqueza - Manoel Messias Pereira




O trabalhador um gerador de riqueza


Temos que pensar no trabalho como o gerador da riqueza. E o movimento sindical de trabalhadores estava confinado, principalmente alguns trabalhadores qualificados de alguns países da Europa e dos Estados Unidos. Mas para a universalização da ação sindical, houve a necessidade de ação internacional pra lograr o progresso social e melhorar as condições sociais dos trabalhadores de todo o mundo.

O sindicalismo começou a expandir-se na segunda metade do século XIX, e várias foram as tentativas de constituir a organização internacional de trabalhadores, que acabou sendo fundada em Londres em 1864, graças ao crescente espírito de solidariedade internacional da classe operária, e com a finalidade de propugnar entre outras coisas da liberdade de constituir sindicatos e de nele filiar-se, e buscar lutas como pela redução da jornada de trabalho, pela abolição do trabalho infantil, pela liberdade de migração que são coisas ou objetos de lutas das convenções internacionais do trabalho.

O pensamento sindical está alicerçado em três grandes critério, que é o humanitário, o econômico e o político. E o sindicalismo vive o crescente impacto da dimensão dos problemas sociais, enfrentados pelo processo de revolução industrial, pelo neo- colonialismo e o imperialismo econômico.

A primeira pessoa a defender a proteção ao trabalhador, foi Jacques Necker (1732-1808), banqueiro suíço e Ministro da Fazenda antes e depois da Revolução Francesa. Foi dele a ideia de criar a OIT - Organização Internacional do Trabalho. No início do Século, o industrial e socialista britânico, Robert Owen, chamado como "socialista utópico" reduziu a jornada de trabalho, melhorou as condições de vida de seus trabalhadores e lhe proporcionou as condições de lazer e educação para os filhos dos trabalhadores. E pelo reconhecimento de suas ideias tivemos exposições de seus pensamentos no Congresso de Aix-la Chapelle, em 1818, da qual a participaram representantes da Áustria, França, Prússia, Reino Unidos e Rússia. mas houve pouco interesses naquela oportunidade. Mas foi em 1819 que o Parlamento britânico aprovou um projeto que limitava a duração do trabalho nas fábricas. Embora não podemos esquecer das pressões exercidas pelos trabalhadores, principalmente dos ludítas quebradores de máquinas em 1811, 1812, 1813. O primeiro e persistente defensor da ideia de uma legislação internacional do trabalho e precursor da missão da OIT foi Daniel Le Grand (1783 -1859) que dirigiu-se várias vezes a estadistas e funcionários britânicos franceses e suíços, com vista a um acordo internacional sobre a legislação do trabalho e argumentava que a prosperidade de um país está intimamente ligada ao bem estar físico e à moral de seus trabalhadores, e propunham leis que cobriam as horas de trabalho, dia de descansos, trabalho noturno, ocupações insalubres e perigosas ao trabalho infantil. mas todas essas ideias foram encontrando outros defensores.

Em 1848, tivemos a publicação do Manifesto Comunista, a organização em Paris do Comitê Central da Liga Comunista e eleito Karl Marx como presidente. Ao longo de sua vida Marx faz um debate significativo, fazendo a crítica a sociedade capitalista, que tem o trabalhador como gerador da riqueza, mas que não usufrui dela, e a impressão de que tudo isto está condignamente certo ou seja um trabalho ideológico traçado pela burguesia, que cria a sua ditadura, e que é necessário desvelar. Uma das frases contidas no Manifesto está "Trabalhadores do mundo Uni-vos" e essa frase vem de encontro a ideia de Owen, sobre a Associação Internacional de Trabalhadores, cujo a 1a. Internacional Socialista ocorreu sim em Paris e depois acabou-se em Nova York.

Pensar o trabalho hoje, é pensar na luta pela sobrevivência do trabalhador por um lado já que o salário que ele recebe é uma miséria, ou melhor está fundamentada na visão de David Ricardo que Marx, chama de "mais valia", em outras palavras na exploração do homem pelo homem. Quebrar esse viés é o grande lance até o momento. Pois implica em romper com o status quo da imobilidade política, em voga no Brasil "o neoliberalismo" implementados pelos revisionistas sociais democratas e agora pelo petismo, que mantem a lógica do capitalismo. Quando é necessário desacreditar esse Estado opressor, é necessário desacreditar as instituições de classe é preciso romper com tudo e repensar uma revolução. Que também não é tarefa fácil, pois é preciso pensar em como minar os meios de comunicação a serviço do poder político e econômico, em como mudar o paradigma do pensar filosófico central, em como estrangular o sistema nervoso do poder. E isto não é tarefa de uma categoria, mas de partido políticos, combinando valores trabalhistas, políticos, econômicos e as necessidades dos homens que instrumentalizam a riquezas de muitos, e que provavelmente não tem a ideia do repartir o pão como bandeira do seu dia a dia. Ou melhor crê que isto é apenas um bom papo vendido pelas igrejas nas missas de domingo. Mas é preciso a práxis.

Manoel Messias Pereira
professor de história
cronista brasileiro
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB



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