ONU lembra lutas antirracistas e feministas no Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
Em 1992, grupos femininos negros de 32 países da América Latina e do Caribe se reuniram em Santo Domingo, na República Dominicana, para denunciar opressões e debater soluções na luta contra o racismo e o sexismo.
Esse encontro ficou marcado na história e foi reconhecido pela ONU como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e da Diáspora, celebrado em 25 de julho.
Em 1992, grupos femininos negros de 32 países da América Latina e do Caribe se reuniram em Santo Domingo, na República Dominicana, para denunciar opressões e debater soluções na luta contra o racismo e o sexismo.
Esse encontro ficou marcado na história e foi reconhecido pela ONU como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e da Diáspora, celebrado em 25 de julho.
Passados 28 anos dessa reunião, e também no contexto do 5º aniversário da Década Internacional dos Afrodescendentes, é preciso relembrar a história de luta e conquistas dessas mulheres, mas também jogar luz nos desafios que elas enfrentam até hoje como resultado de séculos de discriminação, opressão e desigualdade social.
“Precisamos afirmar ao mundo que é urgente e necessária uma nova ordem”, diz Valdecir
Nascimento, do Instituto Odara da Mulher Negra, em Salvador (BA). “Ninguém acredita que as
mulheres negras podem pensar em uma estratégia de transformação do mundo, pois as
pessoas continuam com uma narrativa e um imaginário da negra como coitada, como alguém
sem instrução.”
“Essa é uma lógica de negação que não cabe mais, e o nosso desafio é convencer as cabeças e os corpos de quem tem privilégios que não é possível sustentar isso para a eternidade.”
Dados divulgados este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram como ainda é grande o abismo que separa mulheres negras de outras camadas da sociedade no acesso a serviços básicos e oportunidades no Brasil.
Os números de 2019 revelam, por exemplo, que as mulheres negras têm uma média salarial 56% menor que a de homens brancos – 3.138 reais para eles e 1.394 reais para elas. Além disso, os lares chefiados exclusivamente por mães solo e negras estão entre os mais vulneráveis: 13,9% não possui abastecimento de água e mais de 40% está sem tratamento de
esgoto.
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