Crônica - A fé cega e a arma afiada - Manoel Messias Pereira

 



A Fé Cega e a arma afiada

Não faço segredo com ninguém que entre o que é profano e o que é sagrado. Deixou o sagrado com vocês que adora o pecado, depois pedem perdão. E fico com o profano satisfatoriamente. Sem culpa nenhuma.
E o que é interessante que todos os sagrados é algo impossível  de manter uma independência mental. E nem sempre guardam conveniências, respeitos. E usam e abusam do conceito  do preconceito. E nisto há hábitos adquiridos ao longo de séculos. E instrumentam o mundo de violências de intolerância.
Penso que religião é como dizia não é só crer com a fé cega, mas entender que também é preciso discordar. embora é sabido se discordamos de tudo, nem por isso discordamos de todos, posto que se um lado há fé cega por outro lado há uma negação sistemática.
Num grupo amorfo, fanáticos e ateus, há de haver um meio termo, um livre exame, um espaço onde haja ar. Ar no sentido de pedir licenças aos sacerdotes, que desejam apenas doutrinar todo mundo, num exercício como se fossem soldados de um exército. Víx eu vejo como loucura. Um campo neutro onde possamos se compreender. E o sagrado e o pecado, valha pela crença. Do contrário busca a descrença.
Todos os mitos foram frutos de inspirações dos antigos povos, que criaram surto de civilizações. Sugeriram criações poéticas, formaram bases de literaturas, condensaram princípios superiores e isto estão por todas as religiões , por todos os mistérios.
O que entendemos é que todos esses mitos nascem do que é desconhecidos, no momento que adquirimos conhecimentos entendemos fenômenos da naturezas e de todas as provocações humanas vamos rindo de nós mesmos. Acertando as coisas.
E o que era castigo, é obra prima dos seres humanos, e há outro dia um pastor, que tem uma emissora de TV dizer em bons tons que já tinha feito mais milagre de Cristo. E com um detalhe Cristo apresentou-se miserável e ele uma das maiores fortunas do mundo. Ouvi isto. É coisa a de religioso. Credo. Sem contar, que não acredito neste tipo de fanfarrão, milagreiro.
A fé é cega na maioria das pessoas, e no quadro de José António da Silva percebi isto e sorri, lá o Cristo redentor olha desconfiado, para a multidão abaixo de sua imagem, quando caia um água da rachadura da imagem. Provavelmente da água da chuva. No desenho o pintor ingênuo fez todo mundo de olhos vedados, e de olhos abertos estava um burro, o repórter e um vendedor ambulante.
É a obra de arte que mostra que diante da fé o povo queria encontrar o milagre. E o que cura é a fé mesmo cega. Já quem estava de olho aberto era o repórter que recebia do jornal e da rádio para passar a informação e atrair um público maior em torno da imagem, o burro que é um animal sem a humanidade e penso que é um ser que não tem essa definição de sagrado ou coisa assim. E quem estava esperto na jogada de tudo era o vendedor que aproveitava a multidão para vender o seu produto.
É assim  tem tempo uma hora que as pessoas procura viver da fé, ou crer com fé, passa a usar de raciocínio, depois essas pessoas tem a necessidade  de perquerir a razão das coisas. A filosofia, alia-se a ciência em ambas ficam a serviço da razão.
E pensando assim não basta encontrar um Deus, em cada coisa criada. Tudo esta animado de um espírito, ou seja homem, seres, coisas e é singular os ecléticos os panteístas que presumem ser a flor entre os filósofos.
Nos cultos afros, Ifá representa o amor, mas não somente a simpatia que aproxima um ser do outro. A sua ação exercita sobre toda a natureza, e a procriação que fecunda e multiplica viva e animada, inexplicada, que aprofunda e multiplica, líquidos, gazes, minérios, fluídos, vegetais e animais.
Nada pode furtar-se a esse poder animador único que impede que a criação retorne de novo a escuridão e aos caos. E isto a religião nos ensinam. E inclusive dizem que na escuridão havia o espirito sem consciências inclusive de sua própria existência. Mas isto é um mito e o processo sagrado é fruto da mitologia.
Embora como digo entre o profano e o sagrado. Estou sem consciência da existência do sagrado, e tranquilamente, observando os crimes religiosos, inclusive por armas de fogo, antes eram incêndios, incineração de seres humanos, homens que se explode como se fosse bombas.  Coitados são religiosos. Credo.

Manoel Messias Pereira

cronista

São José do Rio Preto-SP.- Brasil.



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