O livro é uma obra de arte, o livro de poesia é uma arte em que a prosa serviu de alicerce a poesia, e poeticamente a poesia é sempre uma ficção em que as palavras transformam na arte.
Aprendi logo cedo que a poesia feita como trovas, como trevos ou como quadrinhas, era um instrumento interessante em que a primeira linha devia azer rima como a terceira linha do verso assim como a segunda fazer rima com a quarta. Esses poemas eram setesilábicos fonèticos e quando isto não dava certo era chamado de poemas de pé quebrado.
Os concurso de trovas era algo interessantes as pessoas colocava os seus dados dentro do envelope, e escrevia por fora do envelope a sua quadra. Que era parte de um concurso, chamado de concurso de trovas. Eu recordo que conheci em São José do Rio Preto o Sr. Izo Guzman, que era um membro da União dos Trovadores do Brasil - UBT. E fiquei sabendo na época que havia outra entidade que congressava os trovadores que era do Espirito Santo-Brasil.
Ele veio a São José do Rio Preto-SP, na época e como eu não tinha telefone em casa ele ligou numa vizinha que inclusive era uma professora, dona Zilda Sampaio, que dava aula num sítio proximo de Guapiaçu, onde eu também fui professor nas duas escolas, que haviam na época a Escola Carlos Castilho e na Escola Coronel Batista de Lima. E logo essa professora avisou-me que estava instalado no Hotel Vila Real um senhor que gostaria de conversar comigo e lá compareci. E ele dizia na época que deveria unir os trovadores da região, me deu o nome de um senhor chamado Sr. Raphael que posteriormente entrei em contato, mas ele preferiu dizer que já estava velho para a poesia, e com um sr. Minto.
Essa conversa virou na época materia de jornal Diario da Região. Quanto ao Sr, Minto tive amizade com Edberto Minto, que escrevia poemas de processo não era trovas. Tentei participar de alguns concusos de trovas mas confesso que tenho terríveis dificuldades em escrever acertando todas as regras. Por isto resolvi escrever de forma livre.
Juntos na TV Rio Preto que na época era independente, atualmente hoje é a Record. Fizemos o primeiro programa sobre a Literaatura Regional, e foi um programa mediado por Marcelo Gonçalves que foi vereador, foi deputado, foi secretario de Esporte, parece que a última informação era que ele estava na Secretaria da Habitação, mas confesso com certeza que não sei. Lembro dele em participando em São José do Rio Preto como candidato a Prefeito, foi quando ganhou o Dr. Liberato Caboclo o Dr. Lili.
Mas voltando ao programa participou na época deste a Maria Isabel Martho, Dr. Vicente Amendola Neto, Edberto Minto e eu Manoel Messias Pereira. Eu havia convidado outros escritores mas quem estava no momento propenso a participar foram esses. Conversando com Dr. marcelo Gonçalves ele me disse que procurou saber das gravações da época, mas foi informado pela direção do Record que já não possuia mas o material anterior. Que pena.
Era importante resgatar o que foi falado na época o que foi gravado, as perspectivas de um pequeno grupo de escritores regionais que tinham sonhos maior do que a cidade, do que o Estado do que o país e quem sabe adequado ao Universos e esses sonhos poderiam serem agraciados e apreciados como documentos disponíveis para o Museu da Imagem e do sons, mas que pena que não pode ser assim.
Sei que outras experiências ja ocorreram em São José do Rio Preto, muita gente ja escreveu livros, revistas, jornais. A cidade é um celeiro na área da literatura além dos estudos de linguísticas e gramáticas.
Quero destacar nos ultimos tempo o livro Letras negras do Coletivo Preto Literário, que surgiu neste ano do Premio Nelson Seixas. São poesias puramente realistas. Pode ser que alguém questionem são poesias, apenas. Porém elas alicerçam na realidade periférica escondidas, nos arrebaldes das grandes cidades, e a problemática enfrentada pelos pobres e negros. E a ideia de que a poesia é apenas fantasia para fugir da realidade, eu digo não é. E sim um instrumento pra tocar no fundo da alma, para refletir e chorar a condição do status quos politico ideológico, econômico e social que cada um de nós vivenciamos, quase que sufocantemente.
Eu diria eu preciso respirar, eu preciso respirar e nós precisamos respirar. E esse é um ato para que todos possamos continuar vivos, e para tanto indico o Livro Letras Negras, organizado por Ivan Reis e o Coletivo Preto Literário, do selo nossa voz.
Manoel Messias Pereira
poeta cronista
São José do Rio Preto-SP. Brasil
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