O Livro Letras Negras do Coletivo Preto Literário
Essa obra é um trato artístico literário de importância impar, tanto na sua materialidade quanto na construção da sua escrita.
E na escrita é que estabelece-se a linha da comunicação entre os escritores e os seus leitores, mas isto também ocorre em outras obras, porém este livro está todo alicerçado nas relações sociais resultante da transformação do ser escritor e ser o leitor. E essas relações são de cunho cultural, naquilo que se transforma-se e firmar-se. Numa representação mental do mundo que gera os códigos, os espaços e a temporalidade de maneiras diversas.
É importante rever todas as nossas imagens codificadas e impregnadas de informações. E todo o texto compõe-se de uma verdade que lhe é própria. E o que há dentro desta obra é a sua autenticidade e seu caráter transformador.
A obra não pode e não deve ser apenas um hiato, que afasta das foram as usuais do falar e do escrever e não deve ser separadas das outras formas de expressões. E ela como material é ideológica é coletiva embora poetas todos são individuais. O que é coletivo é a realidade de todos que escrevem neste livro.
É uma obra que tens a sua verdade inédita e a sua veracidade, uma existência que exibe o seu contraste com a realidade.
É um documento literário que possui a sua autonomia e não depende do corte epistemológico, não dependem do corte do cordão umbilical, num sentido stricto sendo da palavra. Mas a sua maneira instaura uma separação nítida radical , que não permite conhecermos e assimilarmos há uma outra realidade. Portanto o livro tem a sua autonomia , ms não tem a sua independência
É um livro de poemas e análises descritivas, com uma linguagem nova, não pela forma material da existência , mas pela sua utilização. E a função desta linguagem é a instituição da ilusão, a primeira qualidade de veracidade.
E a aceitação desta verdade sem prova e o seu poder do uso do verbo o seu vocábulo. E a interação. E essa interação é fundamental para que todos nós poetas solitários sejamos todos solidários, coletivamente por sermos solitários.
E é essa solidão que está presente em todos os escritores do mundo, e para isso lembramos James Joyce na sua obra Ulisses que disse "O homem não consegue comunicar-se e para sempre é um solitário." É mas Franz Kafka, aquele escritor que o Ministro da Educação no Brasil chamava de Kafta e algo hilário, mas que não merece sorriso, quando entendemos que o cargo máximo do executivo brasileiro já foi ocupado por uma besta. Pois bem Franz Kafka dizia "a solidão é o natural do homem". Mas Fiódor Dostoiésvisky dizia "que o ser é um solitário em busca de comunicar-se com o seu semelhante. Enquanto que Marcel Proust dizia "que cada pessoa é um ser solitário e comunicar-se fundamenta-se a existência humana, da cooperação a coexistência num sentido ideológico, afetivo, somos devotos uns aos outros na luta pela vida"."que o home traz a solidão dentro de si e o desejo de superá-la".
No caso desta obra, há construção de um significado. Sem no entanto ultrapassar o nível descritivo da linguagem do escritor. E não é o único que possui o poder vocativo que está na obra, mas a necessidade da obra.
E essa necessidade é a razão é o sentir da semente que foi colocada para ser germinada, e vemos nascer o broto, que traz a tona toda a planta, que vai florescer e dará frutos lindo e dentro dele haverá a proteção das sementes, ou do contrario essa semente será ressaltada como faz o "caju", que se vira e exibe a sua semente. fora do fruto.
Esse livro foi concebido, foi concedido no limite rigoroso e maravilhoso do nosso tempo. Na interação com a comunidade afro-brasileira e africana. E nele consta todas as aflições quotidianas, todos os problemas que afetam toda a comunidade afrodescendentes e são poemas realistas, e comunicar fica como algo quase irracional e ilógico, esse é um livro de iteração de plena participação entre o escritor e da maioria do leitor, que sabe de todas as dores e violência a que submete-se a comunidade dos afrodescendentes no Brasil.
É um livro que tem a ginga da capoeira, que tem o fogo da faísca que sai do maculelê, tem a mandinga dos pretos velhos, tem a saudação dos orixás, tem as lendas das yabas, tem o gosto do acarajé, do cuscus, do vatapá, tem o crespo dos cabelos, tem poemas que falam de amor, de dor, de saudade, de ancestralidade e de respeito e direitos humanos. É um livro que quem presentear o próximo, terá além de um leitor, um um ser que interagem com a própria obra do coletivo preto literário organizado por Ivan Reis, que merece todo o cumprimento e considerações.
Manoel Messias Pereira
professor, cronista e poeta
São José do Rio Preto-SP. Brasil
Membro da Academia de Letras do Brasil-ALB.
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