2019 último ano do Cavaco
Este ano
foi da resistência
e quem sempre resistiu
simplesmente partiu
como o amigo
Ademar Bortolomei
o conhecido Cavaco
que neste mês de dezembro
de 2019, deixou-nos
seu coração não aguentou
saiu deste mundo
dos vivos
dos hipócritas
dos filósofos
da igualdade
e das desigualdades
dos consumismos
de uma multidão de quietos
silenciosos como gados
que vão para o corte
abatidos pelo próprio sistema
dele lembro do nosso último jantar
apenas uma sopa de macarrão
acompanhada de um pão
partilhando o cair da tarde
recolhendo as estrelas
que brilhava na noite
e na minha mesa ficou
o livro de Fernando de morais
que ele trouxe-me e mais
Sua crônica "um bar que era uma salada"
numa lembrança doida
de tantas almas
que compartilharam por ali
uma cerveja ou uma pizza,
Como Dom Gutierrez, o Cacho,
a Vandeca, Professor Enjorras,
o Vicente Pé , o Sardinha
o Bueninho, o Bola Sete
o Quirera, a Clarice.
Tantas e tantas lembranças
de um bar que já foi esquecido.
Adeus Cavacos
destas lembranças
privilegiadas
e das suas visitas
as vezes inesperadas.
Adeus amigo
és agora eterno.
Manoel Messias Pereira
professor, poeta e cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil
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