Crônica - Ah! Crença no Brasil de hoje - Manoel Messias Pereira


Ah!  crença no Brasil de hoje

A nossa vida e as informações que de princípio obtemos, na nossa casa, com os costumes da família a que pertencemos, assim como da nossa escola, local em que aprendemos a conviver com o outro igual ou diferente, na perspectiva de uma plena harmonia, na construção de nossos direitos, no aprendizado diário. Ou então no nosso trabalho, quando temos responsabilidade dos nossos afazeres profissionais, ou então no nosso lazer, em que buscamos descansar, namorar tomar cerveja, jogar e, por fim as nossas opções partidárias e politicas. Onde desenvolvemos a ética do respeito do compartilhamento de tristezas, esperanças, de sonhos, de realidades, de companheirismo e camaradagem, oportunidade que sorrimos juntos ou choramos abraçados conforme o prazer do sorriso ou o tamanho da dor. E são essas as premissas que permitem-nos ter ou não ter uma ética.

Tive um professor, chamado Domingos Casseb, que dizia todas as vezes que vão falar ou escrever sobre a ética falam das etiquetas. E elas as etiquetas são um conjunto de regras para viver em sociedade. Eu diria que regula a conduta do meio social. E isto faz-me recordar as aulas de catecismo num Terreiro de Umbanda em 1961 em São José do Rio Preto-SP, quando a moça chamada dona Jurema ensinava para nós que "moral era um conjunto de regras" . Parece que isto permite ter uma convergência entre o que entendem por moral e o que falam sobre ética. Mas que o meu professor diziam estar falando sobre etiquetas.

Numa aula perguntada sobre a moral e a ética e o professor Casseb disse, a moral vai sendo mudada de acordo com a sociedade a ética não. Eu penso que há uma ortodoxia no contexto da vida. Ou seja a sociedade pode adotar regras, mas essa nunca  pode ser certa ou errada, do ponto de vista ético.

Quando falamos em ética, lembramos de Spinoza, e esse autor é o ponto principal da filosofia moderna: Spinozism ou nada mais. É preciso se banhar naquilo que é tudo que acredita ser  verdadeiro que se acredita, pereceram.

Nasci, cresci e sempre vivi, conforme dizia minha finada avó, Dona Ana, que afirmava vivemos na conformidade de Deus. Muitas vezes não tínhamos nada e ela dizia estamos na conformidade de Deus que é a humildade. E emendava lembra Jesus Cristo, o rei dos reis e grande senhor, mas que caminhou entre o povo, pregou entre o povo e morreu na Cruz pelo povo. Do outro lado pensava eu fico aqui na conformidade de Deus. E há outros que a conformidade é a abundância. Realmente ficava pensando que esse Deus parece ser seletivo. Faz uns gozaram a vontade e outros ferrarem a vida toda.

Essa questão da ética capitalista acho um saco, primeiro eu acreditava antes que o Estado, era uma montagem criada pela superestrutura politico e econômica para servir de equilíbrio entre quem detinha o capital e quem não tinha  nada. E nisto haveria o equilíbrio do estado para ser uma balança na sociedade. Porém nos últimos anos percebi que não é essa a função do Estado, principalmente do capitalismo aplicado no Brasil, ms sim serve para arrecadar um montante de dinheiro, que serve uma classe ou elite dirigente, que são patrocinadas, pela classe burguesa. Os erros, os acertos são dos representantes desa classe que reveste como representante do povo, mas poucos conseguiriam viver com as dificuldade de um trabalhador que ganha as vezes menos de um salário mínimo e fica dois ou três anos desempregados. Ou seja o salário oferecido aprovado, por um bando de rico, cai no ridículo na humilhação. E não dá para atender  aos requisitos básicos conforme estabelece a Constituição Federal.

E essas afirmações feitas posso muito bem estabelecer como indagações, como perguntas. E já fiz isto com parlamentares, que parecia que desejava me devorar quando questionei-os em plenárias públicas. E as respostas são sempre agressivas.

Pode ser que eu estejas errado e que todos aqueles que detém  o poder estão certos. Porém lembrando da minha casa, do respeito coletivo que me foi ensinado, do repartir o pão ao meu próximo, de desejar a felicidade de minha aldeia para que eu possa tornar-me um feliz também. Quando lembro da minha escola, em que compartilhava conhecimentos, e  que estudava para entender e saber as disciplinas que eram ensinadas, e tinha a possibilidade de contestar, de dialogar com o conhecimento, adquirido, fazer argumentação e propor outras possibilidades de escola, como a inclusiva mas de verdade não essa palhaçada do faz de conta que existe ainda. Isto que existe é falta de ética , de pudor, de respeito. Eu sei que o governo que está aí, é da esculhambação de canalhice, mas tenha dó. E quem defende isto que vai desculpar eticamente pra mim já devia ter virado saudade.

E quanto aos direitos, veja o trabalhista. Virou pó. Quanto ao direito de aposentar, está virando uma poeira. Teremos no futuro pelo visto entre os nossos filhos, uma possibilidade do aumento do suicídio entre os mais velhos como aconteceu no Chile. Pois quando o ser humano precisa de cuidar mais da saúde vai ter uma ausência de recursos. Outro fator é o esvaziamento do contexto educacional. Talvez seja pra criar robozinhos ou soldadinhos de chumbo sem cérebros.Sendo isto apenas uma doce figura de linguagem. 

Enfim desconfio do Estado brasileiro, não acredito em quem governa, acho a economia uma porcaria, e eticamente reprovo todos desta maldita, direita, elite dirigente e só. Como diria o cantor Cazuza "A burguesia fede, a burguesia só quer ficar rica...A burguesia quer ir a New York para fazer compra, a burguesia não repara a dor da vendedora de chiclete" É essa é a insensibilidade, que chamo de indiferença. E é isto, tudo e nada, ou não?

Manoel Messias Pereira

professor, poeta
São Jose do Rio Preto-SP.

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