Cronica - Falecimento físico de Agostinho Neto - Manoel Messias Pereira



Falecimento físico de Agostinho Neto

 Antonio Agostinho Neto, o membro do Movimento Popular de Angola, e primeiro presidente da Republica de Angola, foi acometido de um câncer no fígado foi para Moscou para tratar e lá acabou falecendo.

Agostinho Neto, foi daqueles jovens que saíram da África para estudar, e voltaram com o sonho de acabar com a colonização dar independência a seu povo e construir uma nação com um olhar humanista. E nos seus estudos fez medicina, acreditava organizar um tratamento a todo o povo angolano, dar um apoio e ser solidários a todos que em Angola sofriam com a realidade de colonizados por Portugal.

Mas na sua ação na organização da Frente Popular de Libertação de Angola _MPLA, de inspiração marxista-leninista, desempenhou o papel decisivo contra a aquilo que se chamava guerra colonial portuguesa. Acabou sendo preso pela PIDE- Policia Internacional de Defesa do Estado, que era a policia politica do regime ditatorial de António Salazar. De Lisboa foi levado para presídio em Tarrafal em Cabo Verde, de onde fugiu para o exílio.

No ano de 2018, li uma reportagem de sua filha Irene Alexandra da Silva Neto, que dizia numa entrevista ao jornal de Angola, que afirmou que a morte de seu pai, atrapalhou a vida do país, pois ele era um homem de diálogo e na época já conversava com Jonas Savimbi da UNITA, com os americanos e com os sul Africanos. Essa fala dela entendo pois Savimbi era patrocinado por dinheiro que vinha da Inglaterra e dos Estados Unidos da América, e a Unita apesar de ter flertado com alguns líderes de posição socialista, parece que havia contraído uma relação com o sistema capitalista e vale informar que estávamos em plena guerra fria. E com a sua morte o poder ficou com Lucio Lara e depois com José Eduardo dos Santos, e que permaneceu por mais de trinta anos no poder gerando inclusive o atrito permanente com Jonas Savimbi que tinha certas relações com a África do Sul do Apartheid.

Dai é que a Dra, Irene chega a afirmar que Angola já teria sido pacificada entre 1979 e 1980. E ela que também é medica, oftalmologista, fala que a morte de seu pai ainda é um assunto obscuro, e que somente num futuro será desvendado. E ainda fala que gostaria que viesse a tona até mesmo sobre dados da Fundação do MPLA, e que fosse lembrados com certo respeito todos que de certa forma contribuíram para a emancipação de Angola.

Dr. Agostinho Neto é considerado herói nacional de Angola, tendo em 1979 sendo agraciado com o Premio Lênin da Paz. E em 1970 recebeu o premio Lotus no quarto Congresso de Escritores Afro asiáticos.

Faleceu com 57 anos de idade deixando viúva a sra. Maria Eugenia Neto, quem ele conhecera no circulo de escritores em Lisboa, ela que é escritora, jornalista e poetisa, que assim como ele que também foi poeta e escritor tendo dez livros escritos . E órfãos  de pai seus dois filhos o Mario Jorge neto e a Irene Alexandra Neto, hoje médica oftalmologista.

Embora tenha entrado para a eternidade, deixando muita coisa para fazer, como pude perceber na entrevista de irene Alexandra creio que todo o ritual de separação pode envolver a quebra simbólica de alguma coisa, seguindo assim o pensar presente no livro o espírito da intimidade de Sbunfa Somé, que num fragmento do escreveu coloca que os membros da comunidade, amigos e familiares podem contar com a lembrança daquele que foi, descrever  o tipo de espirito que guiou seus relacionamentos e reconhecer como o fim da separação física. E quando o velório termina os cordão umbilicais entre todos foram cortados em ritual, a conexão  fica a espiritual. Que tenha todos os angolanos o espirito da Paz, O espirito do morto sempre estará presente como sobrevivente. Uma presença sempre benéfica. Paz.

Manoel Messias Pereira

professor de história

Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB

Membro do Coletivo Minervino de Oliveira



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