Em Moçambique o dia 3 de fevereiro é chamado o Dia da Unidade Nacional, ou dia dos heróis moçambicanos, uma data que marca o assassinato de doutor Eduardo Chivambo Mondlane, morto na Tanzânia por uma carta bomba enviada por agentes da PIDE a policia política portuguesa. Para o seu posto foi nomeado Samora Machel, ao qual conduziu com sucesso a luta armada em Moçambique tornando -se presidente.
A biografia de Dr. Eduardo Mondlane, vai mostrar que ele foi professor universitário nos Estados Unidos da América, foi casado com uma estado - unidense, funcionário das Nações Unidas, e principal mentor intelectual da Frelimo fundada em 25 de junho de 1962. Observando-se que havia três movimentos que lutavam contra o inimigo do território moçambicano, que necessitava sair do jugo português, libertando-se e tendo a sua independência e esses movimentos eram a Unami, Udenamo e Manu, na junção destes tres movimentos nacionalistas surgiu a Frelimo, como ficou conhecida a Frente de Libertação de Moçambique. Que teve a capacidade de unir todos os patriotas moçambicanos e o objetivo principal era a libertação nacional.
Em 1964 a Frelimo lançou-se a Luta armada em Moçambique e em 1969 os portugueses conseguiram assassinar Eduardo Mondlaine. Coube a Samora Machel que era tido como um radical, que pertencia a ala militar da Frelimo a condução do processo. E assim o Movimento de Libertação organizou seu discurso e estratégia contra o imperialismo português dentro de um modelo bem particular de luta incorporando questões específicas da identidade africana, aliando-se a um discurso com paradigma marxistas.
Os primeiros combatentes moçambicanos foram treinados na Argélia, onde tiveram suporte militar e ficaram mais próximos ideologicamente de outros países que alcançaram a sua independência pela luta armada. E vale informar que o efetivo e poderio de forças portuguesas eram imensamente superior eram 35 mil soldados portugueses e contra 250 homens moçambicanos. Sem contar com os recursos que tinham os portugueses. Diferente de Portugal que tinha um exercito regular, a Frelimo precisou usar táticas de guerrilhas atacavam o inimigo e depois recuava. O segredo da Frelimo era que todos conheciam bem a região enquanto para os portugueses e assim como os estrangeiros da Inglaterra que somavam com Portugal tinha no lugar uma região desconhecida.
Outro fator que ajudou a Frelimo era tempo e espaço nos embates: quanto mais o tempo passava mais espaço eram conquistados pelos guerrilheiros moçambicanos, ou seja a Felimo adotou a concepção chinesa da Guerra prolongada, que além da vitória consistia também no desenvolver o conhecimento a consciência dos camponeses ganhando-o definitivamente para a luta armada. E enfrentaram os portugueses utilizando à construção de aldeamento, cujo o objetivo eram o confinamento e controle das populações, retirando de suas casas e aldeias como aliás os americanos fizeram no Vietnã.
A expectativa eram ter derrotados a guerrilhas após assassinar Dr. Eduardo Mondlane em 1969, e por isto o exército português desencadeou a operação denominada nó Górdio que consistia numa grande ofensiva de cerco contra a Frelimo, uma operação fracassada. Pois a Frelimo ia conquistando espaço e apoio da população, zona libertadas foram senso criadas. este avanço por parte da guerrilha conduziu às primeiras fissuras dentro do próprio movimento, mais especificamente na concepção da linha política que estava se processando na luta dividindo-se em linha revolucionária e linha reacionária.
Eduardo Monlane dizia que a base comum que todos tinham na luta por sua libertação era destruir a estrutura colonial, impor uma nova estrutura social, numa evolução do pensamento e concluía -se no socialismo, revolucionaria progressista do tipo marxista-leninista. E grande parte destas informações constam no livro "As revoluções Africanas "de Paulo Fagundes Visentini -Editora Unesp.
Hoje 3 de fevereiro é dia de colocar flores nas praças dos Heróis, é dia de lembrar Dr. Eduardo Mondlane, Samora Machel, e Marcelino dos Santos, que sempre estiveram juntos dando uma linha revolucionária a Moçambique, e unindo todos para enfrentar os problemas e inclusive das lutas internas que poderia levar o caos ao país, adotaram ainda uma política de apoio a todos os outros movimentos de libertação. E conseguiram construir uma nação forte e soberana para todos os povos moçambicanos que podem sim orgulhar de seus heróis nacionais.
Manoel Messias Pereira
professor, poeta, crônista
Membro da academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil
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