O Falecimento de Betty Shabazz
Hoje reportaremos ao dia 23 de junho de 1997, quando no Hospital Jacobi Medical Center no Bronx em Nova York, Betty Shabazz, falecia após ela ter tido em sua residência vítima de um incêndio provocado por seu neto Malcolm Shabazz de apenas 13 anos, no dia 1 de junho de 1997, sendo que o mesmo acabou condenado a 18 meses de detenção juvenil, por homicídio culposo e incêndio criminoso.
Betty Shabazz, nasceu Betty Dean Sanders, em 28 de maio de 1934, em Detroid em Michigan era filha adotiva, foi enfermeira, educadora e uma ativista pelos direitos humanos da população afro-americana nos Estados Unidos da América, conhecida como esposa de Malcolm X.
O racismo era algo em que os seus pais brancos não conversaram com ela em casa e sempre protegeram, esses eram o casal Lorenzo e Helen Maloy, que criaram-a desde aos 11 anos, pois antes disto ela viveu com Ollie Mae Sandrers, que segundo consta havia abusado de Betty Sandrs. Porém o que os Maloys acreditavam estavam alicerçados na ideia de que não falando no racismo ele não seria prejudicial a Betty, porém a menina vai deparar com o racismo no momento de estudos na escola.
Betty um dia escreveu "Que as relações raciais não foram discutidas e esperava que negando a existência de problemas raciais os problemas desapareceriam. E qualquer um que discutiam abertamente seria um causador do problema."
Ela em sua infância por duas vezes viu distúrbios raciais. Em 1942, quando ela teria 8 anos de idade, num Projeto Habitacional Soujourne Truth e em 1943 em Bell Isle e nestes casos Shabazz dizia ser antecedentes psicológicos para seus anos de formação.
Estudou no colégio em Detroid, formou-se no colegial e foi para a Universidade em Tuskegee, uma histórica faculdade afro na Alabama. E segundo ela assim que o trem chegava a sua mãe adotiva tentou dizer algo, mas não dava tempo. No campus ela interagia com os branco sem muito problema o choque se deu quando ela viajou para Montgomery, quando ela sentiu que numa loja os estudantes negros precisava aguardar serem atendidos primeiro os estudantes brancos. Sofreu com o racismo e resolveu mudar-se de campus. E ela que primeiramente desejava o campo da educação foi para a enfermagem.
Na Enfermagem a reitora era Liliam Harvey que incentivou-a a continuar os seus estudos em um programa de Tuskegee-filtrado no Brooklin, Escola Estadual de Enfermagem, em Nova York, contra a vontade de seus pais.
Em 1953 ela encontrou outra forma de racismo agora no treinamento hospitalar. Ela observou que os enfermeiros negros cabiam as tarefas mais difíceis o que ela chamava de os trabalhos piores, mas ali ela viu um contexto melhor do que o de Alabama.
E durante o seu estagio foi convidada por uma amiga superior mais velha a jantar na Nação Islã num Templo no Harlen. E depois deste jantar a mulher convidou-a para assistir a uma palestra sobre o Islã, e ela aceitou. E depois convidou-a para juntar à Nação Islã. No princípio ela disse que a mãe não ia gostar pois ela sempre foi criada num lar metodista e não pensava deixar de ser. Até que conheceu Malcolm X. Que para ela foi um deslumbre, viu nele um homem bonito, inteligente, que passou a conversar com ela falando de tudo de sua infância, dos problemas que enfrentavam os afro-americanos e sobre o racismo.
Não tiveram um namoro convencional. E no dia em que Betty recebeu a sua Licenciatura como enfermeira também casou-se com Malcolm X no dia 14 de janeiro de 1958. E juntos tiveram 6(seis) filhas. Allalhah, Oibilah, Ilyrsoh, Gomilah Lumumba e as gemeas Malikah e Malaak, que nasceram após o assassinato de seu pai MalcolmX.
É interessante lembrar nesta história que em 8 de março de 1964, Malcolm X e Betty deixaram a Nação Islã e passaram a ser muçulmanos sunitas. E em 21 de fevereiro de 1965 numa reunião Organização Afro Americana, surge um tumulto e aparece um homem com uma espingarda e mais dois outros homens que descarregaram suas armas por 16 vezes contra o peito de MalcolmX. E Shabazz estava bem próximo protegeu as crianças jogando debaixo dos bancos viu tudo e correu para os primeiros procedimentos quando policiais e associados levaram para o Columbia Presbiterian Hospital, onde foi declarado morto.
