A Concepção de Esquerda
Sempre vivi numa sociedade marcada, por diferenças sociais, por ideologias implementadas no contexto filosófico, que em sua lógica fornece privilégios a uma classe social, portanto a uma camada social e fazem em formas de perguntas esses dizeres assim: és de esquerda ou de direita?
E ao responder essa pergunta tem tudo a ver no Brasil, com o seu posicionamento politico mas também ao seu acesso, nesta sociedade estratificadas, e de estrutura montada sob o contexto do sistema capitalista, e de acordo com a resposta, gera em quem acata o que responde pode exaltar o preconceito, a discriminação, o olhar de desconfiança e a afinação de um concerto para o processo de exclusão.
E tudo isto é parte do sistema politico em que vivemos, que na verdade é o capitalismo, que cria as mazelas, que adota a desigualdade como fator de desenvolvimento, que usa do preconceito e o processo discriminatório, o racismo como elemento da mesma politica.
Quando digo que sou de esquerda, entenda que tomo como base o meu corpo, em que do lado esquerdo está o coração como na maioria das pessoas que conheço. E o que é o coração, senão o órgão do sistema cardiovascular, que localiza-se na caixa torácica entre os pulmões e a sua função é bombardear o sangue através dos vasos sanguíneos para todo o corpo. E esse é a ideia inicial da resposta. E me deixa tranquilo porque vejo que não sou de direita. Pois é na direita que mantenho toda a versatilidade, porém acolhida pelo coração como máquina da minha existência e responsável poeticamente pelos sentimentos existentes nas minhas ações. Obviamente no sentido figurado.
Mas o conceito social estabelecido é um conceito sociológico, e nasce na história da revolução burguesa da França do Século XVIII quando a burguesia lutava para superar os resquícios feudais e tornar possível a consolidação do capitalismo.
E foi no processo da Revolução Francesa que na sua fase da Assembleia Nacional Constituinte 1789 a 1791, quando ainda não havia os partido definidos, porem havia 745 deputados, cujo a maioria era sim monarquistas, mas observavam que passaram a ter propostas consideradas moderadas, profundas e conservadoras, e neste ambiente haviam no parlamento lugares que foram assim ocupados, tanto na esquerda, quanto na direita e quanto ao centro.
a)Na direita ficaram os chamados girondinos, os responsáveis pelas girondas, palavras quase que em voga nas páginas sociais do jornalismo rio-pretense, eram os chamados patriotas. e eram formados pela alta burguesia, como armadores, donos de bancos, e comerciantes. E muitos deles tinha títulos de nobreza comprados adquiridos da monarquia. E muitos foram durante o processo integrantes dos ministérios monárquicos.
b) Já os moderados por médios comerciantes, profissionais liberais com tendência a conciliação, eram o centro conhecidos como montanheses.
c) E os jacobinos, ficavam na esquerda eram pequenos comerciantes, jornalistas, escritores, intelectuais com tendência à radicalização, e nesta burguesia trazia também a ideia do trabalhador urbano como um agregado, mas que na verdade representava o proletariado. Ou seja aquelas famílias, cuja as suas proles deveriam servir para fornecer as mãos de obra para o desenvolvimento das relações de recursos humanos de Rh sendo essa forma de falar algo que não havia naquele momento da história. esses radicais também eram chamados de cordeliers.
E neste contexto revolucionário muitos foram as realizações e objetivos, como exemplo, vemos que em 4 de agosto de 1789, houve as abolições dos privilégios feudais; em 26 de agosto de 1789, tivemos a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão; no dia 2 de novembro de 1789 houve o confisco do clero e em 12 de julho de 1790 tivemos a Elaboração da Constituição Civil do Clero.
E durante a Assembleia Legislativa de 1791 a 1792, o que ocorreu outras tantas modificações como a Declaração de guerra da França contra a Áustria em abril de 1792. Ou a Declaração da "pátria em perigo" e recrutamento em massa para fazer frente à invasão do país por tropas austríacas e prussianas, E antes tivemos a ameaça externa e a ação contra revolucionária do rei, as massas populares de Paris que formaram assim uma Comuna Revolucionária e atacaram o Palácio de Tulherias exigindo a Assembleia Legislativa a deposição do rei Luís XVI.
