Artigo - Estamos a vinte e dois anos sem o camarada Dr. Nelson Werneck Sodré - Manoel Messias Pereira

 Vinte anos sem o camarada Nelson Werneck Sodré








Estamos a vinte e dois anos sem o camarada Dr. Nelson Weneck Sodré







Exatamente há vinte e dois anos pois no dia 13 de janeiro de 1999, falecia em Itu-SP, o professor, escritor, ex-militar e comunista general  Nelson Werneck Sodré . E nós os professores, os funcionários de escolas, diretores, secretários, auxiliares pedagógicos reuniam-se no Centro de Convenções de Goiânia , no Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores, quando elaboramos e aprovamos uma moção de pesar pelo passamento do referido colega.

O professor Werneck era natural do Rio de Janeiro, e nasceu em 27 de abril de 1911, e na sua cidade natal foi onde cursou a Escola Militar do realengo de 1931 a 1933. e no ano seguinte foi destacado para o 4.Regimento de Artilharia Montada em Itu-SP. Período em que já escrevia para o Correio Paulistano. Com o advento do Estado Novo de Getúlio Vargas  em 10 de novembro de 1937, tornou-se ajudante-d- ordens do General pessoa, designado comandante  do 9.Regimento Militar em Mato Grosso em março de 1938. Época pela qual o Exército brasileiro foi chamado a intervir em conflitos de terra entre grandes proprietários e agricultores pobres, naquele Estado brasileiro. E o professor Werneck Sodre iniciou a sua rotação à esquerda, na direção do marxismo.
Foi em 1938 que ele publicou o seu primeiro livro "história de Literatura Brasileira", fazia uma análise das questões literárias a partir das relações de propriedade e dos conflitos sociais. No princípio de 1940, passou a ter como  amigos pessoas de Graciliano Ramos, Jorge Amado, além de vários outros expoentes, ingressando no Partido Comunista Brasileiro. 

Em 1944 iniciou o curso da Escola de Comando e Estado Maior, concluindo em 1946. No ano seguinte começou a lecionar na Escola militar onde permaneceu até 1950 como chefe do Curso de História Militar.

Em 1950 as eleições para o clube militar foram ganhas pela chapa nacionalista lideradoas por Newton Estililac e Julio Caetano Horta Barbosa, participantes entusiasmado da campanha "O Petróleo é nosso".E Werneck foi convidado a dirigir o Departamento cultural do clube. Porém na sua vida por ser comunista e devido as suas posições politica foi transferido para a Escola de Comando e Estado Maior para o 5.Regimento de Artilharia, em Cruz Alta-RS local em que ficou por cinco anos.

Em 1956 de volta ao Rio de Janeiro, colaborou com vespertino "Ultima Hora" onde escevia seção literária e os editoriais. Passou a integrar a Comissão Diretora da Biblioteca do Exército e a colaborar com o jornal nacionalista O Semanário. E 1955 tornou-se professor do Institutode Estudos Brasileiros (ISEB) entidade pela qual os militares mais conservadores reprovavam.

Com a renúncia de Janio Quadro em 25 de agosto de 1961, Werneck apoia João Goulart, que fora vetado pelos ministros militares. Por isto foi interrogado e precisou ir pra Belém do Pará contra a sua vontade, e posto à reserva, com a patente de General.

Desde então entregou-se totalmente à atividade intelectual de escritor e ao exercício do magistério no ISER, onde passoua chefiar o departamento de história. E após a deposição de João Goulart em 01/04/1964 pelos militares teve os seus direitos políticos cassados por dez anos. Refugiando-se numa fazenda de parentes em Fernandópolis-SP. local em que acabou sendo preso, ficando detido por 57 dias.

O regime civil e militar instalado em 1964, lhe tirou o direito  de ensinar e assim passou a dedicar a produção de seus livros. Assim lançou um total de cinquenta e oi livros, sendo que o último foi em 1995, intitulado "A farsa do neoliberalismo"

A questão social, a partir da problemática do campo levou com certeza Nelson Werneck olhar e marchar para o marxismo. E encontramos no livro  que ele escreveu intitulado "A Coluna Prestes" ele disse num paragrafo sobre a expressão máxima do poder do latifúndio está na capacidade de recrutar e manter forças armadas além das policias estaduais e algumas organizações efetivo e eficiência de um Exército. Ele fala da relação dialética entre o latifúndio, com o poder dos chefes locais, e a ficção legal com seus dispositivos democráticos está espelhada no que se refere ao processo eleitoral. E o termômetro regional está na manifestaçao popular pelo voto.

Hoje já estamos vinte anos e dois anos sem  o camarada Nelson Werneck Sodré, que foi casado com a senhora Yolanda Frugoli e tiveram apenas uma filha. Vinte anos de saudades em que saudamos três vezes com a palavra presente!, presente!, presente!.



Manoel Messias Pereira

professor de história, cronista e poeta
Membro do Coletivo Minervino de Olivira
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB



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