Ela ficou só com as seis meninas, sozinha com as crianças, e foi ajudada por uma série de amigas, como o ator Ruby Dee e sua esposa Juanita Portier, que estabeleceram um Comitê de arrecadação, Alex Harley que havia escrito o livro com Malcolm também colaborou , a esposa de Martin Luther King, Coretta King, enfim compraram a casa para Betty. que criou sozinha as meninas.
E ela mesma dizia que é preciso ser realista afastar de tudo não ajuda o mundo. E que é impossível criar um ambiente para que as crianças possa crescer e viver isolada. É imperativo que se mistura na sociedade em alguns níveis e alguns momentos.
Em 1992 , Betty foi até Meca, cumprindo a saga de todo o muçulmano, uma peregrinação que levou a refletir e lá recebeu o nome de Bahiyah "bela e radiante". E depois disto começou a fazer palestras e ser convidadas.
E em sua vida profissional desde 1976 tornou-se professora de ciência e saúde com concentração na enfermagem, na Medgar Evers Colégio. Em 1980 Passou a ser supervisora do departamento de ciência da saúde e depois presidente da Faculdade. Em 1984 Diretora de Avançadas . E o que se pode observar que ela voltou a Universidade começou a estudar, no campo da Educação melhorou o seu currículo foi para a Universidade de Massachusetts. Além de realizar inúmeros outros trabalhos de ativismo. Vendeu os direitos da vida de Malcolm. Participou ativamente do conselho do Bi-centenário da revolução Americana, no conselho da Mulher Negra, no passou afazer parte da Liga Urbana Nacional, quando da visita de Nelson Mandela, esteve ao lado de Wínnie Mandela.
Em relação a morte seu esposo, apurou-se e foram presos os assassinos que eram da Nação Islã, por algum tempo Betty teve um certo ressentimento do líder Louis Farrakhan, que tornou-se celebre por organizar a Million Man Mach de 1995, uma manifestação de quase um milhão de homens negros e que tens uma ideologia de extrema direita. E em 1995 sua filha Oubilah supostamente por conspirarem assassinar Farrkhan acabou sendo presa e ela acolheu o neto Malcolm Shabazz e foi esse menino que acabou incendiando o apartamento.
Porém tudo passou Betty soube perdoar, teve antes de morrer um momento de encontro com Farrakhan. E creio que ele também que afirmou que não teve nada haver com o assassinato de Malcolm.
A vida de Betty e Malcolm foi retrata inúmeras vezes no cinema em Betty & Coretta em 2013, no filme Malcolm X de 1992, Panther de 1993, na Morte do Profeta de 1981 e no filme Ali de de 2001.
O túmulo de Malcolm X recebeu também Betty Shabazz, no cemitério de Fernecliff. Mas de 2000 mil pessoas compareceram ao seu funeral. Na Igreja Riverside de Nova York muitos lideres presente incluindo Coretta Scott King, Myrlie Evers-Williams,a poetisa Mry Angelou, os atores ativistas Ossie Davis, Ruby Dee e o governador de Nova York George Paloki e quatro prefeitos da cidade como Abraham Beame, Ed Kouch, David Dikins e Rudy Giulliani. A secretaria do Trabalho dos Estados Unidos da América Alexis Herman fez homenagem do presidente Bill Clinton. O funeral foi no Centro Cultural Islãmio de Nova York.
E no final de 1997 a Community Healtcare renomeou suas clínicas no Brooklyn Nov York como Dra. Betty Shabazz Health Center. A Betty Shabazz International Charter School foi fundada em Chicago.
E na Universidade anunciou o Memorial Malcolm X e Betty Shabazz Memoria e Centro Educação. E assim consolida essa homenagem ou seja Mulher negra como o acrescentaram em Meca "bela e radiante." para toda eternidade.
Manoel Messias Pereira
professor de história, poeta e cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil-ALB
membro do Coletivo Minervino de Oliveira de São José do Rio Preto-SP
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