Crônica - Graciliano Ramos - Manoel Messias Pereira

 

(Quebrangulo-CE 27/10/1892 + Rio de Janeiro 20/03/1953)

Graciliano Ramos


A sua obra hoje é reconhecidíssima pela Academia lierária, tendo sido inumeras vêzes, objeto de estudos, como podemos perceber, nos vários títulos de mestres e doutores pelas livrarias, como "Literatura em campo Minado" em que o professor Marcelo Magalhães Bulhões, utiliza a metalinguagem de Graciliano e a tradição literária brasileira, ou no título "Memória do Cárceres literatura e testemunhos" escrito por Hemenegildo Bastos, ou "Porão do Manaus " de João Luiz Latefá, em que ele faz um cruzamento entre o histórico e o literário, ou "Trabalho da escrita" de Zenir Campos Reis, editados em revista de Estudos Avançados da USP; ou "Escrita dos Testemunho em Memória do Cárceres" de Afredo Buosi; ou "Duas vezes Diferente em Memória do Cárceres" escrito por Boris Schnaiderman nos Estudos Avançados n.23 da USP; "O Velho Graça " de Denis de Morais; "Ficção e Confissão" de Antonio Cândido; "Corpos escritos" de Wander Melo Miranda; "Sob o Signo do Silêncio" de Lourival Holanda; "Graciliano"Retrato fragmentado de Ricardo Ramos; "Em liberdade" de Silvano Santiago. E há ainda outros títulos que não tive acesso, e há muitos trabalhos no campo literário e no campo da sociologia buscando respostas nos escritos de Graciliano, portanto é um autor de importancia vital para a atualidade brasileira.


"De modo geral, a obra de Graciliano promove metalinguisticamente um combate das formas estereotipadas do discurso, as quais, expostas dialeticamente, estão identificadas com uma realidade que se propõe inalterável. O escritor está pronto, portanto, desmascarando uma linguagem estática, modelada pela prática ideológica. Por outro lado a reflexão que se estabelece a respeito da linguagem promove a ostensiva incursão no contexto cultural do país quer numa perspectiva diacrônica, quer na verificação da produção literária contemporânea ao escritor".(Revista Cult 42).


O velho escritor que aparentemente estava ultrapassado para as novas gerações, hoje é uma luz de algumas teorias mais recentes sob o rótiulo de pós colonialismo ou estudos subalternos, e questão da literatura brasileira ainda esta atravancada na linha traçada pelo velho mestre. Enquanto os avanços políticos vão por caminhos errôneos, há latifundios, as pessoas pensam menos que os cães, e este é um país de cabisbaixos, e os coroneis neoliberais dão as cartas, a mando de algum imperialista, a globalização só é exploração em massa da população em geral. Provavelmente na porta de um pet-shop, há baleias charpês, Tchau-tchaus, pensando nos produtos industrializados pra cães, como pensava a baleia, nos retirantes calados de Vidas Secas.




Manoel Messias Pereira
professor,cronista e poeta
São José do Rio Preto-SP.


Comentários