A Recorrência da imagem
Hoje como sempre ocorre levantei e olhei no livro de cabeceira e como é de praxe, vi o texto "Ilusão e Ficção" de Pierre Macherey. é eu sempre recorro a esse livro para refletir sobre a realidade, mas com a lente literária.
Pierre escreve que o discurso literário na sua função paródica, mais do que reproduz a realidade,azo à concepção da linguagem. Deforma mais do que imita. Do resto a ideia de imitção quando bem compreendida contem a deformação se é verdad que, como propõe Platão, numa passagem do Crátilo,a essencia da semlhança e a disemelhança.
Em resumo neste simples e pequeno texto complexo de princípio vejo que o discurso literário pode até ser uma fantasia, pode até parecer uma ficção, mas está alicerçado num mundo real na realidade da existencia humana. Uns dizem que os escritos esondem a verdade, talvez a dureza da verdade e apresenta uma violência ficcionista porém que doe, que fere os olhos como pimenta jogadas. Ou seja a ficçãoparte da verdade o que é abstrato para a formulação do discurso, parte da vida concreta.
Quando ele fala da essência da semelhança talvez ele tenta dizer o ponto cental de uma identidade, de algo que ele está apresentando, ele trata da dissemelhança ele está pautado na contradição. E a vida é assim tradição e contradição.
Num outro fragmento ele afirma que a imagem absolutamente conforme ao modelo confundi-se ia com ele e perderia o seu estatuto de imagem se existe é pela distancia que a separa do modelo imitado.
Eu recolho aqui da realidade uma imagem de alguém numa mesa nuama casa de pau a pique, em que há uma mulher segurando o rosto, uma panela vazia, o homem olhando as paredes e uma criança diante de um copo d'agua. Essa imgaem sugeri que alguém passa fome. A literatura não atura muito em dizer do drama de familia, de apontar o dedo na ferida, de estabelecer o responsavel pela desgraça, de observar o Deus na metafísica, e achar lindo a tristeza, de mstrar que a imagem e a verdade pode ser apenas uma imitação, mais alicerçada na dor real, da fome, da submissão.
É assim creio que a literatura mostra que a realidade é puramente negtiva. e poderia ser aceita se demonstrassem que a função do discurso literário em si tivesse a mesma essencia negativa. Mas ai que está a contradição o que é negativo é a busca da verdade como essencia positiva. Voltando para a relaidade, essa tristeza precisa acabar, precisa ter fim precisa ser positiva. Outra imagem precisa ser projetada. Mas para isso é preciso reatar a busca de uma realidade diferente.
Do contrário diante de tanta precariedade a literatura ficar apenas sonhando com o pão na mesa com as flores nas janelas, com os pássaros soltos fazendo os seusfloreios, essa literatura estaria prestando um desserviço pois não estaria sendo autêntica estaria mentindo. Estaria evocando uma aparencia falsa.
E neste contexto creio que a perspectiva literária é estabelcer um cenário em que as mistificações se desenrola e que toda a literatura esta marcada pela elisão a supressão do que é feio e doloroso, e apresenta aquilo que imagem consegue refletir como se fosse um espelho modificado.
Do contrário a literatura poderia ficar apenas no denuncia na cumplicidade, e assim ela deixa de satisfazer a nossa expectativa. Portanto a ilusão aplicada já não é completamente ilusória ela tem verdade e precisa ser respeitada.
Bem é isso o livro substitui a fuga da ilusão provocada pela palavra indeterminada pelos contornos nítidos e mesmo simples da ficção e isto é que entendi deste fragmento que li nesta manhã fria de outubro de 2020. Vamos levantar e dar uma volta com o cachorro, que já esta velho, e avelhice dele é real e não ilusória. Abraços.
Manoel Messias Pereira
poeta cronista brasileiro
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