A Escola conceitual
A escola no meu entender precisa ser o espaço em que privilegie o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. Que seja um espaço que sirva de ponto de encontro de direitos e de evolução do conhecimento. Que a Escola seja o referencial de pais, alunos, de educadores, para busca da transformação da sociedade, que seja pública, que seja laica e, libertária. E que todos aqueles que desejam estudar tenha o livre acesso.
Para a maioria da população a escola é com certeza o único espaço social público. Portanto não pode ser transformada num inferno. Porém o Estado investe cada vez menos. No Brasil desde o governo de Michel Temer, tivemos congelamento de investimento na educação e na saúde. E atualmente vi pela imprensa que até a ciências e tecnologia está com verbas reduzidas.
Essas ações governamentais na minha simples opinião é para atingir a estrutura da escola, em seus múltiplos aspectos, possibilitando uma queda de rendimento, um espaço inadequado que precise de reforma, um desgastes natural do aspecto físico, e um desgaste inclusive gestacional. Com baixos salários, professores e funcionários com poucas possibilidades formativa para exercer o seu trabalho. E na minha opinião é o Estado acreditando na precariedade educacional, visando uma possível tercerização, ou privatização.
E com essas possibilidades creio que haja um esvaziamento das finalidades da escola, na preparação dos indivíduos, que passa a ter uma educação imediatamente desinteressada, com vista a entrada na vida social e na sociedade civil. Ou então surge a falácia da escola voltada para o mercado de trabalho, ou estabelecer-se o ensino técnico. Ou melhor evidente que o ensino precisa sim ser clássico e técnico ao mesmo tempo, o que sempre ocorreu no Brasil foi uma aberração intitulada educação. E nisto creio que podemos concordar. E vale recordar que em locais como a Líbia, aluno tinha inclusive salário. O que poderia ser instituído no Brasil. E se observamos os escritos de Karl Marx no século XIX, ele já defendia a educação técnica casada com a educação clássica.
Outro ponto a ser destacado é que a educação não precisa estar voltada ao mercado de trabalho, mas deve ser emancipadora, para toda a sociedade. Pois o trabalho está mudando, muitas profissões deixaram de existir e os seres humanos que saíram dos bancos escolares precisam estar hábeis a virar-se, de um lado para o outro sem muitas dificuldades. Ou seja se não tem esse trabalho X deve haver um trabalho Y que ele esta pronto para exercer. Por isto essa emancipação deve ser educacional,mas também cultural, artística, social, politica, sociológica, antropológica. Ou seja a educação precisa ter um caráter libertário.
Um ponto que se discute hoje é a Educação em tempo integral. Ela pode ser desde que haja estrutura. as escolas sejam dotadas de oficinas de técnicos ou mestres de ensinos. Do contrário é mentira. Que nisto pode ter as mais diferentes profissões sendo implementadas no âmbito escolar.
E para todas essas sugestões é preciso que haja investimento na educação, para que estabeleça -se qualidade de vida, de educando, educadores de um modo geral. E que a tecnologia estejas para auxiliar à todos. É preciso um repensar educacional. Porém do jeito que caminha o processo eu acho difícil uma mudança.
A minha esperança é que a classe trabalhadora possa sim apropriar do conhecimento assimilado uma vez que com o BNCC, tenho a minhas críticas em relação ao esvaziamento dos conteúdos ministrados. Quando que sou a favor da educação conteudista. E ainda observo e não gosto deste desvio de função da escola, que virou centro de saúde, delegacia da infância, espaço de politicas de geração de renda. Quando escola entendo não é isto. Creio que é preciso que a classe politica precisa se debruçar e repensar o espaço público. Sem interferir ou transformar num espaço progressista de degenerescência.
Manoel Messias Pereira
professor de história, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP.- Brasil
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