Dia nacional de Luta dos Povos Indígenas
Hoje no dia nacional de luta dos povos indígenas, passo a buscar na memória o que aprendemos com a história, com o jornalismo, com a sociologia e com o contato respeitoso, com o diálogo sobre as questões da comunidade indígena.
E vou recordar primeiramente que em 1992, li no Panorama da Revista Caderno do terceiro mundo de numero 148, na página 5, um pequenino texto mas que trazia o sofrimento Ianomâmi "Recuperada a Paz na vastidão do território que lhes foi assegurado, os ianomâmis recomeçam a preocupar-se com a possibilidade de novas invasões por parte dos garimpeiros, principalmente daqueles que forem expulsos pela pressão da vigilância venezuelana. O drama, porém já está estabelecido a malária vem matando com intensidade. Dos 7 mil indígenas de Roraima cerca de 3,5 mil estão sofrendo de malária" e havia na matéria uma estatística de que em 1991 morreram 145 indígenas ianomâmis e somente 58 nascimentos havia ocorridos no período.
Em abril de 2001, uma reportagem desta mesma Revista Caderno do Terceiro Mundo n.230, pagina 10, que apresenta os indígenas em busca de uma qualificação superior, na Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT), num vestibular que teve 570 indígenas inscritos e 200 deles já iam começar as aulas. E mostra de todos haviam presente 23 etnias que concorriam a cento e oitenta vagas. E a nação indígenas de maior presença eram os xavantes, que participava do vestibular com 150 concorrentes seguindo dos tucanos do Amazonas com 41 candidatos e os bororos que estavam dom 40 candidatos.E que foi registrada a presença naquela universidade de indígenas de outras regiões do país como Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, paraíba, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina. Na época recordo que um dos coordenador da Unimart disse que estava atendendo as nações indígenas fazendo justiça e para tal havia recursos na ordem de três milhões de reais no projeto.
E nesta mesma página da revista o presidente da Funai da época Glênio Alvarez demitia a assessora especial Krin Kaingang, socióloga que trabalhava na coordenação de defesa dos Direitos e Interesses dos Povos indígenas e ainda foi discutido a questão do racismo sofrido pelos indígenas. E ela afirmou na época que o presidente da Funai não teve a coragem de demitir Sydnei Possuelo, e sim demitiu-a , que era a parte mais fraca. E acrescentou sou indígena. Eu conversei pessoalmente com Krin Kaiganang, quando ela esteve fazendo uma palestra em Águas de Lindoia, num Congresso da Apeoesp, ela foi bastante simpática fez várias correções inclusive em postura de professores que tratava os indígenas sem nenhuma noção, ao usar a expressão programa de índio, ou coisa assim.
No Caderno do Terceiro mundo de n.216, página 64, havia uma matéria assinada por Moacir Weneck de Castro em que ele afirma que pouco foram os pensadores com justeza o papel do indígena na formação do Brasil. e lembra o nome do professor Darcy Ribeiro, que ao lado de Orlando Villas Boas, se tornaram alvo de uma medida arbitrária da incompreensão da injustiça vigente dos defensores da causa indígena.Evai narrar todo o contato que o indígenas tupinambás tiveram como mundo europeu como o rei Henrique II e Catarina de Médici, com Montaigne, Jean Lery e André Thavet. E mostra que o brasileiro Afonso Arinos chegou a mostrar que o indígena brasileiro acabou por ensinar a liberdade e afirmar que os europeus devia civilizar a sua própria sociedade ao invés de impor o seu estilo de vida aos indígenas, cuja aquela sociedade excluía a injustiça e e a felicidade de uns a custa da miséria de outros.
Já na Revista Caderno do terceiro Mundo 239 de março de 2002 os Povos Indígenas representados divulgaram uma Carta, durante o Fórum Social Mundial, na qual fazem uma série de reivindicações como a Criação do Comitê dos Povos Indígenas nos próximos eventos, e essa carta tinha a assinatura de 200 indígenas de todas as regiões do Brasil Na carta exige-se que todos os governos, instituições religiosas e todos os segmentos responsáveis pelos massacres históricos contra os indígenas assumam o compromisso de implantar políticas afirmativas que os retirem das condições de pobrezas e dependência construindo um mundo mais justo para as futuras gerações. solicitaram ainda que as politicas públicas nas áreas de educação, saúde, e produção alimentar respeitassem a diversidade cultural. E reivindicam a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas que tramita no Congresso a pelo meno 12 anos.e criticam o governo brasileiro pela falta de compromisso em garantir no Orçamento da União recursos para a demarcação de terras e protestam contra as violações de direitos . E na carta escrevem basta sempre tratados como culturas inferior, seres incapazes por sermos diferente. Basta de violências, contra as mulheres e crianças indígenas. Basta de práticas criminosas e discursos perversos que têm a pretensão de diminuir ainda mais nossos territórios.
Essas informações retirados desta revistas são interessantes para que tenhamos um alicerce para realmente lançar um olhar sociológico sobre essa realidade. E assim podemos perceber que de princípio no período de Fernando Henrique Cardos, havia a necessidade de um trabalho de saúde e assistência social com as comunidades indígenas, precisava combater a febre amarela, precisava ter acompanhamento do pré natal às mulheres indígenas. Penso que faltou exatamente esse cuidado. Porém já havia um projeto para formação educacional desta população inclusive com verbas. E assim mesmo um carta de reivindicações sendo apresentada e os indígenas viam o governo brasileiro sem um compromisso de fato ou talvez de efetividade na questão as suas causas.
Com o governo Lula não tive acuidade de relatar nada porem vi surgir da lavra do governo ou das reivindicações populares a Lei 11635/2008 que trata do ensino da cultura indígena no Brasil. Em 2010 foi criado o SESAI -Secretaria de Saúde Indígena, ligada ao Ministério da Saúde e recordo que Davi Kopenawa cobrou eficiencia no atendimento. Foram 751 postos instalados nas comunidades indígenas. Portanto em parte via que houve uma continuidade a politica social anterior.
No governo Dilma Rousseff ela foi bastante criticada recordo inclusive pela indígena do Acre a Toya Manchineri, que era da Conselho nacional de Politica Indigenista, que afirmou que ela foi lenta, e no governo dela havia um inicio de aumento da violência aos povos indígenas. Assim como a ONU apontou em relatórios omissão do governo em relação aos povos indígenas.
Na embaixada do Brasil em Londres
E por fim chegamos no atual governo que de cara disse que não iam demarcar nenhum centímetro de terra para os indígenas ainda incentivo fogo na amazonas, num discurso em 1988 elogiou os membros da cavalaria americana que dizimaram os indígenas. E hoje sabe-se que o Brasil é um país perigoso para os povos indígenas, e no atual governo falam em tomar as terras dos indigenas para o agro negócio. Está um horror em em abril de 2016 um grupo de pessoas esclarecidas do mundo entre os quais a atriz Julie Christie ir até a embaixada brasileira manifestar-se contra a politica nefasta do governo do Governo Bolsonaro.
Sonia Guajajara uma mulher liderança indígena e ex- candidata a vice presidência da República na última eleição afirmou precisamos resistir.
É triste quando o importante precisamos compartilhar de um Brasil de felicidade, de respeito, de paz, mas não temos. E sim reafirmamos em que continuar tensos, diante de um atrapalhado governo que não visa o interesse social das classes menos favorecidas, mas muito pelo contrário. Enfim é triste.
Manoel Messias Pereira
professor de história, cronista
São José do Rio Preto-SP
Membro do Coletivo Minervino de Oliveira de São José do Rio Preto-SP
membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
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