Artigo - As mulheres Vítimas de Violência - Manoel Messias Periera

As mulheres vítimas de violência

Todos nós somos tratados e formatados em família, para tornamos seres do mundo. Todos nós nascemos de uma mãe, e por ela ou por outras pessoas fomos educados, e recebemos os primeiros ensinamentos que passaram a ser a nossa referência enquanto seres pensantes, enquanto seres filosóficos enquanto formatados e formadores de opinião. E dentre os ensinamentos as chamadas ideias morais, religiosas, de costumes e mais tarde as informações escolares, as científicas e assim passamos acreditar que estamos prontos para atuar na interferências de outras vidas, crescemos,casamos, nos politizamos, passamos a ter crenças, ideologias, aspectos sociológicos e antropológico e deparamos com os problemas sociais e que necessitam de uma resolução.

E um dos graves problemas nasce exatamente dentro das famílias, são agressões entre os pares que um dia amaram, que um dia deixaram-se se levar pelas paixões, que incluíram nas suas relações o ciumes e a violência, e muitas vezes de ambas as partes e até sobram para as crianças.

Quando deparamos com a ideia de família lembramos que na religião ensinaram-nos que os pais precisavam amar aos filhos, mas na contemporaneidade da vida, começaram a faltar tempos em diversos lares. Os pais chegavam cansados da luta diária e iam deitar muitas vezes para noutro dia seguirem a rotina. Uma rotina muitas vezes precisam mas que causa o estranhamento do casal que separa-se e muitas vezes não sabe o que fazem com a criança,fruto do relacionamento, as vezes de amor outras vezes apenas do sexo. E no estranhamento há ideia de que um é dono do outro, como se objetos fossem.

E por esses estranhamentos é que um processo de violência instalam-se entre seres humanos portadores de toda uma vida, muitas vezes cristaliza-se no lar a ideia de que a mulher é um objeto, que vive e organiza-se em papeis, durante o dia pode ser mãe,secretária, máquina de limpara a casa e anoite a prostituta, a porteira na espera do filho ou do marido. E quando rompe-se com essa lógica dos papéis, ela é chamada de tudo que não serve. E muitas vezes vem os palavrões mas também os safanões e a mulher passa a sofrer.

Outras vezes o homem em casa ou no trabalho sentem-se o proprietário da vida de outras pessoas, e vê todos como extensão de sua propriedade. É o processo patriarcal que está formatado, e cristalizado muitas vezes em violências, em gritos de agressões. Em delegacias da mulher, em boletins de ocorrências e num caminho triste que deságua no feminicídio. Na dor e na indignação de uma sociedade atônica que assiste toda a tragédia com o mesmo olhar de passividade.

E ao longo da vida,da história, vejamos que essas mulheres buscam uma rede de proteção, tentando sair desta relação de inferno que já está instalado na realidade do mundo. Um dia li uma reportagem que uma mulher de nome Maria(ficticio), saiu da Argentina e foi apaixonadamente morar com o seu noivo nos Estados Unidos da América, e um ano depois após golpeá-la na cabeça com a sua própria mala ele expulsou-a do apartamento. Sozinha e longe da família, recorreu sem sucesso, a organismos internacionais tentando buscar apoios. Mas foi encontrar ajuda numa rede de mulheres imigrantes agredidas. Uma rede que iada Califórnia até Nova York. E assim como essa Maria mais e mais mulheres buscam essa rede de proteção como um dia explicou Savitri Bisnath de Trinidad Tobago,fundadora da Aliança de Mulheres da Califórnia Contra o Abuso da Mulher. Assim elas ao encontrarem sentem-se amparadas.

Maria Arias da República Dominicana, advogada especializada em imigração e direito da Mulher, considera que o apoio entre as imigrantes conforme ela integrem a sociedade norte americana. Arias ensina direito em Nova York na universidade e diz que muitas mulheres permanece no país sem a tutela de seus maridos, mas é um tipo de permissão muito dificil de conseguir. E nisto vemos que o sistema está contra as mulheres principalmente as agredidas.

Observando uma informação do FBI, disse que a mulher independente da raça ou classe social é agredida a cada 15 minutos,porém as imigrantes enfrentam obstáculos diferentes  das norte-americanas, não que não haja abusos. E geralmente as imigrantes tem pouco dinheiros e muitas até tem problemas com a língua inglesa. Daí algumas redes buscam hoje um trabalho bilinguês. Mas nem sempre resolvem. Outras mulheres se conformam  com o seu destino e muitas por motivos religiosos. Para muitas a mulher precisa da proteção do homem e serem submissas a eles.

