Cronica - A arte histórica da costura da Paz no sudoeste africano no Século XX - Manoel Messias Pereira
A arte histórica da costura da Paz no sudoeste africano no Século XX
E há sempre um colcha de retalho um belo bordado, em que exige de todos os protagonista a arte manual com as agulhas em sentido figurado e a leitura da obra na contemplação das estrelas. A historia precisa ser amplamente compreendida no seu todo; e os fatos as vezes são apenas parte de um processo. E o importante e ter no contexto essa totalidade.
E digo isto reportando ao ano de 1988 quando no Cairo entre os dias 24 a 26 de junho houve uma reunião tripartite entre África do Sul, Angola, Namíbia e Cuba, sobre as questões de promoção da Paz no sudoeste africano, e neste reunião pouco avançou. Porém precisamos compreender a totalidade das ações que permitiram a busca da paz, mas iniciada sim em 1982 e encerrada em 1988, e que merece por parte dos historiadores uma atenção especial.
O que estava em pauta num conjunto de conversações era a busca da Paz no sudoeste africano, que culminaram sim com um tratado assinado em nova York, entre os quatro países envolvidos Angola, Cuba, África do Sul e Namíbia. E os primeiros contatos para isso se deu em 1982 de principio entre angolanos e sul africanos e foram realizados por intermédio dos Estados Unidos da América, que foram aceitos como mediadores. Sendo que até 1986 o processo não evoluiu, apesar das iniciativas pacíficas em Angola. E vale informar que o presidente angolano José Eduardo dos Santos em 17 de novembro de 1984, apresentou uma plataforma global de entendimento aos secretario geral da Organização das Nações Unidas.
Em 4 de agosto de 1986, o governo angolano apresenta uma proposta de acordo entre Angola, Cuba, África do Sul e Swapo. Foi preciso aguardar quase um ano para que os Estados Unidos da América reagisse. E a contraproposta americana foi discutida em duas reuniões, realizadas em julho e setembro de 1987,nas cidades de Luanda e Bruxelas.
Nos primeiros três meses de 1988, foram efetuadas três reuniões, toas em Luanda, um em janeiro e duas em março. Nas duas últimas participaram os cubanos ao lado dos angolanos. E finalmente em maio de 1988 aconteceu em Londres, a primeira reunião com a participação dieta da África do Sul. Desde então até dezembro foram feitas quatorze reuniões incluindo o da assinatura do acordo global de Paz.
E cada uma destas reuniões tiveram o seguintes resultados entre os dias 3 e 4 de maio de 1988 em Londres ocorreu a primeira reunião tripartite em que Angola e Cuba ofereceram quatro anos para a saída dos soldados internacionalistas do território angolano, em troca da independência da Namíbia. E no final do encontro anunciou-se que houve progresso nas discussões.
Dia 13 de maio de 1988 - representantes de Angola e da África do Sul encontraram-se bilateralmente em Brazzaville, para uma troca de esclarecimento sobre a proposta de paz angolana. E as duas partes saíram desta reunião satisfeitas.
Já em 24 a 26 de julho a chamada segunda reunião tripartites. Foi chamado o encontro fracassado, pois o Ministro dos Negócios Estrangeiros da África do Sul limitou-se a emitir opiniões gerais sobre a situação no sudoeste africano. E segundo o jornal da BBC, pretendeu dar uma lição de democracia ao governo de Angola. E basta recordar que a África do Sul ainda estava sob o regime do Apartheid, período em que mantinham-se a Lei do Passe, período de grande terror a população nativa. Enquanto que Angola uma tinha uma independência debutante, num processo de democracia em construção. E se fossemos discutir apenas esse fato isolado. Não teríamos retratado o objetivo histórico.
E dias 11 e 13 de julho de 1988 reunidos em Nova York, os quatro países aprovaram um documento de quatorze pontos estabelecendo os princípios para o acordo de Paz. E esse documento foi formalmente ratificado pelas parte em 20 de julho. E entre os dias 22 a 23 de julho, representantes militares dos quatro países encontram -se na Ilha do Sul em Cabo Verde, naquela que foi considerada a reunião mais técnica.
E entrre os dias 2 e 5 de agosto ocorreram a Reunião em Genebra. No final Angola e África do Sul suspender de fato as hostilidades militares. Nos termos deste entendimento os invasores sul - africanos abandonaram Angola a 27 de agosto. Foi também criada uma comissão mista de vigilância da fronteira, com oficiais angolanos, sul africanos e cubanos.
E de 24 a 26 de agosto Reunião quatripartite em Brazzaville. De 7 a 9 de setembro Nova Reunião em Brazzaville. E á nos dias 26 a 29 de setembro, no final de mais uma reunião em Brazzaville, funcionários americanos disseram que tinham sido feitos progressos na definição dos pontos do conflito e aproximações de posições. O chefe da delegação angolana, general António França (Ndalu) anunciou estamos a porta de um acordo.
E em 8 e 9 de outubro em Nova York as partes aproximam ainda mais as suas posições. Angola e Cuba queriam trinta meses para a saída cubana do território angolano, enquanto os EUA e os África do Sul queriam 24 meses.
E nos dias 13 e 15 de novembro ocorreram os entendimentos finais em Genebra; a Namíbia seria independente e dentro de sete meses e os cubanos sairiam em 27 meses e ficou tudo para assinar o protocolo de Brazzaville.
E nos dias 1 a 3 de dezembro de 1988 os sul africanos abandonaram surpreendentemente a capital congolesa, recusando -se a assinar o protocolo do acordo. Pois eles queriam também verificar a inclusão de uma comissão para observar a retirada cubana de Angola exigências essa que contrariava mutuamente o que foi acordado em Nova York em julho de 1988.
E dia 13 de dezembro Depois de intensa consulta, os negociadores voltam a Brazzaville e assinam o protocolo, que marca a Independência da Namíbia e estabelece o calendário para a retirada completa dos cubanos de Angola. Retiradara fiscalizada pela Onu. E o protocolo de Brazzaville transformou-se em tratado dia 22 de dezembro em Nova York. E dois dias antes do natal são assinados em Nova York, o acordo tripartite entre Angola, Cuba e África do Sul, sobre a Independência de Namíbia, e o acordo entre Luanda e Havana, sobre a saída das tropas cubanas do território angolano.
O presente relato deixa evidente a necessidade da arquitetura diplomática da conversa assim até como os entendimentos militares, as ações as reações os avanços, e no meio do contexto os percalços, os pequenos fracassos como se houvesse um casamento entre todos os envolvidos, e isto mostra a dificuldade em traçar um objeto de disputa no processo de buscar os tais objetivos.
E há sempre um colcha de retalho e um belo bordado, em que exige de todos dos protagonistas a arte manual com as agulhas em sentido figurado e a leitura d obra na contemplação das estrelas.
Manoel Messias Pereira
professor de história
São José do Rio Preto - SP. Brasil
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