O Comunismo
A palavra comunismo como foi banalizada pela direita. Que fala, fala, e não sabe exatamente o que é e neste contexto revela apenas a sua santificada ignorância, ou mostra-se dissimulada para essa sociedade, carente de conhecimentos.
É triste ver isto quando entendemos as fragilidades das exposições, que tens pessoas de níveis superiores, a mídia toda evidente bebendo numa fonte liberal ou neoliberal e vendo outros seres não como alguém que detém o conhecimento por um outro olhar da ideologia.
A palavra comunismo provem do latim communis que significa comum universal e é a ideologia que pretende estabelecer uma sociedade sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum dos meios de produção. Em outras palavras seria a fase final do desenvolvimento humano alcançada por uma revolução proletária. Ou seja encabeçada pelos trabalhadores do campo e da cidade.
E essa ideia fundamenta-se a partir do pensamento de Karl Marx e Friedrich Engels, no seu Socialismo Científico.
Os comunistas tem como proposta, na qual o componente igualitário refere-se exclusivamente às oportunidades sociais reais que a sociedade deve oferecer a todos e a todas as pessoas e a cada um dos indivíduos para desenvolver a sua personalidade.
A defesa é a igualdade social, para que todos e todas as pessoas possam desenvolver as suas características pessoais sem obstáculos e constrangimentos. A igualdade social é um pressuposto para o livre desenvolvimento.
O que temos no mundo uma ideia de que é preciso existir a desigualdade social, mas essa é fruto histórico que vai aparecer na humanidade em certo tempo do desenvolvimento. Principalmente no período do nomadismo do qual se organizaram em tribos em clãs e que surgiu o ser humano sedentário e que passou a viver concomitante ao desenvolvimento da agricultura, do pastoreio e representou a verdadeira mudança na organização social dos seres humanos e aos poucos foram desaparecendo as comunidades primitivas, e surgindo um estágio de escravização. E nisto há seres humanos que passaram a ter o poder sobre o outro na vida e na morte. Os seres humanos que foram escravizados foram por guerras, por dívidas e um trabalhador nestas condições, passam a ter somente deveres e nenhum direitos. Para ilustrar esse período a sugestão é também assistir ao filme "Spartacus" uma mega produção um épico feito nos Estados Unidos da América por Stanley Kubrick. É uma obra de arte com as limitações da arte e dos meios ideológicos mas é o que é interessante assistir.
Após esse período a humanidade foca o processo feudal que ocorreu principalmente na Europa Ocidental, embora saibamos que neste contexto o sistema de feudalismo ocorreram também em outras partes do mundo. E neste olhar o que vemos três camadas sociais em destaque o servo, que podemos dizer era o antigo escravo que agora tem a sua liberdade não possui mais um ser como dono, porém continua preso a terra e a outra camada é o senhor feudal na qual é indigno trabalhar e nisto está um processo de desigualdade e comandado pelo olhar ideológico da Santa igreja Católica. Que mantem as rédeas do pensamento da época. Cujo o papa apresenta-se como até hoe a grande autoridade do mundo numa Igreja hierarquizada e esse período podemos observar também por meio do cinema num filme como o Nome da Rosa, baseado no romance de Umberto Eco, que retrata esse poder e até o abuso por arte do clero.
Com o aparecimento da Reforma Religiosa, em que multiplica-se o cristianismo, surge o Luteranismo, o Calvinismo e assim por diante, temos a contestação deste poder da Igreja Católica e seus valores. E paralelamente a isto surge o movimento cultural do Renascimento, que vem trazendo novas tendências as artes, a utilização das cores vivas, a busca do sentido em que os valores do humanismo se destacam, e criticam a igreja chamando o período em que elas deram a linha ideológica como período das trevas. E assim com o aumento da população e da produção o sistema feudal deixa de ter a sua importância uma vez que esse sistema de feudo vai desaparecendo e surgindo as primeiras cidades o que chamamos de renascimento urbano. Uma vez que as cidades durante os períodos imperiais como de Roma antiga, foram extintas devido as lutas e os contatos com os seres humanos que foram chamados de bárbaros, pois neste período também desenvolveu-se a ideia do ser cultural latino e em relação aos outros povos um desprezo . E esses desprezados foram os ostrogodos, os visigodos, os vândalos, os germânicos e assim por diante. Essas cidades passaram a serem chamadas de burgos, e a camada social responsável pelo comercio os burgueses, que firmaram om os reis a ideia de pagar os impostos e em trocas receberem a proteção do Estado, em relação a administração e a necessidade de expandir o comercio e ter a a segurança, para proteger a propriedade, e assim começa a estruturar essa sociedade em que uma classe vive de lucros e a outra apenas com o salario o um ganho para alimentar-se e continuar o trabalho para enriquecimento da classe burguesa. Os antigos artesões passam a experimentar as casas de ofícios e mais tarde surge as pequenas fábricas, e essas são adquiridas por um complexo maior e surge a indústria, e com ela o domínio da revolução cientifica, sendo que a matemática, a química, a biologia, e a física e nela a mecânica toda a serviço de um capital. Essa classe burguesa começa a dominar a natureza, e ter matéria prima, terras, transformação de matéria prima em produtos ter o mercado e mãos de obras disponíveis, e assim vemos que duas classes sociais distintas aparecer e um fundo ideológico, com base em valores iluministas e clássicos que conseguem derrubar os antigos poderes absolutos, a pensar agora numa monarquia constitucional e mais tarde numa república. E óbvio as diferenças entre os donos destes meios de produção e do trabalhador surge.
