Artigo - O Sudão conquista Imunidade Soberana nos Estados Unidos - Manoel Messias Pereira

 


O Sudão conquista Imunidade Soberana nos Estados Unidos

O dia 23 de dezembro de 1972 marca exatamente o momento em que o mundo passou a ter a torre Norte do Word Trade Center em Manhattan em Nova York com 417 metros, sendo esse o edifício mais alto do mundo. Um sinal arquitetônico desenhado para estabelecer um marco, de uma potência na capital do mundo, na cidade em que situa-se a Organização das Nações Unidas.

Porém o dia 23 de dezembro de 2020, o mundo passou a ter a informação de que a República do Sudão, perante os tribunais estadunidense recuperava a sua imunidade soberana. Este país que até 2011 era considerado o maior país da África e do mundo árabe. E como é sabido após um refrendo houve a divisão entre Republica do Sudão e o Sudão do Sul.

Primeiro ministro Abdelah Hamdak


E este fato segundo o atual primeiro ministro sudanês Abdelah Hamdak, se dá com a entrada em vigor da legislação aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos da América. E nesta oportunidade o Sudão passa a ter a sua soberania assegurada tendo a sua imunidade plena.

Porém nós que vivemos no movimento negro, ou que somos professores de história, no meu caso hoje já aposentado, porém com uma carga horária de de aproximadamente 420 horas em bancos universitários, sobre aricanidade e África e afrodescendentes precisamos expor as nossas opiniões para que mais pessoas possam  entender todo o processo, que alinhava essas duas datas importantes.

A primeira data é que as torres do Word Trade Center em Manhattan, já não existe mais pois em 11 de setembro de 2001, uma tragédia ocorreu quando e dois aviões com certeza teleguiados, sem tripulação à bordo tocou as duas torres gemêas do World Trade Center e provavelmente acionando uma bomba no subsolo daquele edifício permite aquela queda, pois o que vimos na televisão foi os aviões tocando acima explodindo e o prédio caindo por inteiro como se  fosse numa implosão. 

Este fato deu ao presidente Georg W. Bush, o álibi que precisava para dar início a uma escalada militar contra os países que por alguma  razão resultavam incomodos para o stablishment americano.

É preciso não esquecer que em Durban na África do Sul ,   tivemos a III Conferência das Nações Unidas contra o Racismo a Discriminação Racial, a Xenofobia e a Intolerância Correlata, que terminou com os Estados Unidos da América e o estado de Israel abandonando o encontro, sem dar explicações sobre  os reclamos dos países árabes, e principalmente os palestinos, que desejavam aprofundar o debate e cobrar publicamente perante todo o mundo suas posições frente aos ataques de violências sofre todo seu povo e uma cobrança sobre os territórios ocupados pelos sionistas. E isto uma semana antes desta trágica implosão.

Portanto esse vexame, que estadunidenses e israelense, sofreriam com a essa indelicadeza diplomática e falta de diálogo humanitário sobre essas questões,  com o fato da queda das torres gêmeas foram definitivamente apagadas da imprensa e sepultada do imaginário popular.

Sabemos hoje dos principais pontos do acordo de Durban como por exemplo, o Documento final reconheceu que a escravidão e o tráfico de pessoas escravizadas são crimes contra a humanidade e deveriam ter sido sempre entendidos desta forma, pois representam atitudes de racismo e discriminação. O documento ainda considerou que  o colonialismo levou o racismo e foi responsável por incontável sofrimentos às sociedades da América Latina, África e Ásia.

Todos os participantes reconheceram também que o apartheid e o genocídio são crimes contra a humanidade. A conferência assinalou que alguns membros da comunidade internacional tomaram a iniciativa de se arrepender, expressar remorsos ou apresentar desculpas pelos erros do passado, e aconselhou, aos que ainda não contribuiram para resgatar a dignidade das vítimas, que encontrem caminhos apropriados para fazê-lo.

A Conferência reconheceu ainda que as injustiças históricas contribuíram inegavelmente para a pobreza e o subdesenvolvimento atual da maioria das nações. Por isso recomendou a criação de mecanismos internacionais capazes de ajudar tais nações. Apontou algumas iniciativas  apropriadas: alívio da  dívida, erradicação da pobreza, transerencias de tecnologia, investimento em saúde e no combate a AIDS e as restituições de objetos de artes e historicos retirados pelos colonialistas.

Sobre o Oriente Médio, o documento final estabeleceu que a eliminação de judeus pelos nazistas alemães nunca deve ser esquecidos ao mesmo tempo em que recomendou que o mundo reconheça a necessidade de conter o anti-semitismo, o antiarabismo e a islamofobia. A Conferência igualmente mostrou preocupação com as dificuldades dos árabes nos territórios ocupados, reconhecendo o direito inalienavel dos palestinos à autodeterminação e o estabelecimento de um Estado independente, além de reconhecer o direito à segurança de  todos os Estados da região, inclusive de Israel.

