Artigo - Meu olhar sindical em relação a Apeoesp - Manoel Messias Pereira


Meu olhar sindical em relação a Apeoesp

Ontem estive na sub-sede da Apeoesp, sindicato dos Professores da rede oficial de ensino onde participei e fui testemunha de uma micro Conferencia de Educação em que se discutiu as duas teses  ou melhor em dez minuto. E levo com isto, com base na experiencia no meu olhar de professor de observador guardo em mim  a demolição da ideia e decadência deste sindicato.

Vi que os professores na sua grande maioria eram aposentados portanto estão diante dos ideais  da realidade neo-liberal, traçada e formatadas por diversos economistas que desejam uma escola voltada apenas como formadora de mão de obra barata para o mercado e por isto esvaiam os conteúdos da escola pública. Enquanto   quem hoje estão com os pés, os cérebros, na luta permanente na sala de aula na escola. Sofrem duros assédios morais, provindo da Secretaria da Educação, da Diretoria de Ensino e da própria gestão escolar nas Unidades de Educação.

  As cabeças brancas pelo tempo como plainas e pleno esquecimentos dos ideais sindicais duma categoria. já viram o tempo passar e tens inclusive dificuldades em tratar desta realidade que surge. Mas são esses velhos professores que estarão debruçados no Congresso da Apeoesp debatendo educação,portanto discutindo o século XX, quando já há outra fase da história. Apenas com uma palavra de ordem vazia. Cujo o tempo possibilitou a eles esquecerem.

 Tive o capricho de observar que na sua grande parte ideologicamente havia um ar de direitismo sobre as cabeças da maioria. E uma não indignação em relação ao Estado e aos atuais governantes.

Somente a Oposição que estavam em numero de oito professores na sua grande maioria todos engajados em unidades escolares sob fazer uma leitura mais profunda da questão pondo o dedo na ferida e estabelecendo o que realmente trazia nas tese escritas. A situação na sua grande maioria seguido a tese da Articulação Sindical corrente petista não leu nada das entrelinhas da sua tese.

Senti-me como estivesse diante das palavras   de Hans Magnus Enzensberger no livro  intitulado "Raiva e Paciência" quando ele disse que " A consciência  é de antemão  um produto social e continuará sendo enquanto existirem pessoas. Não de antemão e a qualquer momento, pode se dizer o que há de verdade nessa expressão. Ela se data de si mesma. Desde começo da divisão do trabalho, determinou-se  que poucos pensasse, julgassem e decidissem pela maioria, mas enquanto a sua mediação era evidente para todos, enquanto o professor aparecia nitidamente diante do aluno, o falante diante do ouvinte, o mestre diante do aprendiz, o padre diante da comunidade, a consciência transmitida permanecia como algo óbvio, invisível. Visível é apenas o opaco; só quando assume medida industria e indução e transmissão social da consciência. A indústria  da consciência é filha do último cem anos. Desenvolveu tão depressa tão variadamente tão rápida que a sua existência ainda não foi concebida."

E neste contexto Enzengberger ele diz que a poesia moderna  tem cem anos de idade. Pertence a história mais até onde vai o conceito de modernidade. Se o próprio conceito não é moderno. É a palavra que vem do latim e que surgiu na virada do século V e seu trajeto pelas línguas europeia e tese de doutoramento. E mal se descobre essa modernidade, descobrirá que a mesma em si mesma não se limita por teoria nenhuma.

Portanto o que vemos é que o Congresso Educacional que teria muita coisa para discutir e aprofundar, ter no seu contexto uma grande maioria de senhores professores, já esquecido, no liminar de suas vidas, apenas cumprindo um passeio de ver a beleza das paisagens, sem o compromisso com as unidades escolares, uma vez que já não fazem parte de nenhuma escola, são aposentados. E isto observando os delegados que saíram desta fatídica Conferência que na sua grande maioria são aposentados.

O que podemos cientificar é que a Tese da articulação que deverá ser com certeza como de tradição a tese guia, fala sim do avanço da direita politica, que trata da hegemonia politica ainda não plenamente definida, mas que tem o lawfare e a América Latina, como parte da ofensiva da direita perseguem a esquerda, trata da prisão de Luis Inácio Lula da Silva, fala da perseguição a Cristina Kirchner, de Rafael Correa e Dilma Rousseff, mas isto não foi discutido ou falado na apresentação da tese. E os professores que vão acompanhar o Congresso nada tem com essa discussão creem com certeza, que a extrema direita está correta e grande parte deles votaram e apostaram no governo que estão aí postos.

Enquanto isto a oposição continua de fora, defendendo a Escola pública, estatal, laica, de qualidade social e dos direitos dos professores e professoras. E vê a necessidade de democratizar a Apeoes para fortalecer nossa lutas e derrotar Doria e Bolsonaro. Em defesa das liberdades democráticas! E nisto observa que o agravamento  da disputa hegemônica torna o mundo um local perigoso. Os Estados Unidos da América, Rússia e China detém 80% dos arsenais nucleares do globo,mas tem permanentemente um discussão na mídia sobre países que não estão neste circulo. Temos o pensamento imperialista moldando o mundo, temos o medo plantado, temos o pânico e a depressão abatendo sobre todos os trabalhadores E o que podemos observar é o nível de agressão.E  é preciso que professores continuem trabalhando e resistindo a todos os ataques que traçam para a destruição do processo educacional. E o que observamos é que o Sindicato aos poucos vai perdendo a capacidade de orientar seus trabalhadores e começam a surfar na onda neo liberal tristemente. Basta ver esse  Encontro Regional da sede de São José do Rio Preto, que tens o slogam "A Apeoesp Avançará na organização das Forças Democráticas para Garantir Educação Pública de Qualidade da Creche à Pós-gradução." É um belo slogan mas pena  que a práxis sindical não me mostra, não apresenta isto. 

Manoel Messias Pereira
professor aposentado
e sindicalizado na Apeoesp



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