E por isto é que neste contexto do processo politico social da França consolidou o conceito esquerda direita, e centro. O tempo passou e vemos principalmente na imprensa do século XXI, é a busca a desinvenção deste conceito esquerda e direita. E para exemplificar isso vamos deparar com uma matéria no jornal brasileiro da Folha de São Paulo do dia 22 de abril de 2007 trouxe uma matéria de um enviado especial a Paris, que informou que Marie Segolène Royal a senegaleza francesa do Partido Socialista esta a direita de Leonel Jospin que ocupou o cargo de primeiro ministro pelo Partido Socialista entre 3 de junho de 1997 a 6 de maio de 2002, que estaria a direita de Jacques Chirac que é um politico da UMP e que foi primeiro ministro 1974 a 76 e 1986 a 1988 e isto tudo foi o que ironizou Nicolas Paul Sarkozi que afirmou na reportagem que François Bayrou , o ex-ministro da educação que seduziu todo o Partido Socialista.
Portanto tanto direita indo para a direita da direita entendendo a esferidade da terra chegarão todos até a Esquerda, e neste meu contexto segue a minha forma irônica. Mas talvez essa idá de todos indo para a direita talvez barrassem em Maira La Pen que é de extrema direita. Enfim as posições do Parlamento Francês creio que deixou essas demarcações politico-sociológicas esquecidas.
Quando o jornal da folha usa o verbo desinventar creio que o melhor seria reinventar, pois na concepção dos marxistas, há uma postura politica e sociológica que difere muito dos liberais e dos neoliberais, que faz no contexto sociológico a salada paulista sociológica e perde-se no seu contexto de qual é o lado da direita qual é o lado da esquerda. E por aqui vale muito o Centro mas não montanheses dos franceses e sim o Centrão. Que são os políticos que não visam terem posturas ideológicas mas sim o toma-lá-da-cá, serem comprados pelo Poder Executivo, com dinheiro público como atualmente ocorreu e isto foi dito pelo Presidente do Senado no dia 23 de julho num debate da rede Globo. E essa forma de política, é o mesmo que dizer "phodas", em outras palavras quero é dinheiro, ou seja é desrespeito, é falta de ética, é falta de caráter e isto é algo naturalizado no Brasil faz parte do sistema politico capitalista republicano. E outro ponto a ser esclarecido é que nunca houve de fato.
Diante deste contexto a esquerda hoje como eu e outros camaradas defendemos estão os Marxistas, Leninistas, ou os Trotskistas, são aqueles que chamamos de comunistas, ou de trabalhadores unificados, os operariados organizados, e entre os quais admitimos os lluditas os anarcos os neo-anarquistas, não como pelegos sindicais, mas apenas aquele tidos como revolucionários que estão alicerçados num contexto de poder popular, de formação politica, na luta por direitos pelas reivindicações sociais, na luta pela fraternidade, pela solidariedade entre os povos, pelo fim de explorados e exploradores mas visando não apenas isto mas um processo revolucionário.
E isto faz-nos lembrar o histórico sábado de 28 de novembro de 1847 quando Karl Marx e Freidrich Engels foram juntos a Londres na Liga dos Comunistas, e ficaram dez dias debatendo, discutindo e redigiram um Estatuto cujo o primeiro artigo declarava que o objetivo da Liga era a derrubada da burguesia, abolição da velha sociedade burguesa baseadas em antagonismos de classe e a fundação de uma nova sociedade sem classe, sem propriedade privada. Porém a proposta de Engels foi abandonada em relação a uma profissão de fé, propôs um manifesto e Karl Marx ficou encarregado de sua redação. E o Texto todos nós conhecemos de fevereiro de 1848 sem o seu nome impresso na oficina de Londres de J.E.Burghard. e isto está publicado no marxismo para principiantes. Publicado em Lisboa, na Publicações Dom Quixote, entre as paginas 89 e 90.
Há quanto ao socialismo recordo o texto de Martha Harnecker falecida em 15 de junho de 2019, "O socialismo social que começa com o triunfo da revolução proletária. Trata de uma etapa que surge diretamente do capitalismo e durante a qual se ajustam e transforma os elementos herdados do passado. Durante essa etapa vão desaparecendo os elementos negativos e vão fortalecendo os elementos que conduzem ao comunismo, a etapa da sociedade em que desaparecem as classes sociais e o Estado como mecanismo de repressão."
E diante deste contexto sei que enquanto isto, fico observando as saladas paulistas entre esquerda e a direita, feita pelas categorias que formam a classe dominante e seu neoliberalismo, sua social democracia revisionista, que inclusive convivem harmoniosamente bem entre neoliberais e sociais democratas, mesmo diante da agruras das tristezas e abandono social que passam o povo, e eles sem entender os conceitos e o lado em que está o coração. Ah! e o meu coração está do lado esquerdo tem cor é vermelho. E enquanto isto penso coletivamente como o coração que por meio dos seus vasos sanguíneos bombeiam e sustenta todo o meu corpo. E assim sustento o ideal do respeito coletivo da paz, do amor e da proposta de outro mundo possível. Abraços
Manoel Messias Pereira
professor e cronista
São José do Rio Preto- SP. Brasil
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