Porém todos esses fatos plenamente discutidos em Durban que segundo a deputada federal Benedita da Silva -PT, do Brasil, foi um aprendizado e o mundo pediu uma nova ordem internacional, equitativa e menos excludente. E para ela agora temos o dever de casa para fazer. E nisto penso é que na verdade é o processo neo liberal deixa fazer.

E sobre os Estados Unidos da América,  a queda das torres gêmeas além do ataque no Pentagono, com isso permitiu ao presidente Georg W. Bush, tratar de estabelecer o conceito do Terrorismo. Que é bastante amplo e qualquer inimigo cabe dentro dele. O fato inicial foi pegar o Afeganistão, um país miserável destruido após a guerra. Depois o Iraque alvo dos Estados Unidos e da Inglaterra após quase um ano de ameaça, com informações mentirosas sobre a busca de armas químicas de destruição em massa que havia no Iraque. Invadiram o país destruiram tudo,  tomaram os poços de petróleo e até agora as armas quimicas e destruição em massa não foram encontradas, mataram  o presidente Sadam Hussein enforcado com direito a televisão e tudo em pleno Século XXI, uma desumanidade, num desrespeito, numa falta de caráter estupenda.Sem esquecer que o Sadan foi um aliado americano, para eliminar todo o Partido comunista do Iraque, no perído de Guerra Fria. E na mentira os americanos e ingleses chegaram  à falar da ligação entre Iraque e Al-Qaeda. E além disto tudo os estados unidos criaram na verdade uma lista em que intitulam "lista negra", de países chamado de terrorista entre os quais o Sudão.

A República do Sudão é um território, em que há uma mistura étnica, política e religiosa. Em que há desavenças históricas que resultaram em uma guerra civil que aliada a onda de fome já matou mais de 2 (dois) milhões de pessoas. Pois desde 1955 havia uma guerra entre o norte árabe e o sul católico e animista. Porém o conflito se intensificou em 1990, e além deste número de mortos há também refugiados que foram centenas de milhares. Além de um comércio de pessoas escravizadas no final do Século XX, com uma prática de guerra. E mulheres e crianças do sul sabemos que foram sequestradas e convertidas em escravas ou melhor escravizadas no norte, e para por fim é preciso que parentes pagassem o resgate. Até que em 2011 houve a separação do Sudão e do sudão do Sul.

Quando pensamos na economia observamos que lá 80% dos trabalhadores estõ na agricultura. E as duas atividades que correspondem ao 43% do PIB(Produto Interno Bruto) está o algodão e o sorgo. Já no sul ficava a plantação de milho, trigo painço, arroz  e batata.. Já a pecuaria é cabra, boi, ovelha camelo. E a industria corresponde a 17 % do PIB. Portanto é um pais que precisa exportar para garantir uma sobrevivença digna para não ficar no vermelho. E essa deve ser a preocupação do governo.

Porém muito antes das torres gemeas caírem o Sudão já era considerado um país terrorista ou que dava apoio a terrorista ou seja desde 1993 e segundo os Estados Unidos é que o ex-presidente Omar al Bashir tinham relações de amizade com Osama Bin Laden. Mas o próprio Estados Unidos tinha o presidente George Bush, que sem sempre teve relações de amizade e talvez de negócios com a família de Osama Bin Laden.

E apesar desta imunidade do Sudão, nos Estados Unidos as famílias vítimas dos ataques as torres gêmeas podem apresentar uma reclamação judicial contra o país africano, segundo ao abrigo da lei de terrorismo estadunidense.

Durante as negociações entre Cartun e Washington as autoridades sudanesas  que após sua retirada da lista chamada pelos americanos de "Lista Negra", trato pejorativo, e que por isto mesmo tem uma questão  de que muitos países não gostm de chamar seu povo de negro e usam preto ou black,  como nos Estados Unidos da América. Embora há uma resignificação do termo pelo movimento negro brasileiro. Já a ONU recomenda o uso da expressão afrodescendentes, pelo menos foi que foi dito no curso lá no escritorio das Nações Unidas em São Paulo.  

As autoridades sudanesa para que as questões relativas ao 11 de setembro solicitam para que  fossem enquadrados nas lei "Justiça contra os Patrocinadores do terrorismo (Jasta), mas esse foi um ponto não aprovado principalmente pelos Estado Unidos da América, durante as negociações.

A Jasta permite aos tribunais federais que os estados Unidos da América julguem outras nações por ajudarem ou serem cumplices de ações terroristas contra a nação americana. E isto independente do país acusado estar na lista "Negra " ou não.

Ministro da Justiça -Dr. Nasredeen Abdibari


O minitro da Justiça do Sudão Dr. Nasredeen Abdilbari diz que o fato do Sudão ter conseguido a sua imunidade soberana "oferece proteção global contra quaisquer reivindicação futuras e elimina todas as outras reivindicações feitas contra o país africano. Com a aprovação desta lei, Cartum desbloqueará os 335 milhões de dolares que depositou numa conta conjunta para compensar as familias vitimas do terrorismo. a ação está sujeita a recuperação da imunidade do Sudão.

