artigo - O Cristianismo Conjuntural social e econômico - Manoel Messias Pereira

 


O Cristinianismo Conjuntural  social e Econômico

Era assim todo o ano chegava o Natal e a gente via, as pessoas enfeitando as casa, fazendo presépios, algumas pensava m comprar roupas novas, e tomar coca -cola. E geralmente era essa a rotina, no meu tempo de criança.

Para mim recordo apenas o bom almoço de natal era macarronada com frango, a gente comia que nem um padre, como dizia minha mãe. E ela falava neste dia reverenciamos o nascimento de Jesus Cristo. 

Geralmente minhas tias organizavam presépios, vinham parentes que na noite de natal faziam o terço e numa roda tocavam para o menino Deus. Lembro que eera flauta doce e feitas de bambus, meu pai geralmente tocava um repique, havia bumbos, violas, violões rabecas. E a toada era com uma letra que ainda lembro-em com perfeição "Cristo nasceu em Belém para todo o nosso bem, para todo o nosso bem ,Cristo nasceu em Belém. E as flautas duetavam.

A minha bisavó dona Gertrudes, fazia um bolinho de chuva e servia com um licor de anizete. Coisas que agora nem vejo falar mais. Penso que essas lembranças são coisas que ficou apenas na minha memória.

A história de Jesus Cristo, que todos perseguiam, era de um menino pobre que nascia na mangedora no dia 24 para o dia 25 de dezembro. Coisas da Igreja. E as palavras deste menino que todos acreditavam estavam pregadas nos Evangelhos.

Somente mais tarde comecei a entender que a historia de Jesus estava baseado em aspectos religiosos, catolicos ou protestantes, em aspectos criticos que ligava -se a escola de Tubingem e num aspecto materialista. Em que o Cristianismo também é parte de um superestrutura que concentram num elemento estrutural politico social.

Quando pensamos neste aspecto religiosos, lembro-me das palavras de Massimo Massana, que era um pintor, escritor e politico italiano, de formação catolica.  Ele escreveu que Catolico ou protestante reduz tudo à história sagrada, apologética, edificante e um fio condutor é representado pela missão providencial da Igreja através dos séculos.

Já o aspecto crítico ele dizia que se liga a escola de Tubingen, que é a escola filosófica do método  hermenêutico que utiliza as chamadas doutrinas, não escrita de Platão, que são teorias metafísicas atribuidos a ele por seus alunos e outros filósofos antigos mas não claramente formulada em seus escritos. Filosofia trabalhada  no sul da Alemanha por Ferdinand Christian Bauer(21/06/1792 a 2/12/1860), numa interpretação do Novo Testamento aplicado ao principio hegeliano. E assim prevalece senão um modo exclusivo de estudar génese e o desenvolvimento das crenças e dos dogmas, isto é, no fundo  é de estudar a religião em si.

E no modo materialista a religião como uma superestrutura e concentra o seu elemento crítico estrutural, isto é a base economica, social, e politica da qual surgiu se desenvolveu e triunfou o cristianismo. E esse passo materialista opõe -se aos historiadores que tens pretensões nos elementos fundamentais místicos teológicos e ritualísticos, senão a sua expeeriência de origem, conservados de uma forma mais completa na Igreja Oficial e atribuem somente a tradição teológica, moral e mística da igreja na validade que, contrariamente se reconhece aos diversos momentos do seu desenvolvimento real nos vários setores da cristandade.

Recusando essa tendência redutiva, integralista Ambrogio Donini(8/8/1903 a 10/06/1991) traz o cristianismo para o terreno humano. Ele que era um ser humano provindo de uma rica familia seu aavô era banqueiro e seu pai um importante comerciante italiano e, ele que foi estudar história das religiões e se tornou um marxista. E viu fora de qualquer metafísica, reconstruindo, na base de sólidos fundamentos documentais, o clima político social e o substrato econômico de que surgiu, desenvolveu e triunfou o cristianismo.