E com isto a desigualdade cresce a partir das demissões que ocorrem nas fábricas com o aparecimento das novas máquinas e novas tecnologias. E esse trabalhador começa a reagir a tudo isto e a primeira reação é a quebra destas máquinas é o pensar ludita. É o pensar anarquista. Mas devido a repressão de patrões e governos, passaram a estabelecer o movimento cartista, ou seja resolveram enviar cartas as autoridades até descobrir que trabalhadores eram um ser explorado pela classe burguesa e não tinha a sua cidadania reconhecida pelo parlamento inglês. Começam assim a organizar as marchas , a organizar as greves e om isso esses trabalhadores aproximam das chamadas organizações que mais tarde vai transformar em sindicatos. E esses por suas vezes aproximam de vários pensadores, como são conhecidos os socialistas utópicos. E por fim vem o pensar de Karl Marx e Friedrich Engels, que começam num Manifesto, mas estrutura-se e três pilares, a critica a esse capitalismo que resolve a vida de um classe social que tens os domínios dos meios de produção mas que não é eficaz para a vida do trabalhador. E neste contexto traz o elemento socialista provindo de observações, antes vendo os revolucionários franceses na revolução depois os pensadores da Conspiração dos Iguais, e por fim o período de organização da Comuna de Paris. E com isso também Marx praticamente vira do avesso a teoria hegeliana com sua tese versus antítese e que é possível extrair um terceiro elemento que é a síntese. E com isto temos o processo do Materialismo Histórico Dialético. E a obra cinematográfica que sugiro é o filme Germinal alicerçado no romance de Emile Zola. Essas obras é de um realismo bastante oportuno para a compreensão de um período histórico. Entendendo que trata-se de uma obra de arte, portanto com esse limite.
A ideia do socialismo cientifico é que permite a visualização de um mundo, em que possamos pensar numa sociedade sem classes sociais e livres de quaisquer opressões porem essa sociedade ainda não foi implementada em nenhuma parte do mundo. E consta nas teorias das ideias mas mesmo somente em pensamentos causam nos atores do sistema capitalista tanto medo e pavor. Exatamente porque no capitalismo cria-se toda a desgraça e miséria do mundo em razão do lucro surge o desprezo ao outro ser humano, surge a discriminação o racismo os preconceitos tudo como forma de controlar o seu próximo.
E assim fazem governos com repressão. E ao mesmo tempo que surge os valores como da religião que só organizações feitas pelos homens , defeituosos, como outros quaisquer que utilizam de um livro tido como sagrado, para estabelecer o medo a sandice, mas visam também a exploração deste ser desgraçado pelo capital como um filão para seus lucros. E por isso continuam tão próximo do poder.
outras organizações surgem neste contexto basta lembrar que na Igreja católica teve bulas papais como de Leão XIII e mais tarde de João XXIII, que foram chamados mais tarde de Socialismo Cristão, porém sabemos que não é nada disto, mas foi uma forma da Igreja tentar tirar dos comunistas esses trabalhadores, pois a igreja foi ao longo do tempo fiel ao sistema de opressão chamada capitalismo e inclusive com organizações como o grupo Tradição Família e Propriedade, que pregou repressão a todos os comunistas.
Assim observamos que os valores empregados por esse grupo religioso difere e muito do humanismo, estão com quem defendem a expulsão do ser humano da terra, da morte de religiosos, e com isso não resta a menor duvida. Pensar o processo de humanização da sociedade de uma proposta humanista é inserir num ideal ético de movimento e isto é o comunismo. Respeito acima de todos a todos os indivíduos.
Manoel Messias Pereira
professor de história
membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP/Uberaba-MG.
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