As autoridades e os tribunais americanos responsabilizaram o Sudão por seus cúmplices dos ataques da al-Qaeda. Porém há também ações contra ataques que ocorreram nas embaixadas dos Estados Unidos no Quênia, na Tanzânia além um bombardeio em 1998 que ocorreu no navio USS Cole e também no ano de 2000 nas águas do Golfo de Adem. E o Sudão está pronto para comparecer a todos esses tribunais e defender-se contra todas essas alegações e justificar as suas dissociações com os fatos. E não basta ser inocentes é como uma mosca numa complexa teia de aranha.

Há uma nota que foi publicada das autoridades sudanesas que os Estados Unidos da América aprovará um pagamento de 931 milhõs de dolares em ajuda econômica bi lateral direta para apoiar a economia sudanesa. Medida que o Ministério da Justiça saudou. E diz que o Suldão precisava sair desta lista para receber ajuda das agencias de crédito multilateral no meio de uma profunda crise de transição e que começou após a derrubada do presidente Al- Bashir em abril de 2019.

Já o presidente Donad Trump que já está quase no final de seu mandato diz que retira o Sudão da lista em troca de pagamento de indenização as vitimas do terrorismo e anunciando ao mesmo tempo a normalização das relações entre sudanes e israelitas. Entenderam?

Conclusão

Essa relação que os Estados Unidos tem, e teve de principio apenas na América e depois com os outros continentes estão na minha simples visão de professor de história, em tres instrumento ideológico, iniciado no Século XIX, quando foi lançado o chamado Destino Manifesto, que era a crença de que o povo americano, foi eleito por Deus para comandar o mundo. Primeiro numa virtude especial para atender o mundo e suas instituições. Segundo e para fazer do Oeste a Imagem da América agrícola com isso assassinaram todos os índios americanos tomaram a terra e organizaram uma reserva para alguns que sobraram. O terceiro era como fazer esse bem e receber as benças de Deus. É horrivel quando voce estuda tudo e vê crenças como essas.

O outro instrumento é o a Doutrina Monroe, quando o presidente americano James Monroe em 2 de dezembro de 1823, falou que a América era dos Americanos. E isto foi porque havia uma crença da neo-colonização na América, na África e na Ásia. a ideia era que na America Latina o processo imerialista fosse apenas dos Estados Unidos, que iria fazer de toda a Ámérica o seu quintal, onde todas as riquezas iam para a nação estadunidense. Como aliás os brasileiros governantes fazem basta ver o caso do pré sal, basta ver  o impeachment da presidente Dilma que disse que todo o petróleo e tecnologia era do Brasil. E para beneficiar brasileiros, principalmente na educação mas foi tudo embora, e os brasileiros ficaram aqui com a estupidez governamental, conseguiram retirar os direitos trabalhista , destruir a previdencia para os novos que adentra o mercado de trabalho e todo o pre-sal hoje é dos americanos. Além disto os Estados Unidos não iterfereriam em conflitos  dos países europeus. E isto está na Doutrina.

O outro instrumentos é o processo histórico Imperialista, que é a etapa superior do capitalismo, quando os países ricos, desenvolvidos, desejam o território e a riqueza dos paises em desenvolvimento, as matérias primas, o povo como consumidor e portanto precisam de mudanças de cultura, precisam tornar dependente cultural do imperialista, politicamente, economicamente, financeiramente, e os governos como testa de ferro destes paíse imperialista.E  todas as nações latino americana tem o Consenso de Wasghinton. Porém isto não é apenas para a Améria e sim para todo o mundo existe uma cultura dos Estados Unidos que chamamos de "america-life". Ou seja o mundo precisa consumir um estilo americano, um produto americano, uma vida americana . O que segundo a teoria clássica elaborada por Vladimir Ilictch Ulianov o Lênin, a ideia chave é abrir mercados para a exportação de capitais. As diversas potências imperialistas com destaque aos Estados Unidos da América. E isso que teve princípio no Século XIX, vemos que a receita serviu para até o pós Segunda Guerra Mundial, principalmente na crise econômicas em que o capitalismo se reiventam e garante lucros para algus  empresários e fome e miséria para grande maioria dos trabalhadores, que convive no dia a dia com a recessão, o desemprego, a falência  de algumas empresas e falta de   liberdade, com intervenções militares, com o Estado servindo somente para reprimir o povo,  com a guerra e o conflito que reaquece a economia e faz muitos mortos. Com a expansão do mercado pra exportação e a indústria bélica. Entenderam agora porque  Trump fala nesta relação com Israel e o Sudão. E no caso do teritório sudanês da para perceber o grau de dependência que essas nações em desenvolvimento tem e que nível de tratamento elas recebem destes países desenvolvidos, parece bastante constrangedor.

Manoel Messias Pereira

professor de história, cronista, poeta

São José do Rio Preto-SP. Brasil




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