Porém na religião cristã católica, observamos que as mulheres começam a ter um olhar de genero, feminista. Embora a quem ainda disse que na igreja não há esse tipo de problema. Pois é muita pessoa masculina que formam a hierarquia eclesial e tem pouco tato com esse assunto. Mas já falando em Igreja observamos que no livro "Os direitos fundamentais na Religião" surgido a partir do curso de teologia de outono de de 1999, lançado pela edições Loyola, na página 79 consta que Jesus juntamente com os fariseu, foi, nem mais nem menos, o fato de que Ele estava acima da lei, e punha a Lei a serviço doser humano e não ao contrário. e por essa razão diziam  "Eis umglutão e um beberrão,amigo dos coletores de impostos e dos pecadores" E em Matheus 11,19, que ele falava com as mulheres, e,  além disso, de países inimigos, como as samaritana (Jo4,27-40) e com as viuvas, que naquela época não tinham os seus direitos defendidos por ninguém, sobretudo se não tivessem filhos. E poderíamos citar outras passagens que fizeram entrar em conflitos com os sábios da época. E por isto os fiés cumpridores da lei decidiram capturá-o e matá-lo. Porém o conflito estouram quando ele defendem que todos  e todas as pessoas diante de Deus eram iguais.

A igreja se coloca-se como mãe, quando entendem que os Direitos humanos são cojuntos de princípios que pertencem a qualquer mulher ou homem por sua qualidade de seres humanos. O princípio próprio da natureza humana, que possui por sua natureza humana exigir aquilo que lhe é devido e não uma concessão qualquer poder ou instituição, ams algum a que lhe pertence. Se soubermos que os Direitos humanos foram estabelecidos em uma Declaração para defender os direitos de todos a crescer, do ponto de vista da vivença cristã de base.E pensar  que a hierarquia deve dar-nos exemplos enquanto defendem os direitos dos seres humanos. Por isso mãe, entranhas de mãe, que precisa ficar bem claro para o conjunto de homens que estão no corpo da Santa Igreja. Pois no Artigo 5 quando a Igreja hierarquiza-se ela vai num confronto com o próprio direito canônico. E na história da instituição já sabemos de agressões físicas, psíquicas e até sexuais causados por padres, freis e até bispos.

E voltando para o Brasil, recordo o período da presidenta Dilma Rousseff, onde as coisas estava mais transparentes, e houve um momento em que a Ministra Iriny Lopes da Secretaria de Política para as Mulheres, criou uma rede  de atendimento e diretrizes nacionais para o abrigamento num caráter multi-dimensional e a complexidade da violência contra as mulheres exigiram e assim o Estado brasileiro passou a adotar políticas de caráter universais acessíveis a todas as mulheres que englobem as diferentes modalidades pelas quais elas se expressam. E foi previsto uma Política nacional de fortalecimento da rede de proteção embora há violência é algo que ainda nos assuntam.

Em São José do Rio Preto, temos uma secretaria de Politicas para as Mulheres, que atendem também pessoas com deficiências e o quesito raça e etnia. E é dirigida pela professora Mauren Leão Cury.

 Na rede globo, observamos uma informação de que os feminicídios no primeiro trimestre de 2019 aumentaram 76%,  e isso mostra que uma mulher é morta a cada 2 horas. E isto possibilitou um debate no Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o mesmo aponta uma relação entre machismo e racismo. 

E com base nestes dados posso reafirmar que todos nós somos tratados e formatados em família, para tornamos seres do mundo. Todos nós nascemos de uma mãe, e por ela ou por outras pessoas fomos educados, e recebemos os primeiros ensinamentos que passaram a ser a nossa referência enquanto seres pensantes, enquanto seres filosóficos enquanto formatados e formadores de opinião. E dentre os ensinamentos as chamadas ideias morais, religiosas, de costumes e mais tarde as informações escolares, as científicas e assim passamos acreditar que estamos prontos para atuar na interferências de outras vidas, crescemos,casamos, nos politizamos, passamos a ter crenças, ideologias, aspectos sociológicos e antropológico e deparamos com os problemas sociais e que necessitam de uma resolução. Do contrário só nos restam melancolias.

Manoel Messias Pereira

professor,poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB


São José do Rio Preto-SP. Brasil

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