Ele afirma que não há uma história sagrada e edificante ao ser humano, mas uma história de seres humanos reais e seus conflitos de classe.

Não limita-se a estudar a gênese e o processo de desenvolvimento das crenças e dos dogmas, pelo contrário, levou adiante com extrema precisão o estudo da formação e do desenvolvimento o que Antonio Labriola(2/7/1843 a 12/2/1904) que era um filosofo marxista teórico que chamou de associação cristã, até parafraseando Karl Marx de que essa é a história real dos cristãos do mundo e de todos os dias e não somente do domingo que era o dia da missa. Não procura o segredo dos cristãos na sua religião mas o segredo da religião nos cristãos reais.

Efetivamente só a compreensão o por que nasceu e se desenvolveu a associação que nos permite ver por que razões e por que vias os espiritos, as fantasias, as mentes, os desejos, os temores, as esperanças e as aspirações dos associados deviam ser completados com certas crenças, procurar certos simbolos, , chegam a excogitação de certos dogmas, e como associados podiam em suma, reunir tudo no mundo doutrinal e ideológico.

Mas é interessantoe entender o filósofo Friedrich Engels que dizia  "uma religiao que submeteu a si o império mundial que dominou durante mais de 1800 anos a maioria da humanidade civilizada não se liquida explicando a pura e simplesmente com um conjunto de coisas absurd"as criadas por impostores. Liquida-se quando muitos casos se saiba explicar a origem e o desenvolvimento das condições históricas, nas quais surgiu e conseguiu dominar. Trata precisamente de resolver a questão de como foi possível as massas populares do império romano prefirirem esse absurdo, ainda por cima pregadas por escrevos e oprimidos, a todos as outras religiões. De tal forma, por fim ambicioso o imperador Constantino pode ver na adoção desta absurda religião o melhor meio para afirmar-se como o único dominador do mundo romano."

O dirigente comunista Palmiro Togliati(26/03/1893 a 21/08/1964) num fragmento disse que nascida dos escravos e dos deserdados, como expressão da miséria real e como protesto contra a miséria real, o Cristianismo consolidou como elemento de conservação da ordem social existente, com sansão moral fim solene, fundamento universal de conotação e justificativa do mundo fundado na exploração e na opressão, na divisão da sociedade em classes antagônicas.

Para Ambrogio Donini, o Cristianismo é estudado como elemento da peligrinação humana, como instrumento regni como "ópio do povo," frase de Karl Marx. Todavia, não se limita a este nível de investigação, mas se aprofunda e estuda as suas manifestações históricas, por outro lado como expressão da fraqueza e do sofrimento dos homens face a opressão dos romanos e, também como contra o Estado, o estado de sujeição material e espiritual das massas populares.

E essa é uma importante contribuição para o entendimento da luta ideológica que há nas aspirações de um mundo mais justo e melhor liberto da forma material e espiritual e sua sugeição.

O homem nasce conforme explica Lev Tolstoi "com a consciência da verdadeira vida, que consiste no cumprimento da vontade do Pai. As crianças vivem esta vida aprendem a respeitar a vontade de Deus, para compreender a doutrina de Jesus basta observar as crianças e viver como elas. A tentação é o ser humano adulto, que muitas vezes age como quem amarra uma pedra no pescoço e atira outro ser humano no rio.

E assim como afirmava a minha mãe para  lembrar-se de Cristo no dia de natal, as pessoas enfeitam as casas, fazendo presepios, rezando terços, outros comprando presentes e essa era a minha rotina observando a tentação dos homens no consumismo outros bebados, portanto nos vicios, sem nenhum respeito as crianças e o comércio faturando é o capitalismo, e a presença estrutural da superestrutura ideológica do lucro numa festa religiosa. E assim caminham todos no Cristianismo.


Manoel Messias Pereira

professor de história

Membro da academia de Letras do Brasil -ALB

São José do Rio Preto -SP.




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