Porque os comunistas recusam o dinheiro dos empresários nas eleições

 

Porque os comunistas recusam dinheiro de empresários nas eleições

imagemLeonardo Godim para O Poder Popular MG

Nessas eleições, assim como em todas as outras, o Partido Comunista Brasileiro proíbe o recebimento de “doações” de grandes empresários e banqueiros pelos seus candidatos e candidatas. Os comunistas consideram uma questão de princípio o financiamento público de todas as candidaturas para cargos eletivos do Estado. Todo recebimento de verbas de representantes da burguesia é um compromisso político com essa mesma burguesia, que amanhã cobrará votos em defesa de seus projetos, contra os trabalhadores. Esses compromissos, incompatíveis com os objetivos dos comunistas, são um dos grandes pilares da corrupção ativa e passiva e da falência dos serviços públicos em nosso país.

A república democrática é a melhor forma de governo dentro dos marcos do capitalismo, mas sua essência é a diluição do poder de Estado em várias instituições e a submissão de cada uma delas ao poder econômico, o real mandante da sociedade moderna. O poder do capital penetra em todas as instituições da república, e é no poder legislativo e executivo que esse poder entra pela porta de frente, e não dos fundos. A cada dois anos, candidatos compram votos e empresários compram candidatos, garantindo a manutenção de um sistema cuja única ideologia é o enriquecimento pessoal. Pouco importa se o candidato da vez se diz socialista, fascista ou liberal: será bom se aumentar a fortuna dos capitalistas, e ruim se atrapalhar a acumulação de capital.

A crise que vivemos, ainda que recaia cruelmente nas costas dos trabalhadores, tem abalado também as formas de controle da burguesia sobre a política brasileira. Desde o golpe de 2016, uma crise política se generalizou no país, enfraquecendo partidos políticos que até então gozavam de grande prestígio, como PT e PSDB. Se, de um lado, o processo aparece como resposta à corrupção e à desmoralização da política brasileira, no outro se esconde sua verdadeira face: a necessidade da burguesia, em especial da fração rentista, de impor seu projeto sem concessões às outras classes, sem pactos com a burocracia estatal e sem considerar as resistências dentro do próprio Estado. Para esse projeto de terra arrasada, o caminho é a renovação.

É nesse paradigma político que surgem os “novos nomes” do momento sob a ideologia da renovação política. Grandes grupos empresariais começam a financiar think tanks e institutos próprios voltados à formação de jovens quadros para assumir os postos chaves da máquina pública. Seu principal objetivo é destruir os entraves que atualmente existem para realização dos interesses da fração rentista da burguesia dentro do Estado. Seja com uma fantasia social-liberal, nacional-desenvolvimentista ou ultraliberal, esses jovens políticos estarão sempre ao lado da burguesia nos momentos fundamentais.

Os comunistas repudiam a velha política tanto quanto essa “nova” política, que quer usar o descontentamento popular com as atuais formas de representação para radicalizar um projeto contra as classes populares. A única forma de renovação política é a radicalização dos movimentos populares e de suas demandas. As eleições devem ser um momento de confiança dos trabalhadores com os partidos revolucionários, garantindo o voto em candidatos comunistas, mas as transformações sociais e políticas que o Brasil precisa devem vir de baixo. Toda conquista que vem de cima, como ação de um ou outro legislador ou governante, tenderá a ser temporária e pactuada. Somente através da luta de classes garantiremos medidas fundamentais como a reforma urbana e agrária, diminuição da jornada de trabalho, expansão e melhoria dos serviços públicos, fim de impostos abusivos e uma reforma política que realmente beneficie a participação popular.

Convidamos todos aqueles que simpatizam com nossas ideias a apoiar um candidato comunista em sua cidade. Se trata de um voto de confiança, cuja contrapartida é nossa promessa de que iremos defender os interesses da classe trabalhadora sempre, dentro e fora da institucionalidade. Não recuaremos das lutas cotidianas, em defesa das escolas públicas, das creches, dos restaurantes populares e demais políticas sociais, ao mesmo tempo em que jamais usaremos essa luta cotidiana para ofuscar e afastar os trabalhadores das lutas reais e concretas pela transformação da sociedade e pela destruição do poder da burguesia.

Vote comunista! Vote PCB 21!

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