Em memória de Helena Greco -Presente - Manoel Messias Pereira

Em Memória de Helena Greco - Presente
A cidade de Belo Horizonte no dia 27 de julho de 2011, perdia a figura pública de Helena Greco. A Farmacêutica, que tornou-se nacional e internacionalmente conhecida por sua atuação, politica.

Ela que nasceu em em 1916 na cidade de Abaeté-MG, período em que o mundo vivia o medo da Primeira Guerra, que estava em pleno desenvolvimento na Europa, e o Brasil estava de fora desta guerra e somente vai entrar em 1917, quando o navio Macau, será afundado. Portanto estávamos sabendo do acontecimentos via rádio informações, porém longe do fogo cruzado.

Cresceu estudou, entrou na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais. E nas eleições de 1982 candidatou-se e foi a primeira vereadora eleita pela capital mineira. Foi ela uma das fundadoras do Partido do trabalhadores na cidade. Sendo vereadora em dois mandatos o de 1982 e o de 1992.

Juntou-se ao movimento comunista na luta contra o processo de ditadura  civil e militar que ocorreu no chamado Período de chumbo da história do Brasil. Fundou e dirigiu o Movimento Feminino pela Anistia em Minas Gerais.

Teve participação ativa em movimentos que combinaram "Direitos Humanos e Cidadania". Idealizou e criou a Coordenadoria dos Direitos Humanos e Cidadania na Prefeitura de Belo Horizonte, O Conselho municipal dos direitos Humanos, o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, o Forum Permanentes de Luta pelos Direitos Humanos de Belo Horizonte, o grupo de Trabalho contra o Trabalho Infantil e o Movimento Tortura nunca mais.

Nos quarenta anos pós 1964 nós em São José do rio Preto-SP, fizemos uma ação  politica, em relação ao viaduto chamado  31 de março e colamos lá um cartaz que o nosso desejo é que tenha o nome de Viaduto Carlos Marighella. Obviamente que temos até razão histórica para isto. Porém o que não temos é uma Câmara de Vereadores e um Prefeito que visualize-se uma nova interpretação histórica com essa magnitude. Ainda mais agora. 

Sabemos que a Câmara de Vereadores de Belo Horizonte em 2014, no dia 2 de maio, por iniciativa do vereador Tarcício Caixeta (PT), mudou o nome do elevado Castelo Branco para Viaduto Helena Greco.

 E portanto isto torna-se significativa para um conjunto de pessoas que viveu o período ditatorial, chamado de de democracia em que os  nossos militares eram submissos as Operações estadunidenses no Brasil, como operação Broter Sam, Condor, e Operação Bandeirantes. Embora essa submissão continua com os atuais comandantes dos Poderes políticos. Chegando ao ponto do ridículo. Sendo que já até tens um programa humorístico de Tom Cavalcanti que explora esse lado bizarro da Politica brasileira.

Helena Greco  em 2002 foi homenageada pela Universidade Federal de Minas Gerais por indicação da Faculdade de Farmácia com a Medalha de Honra, no Programa Sempre UFMG. Ela que é mãe do Professor Dirceu Greco da Faculdade de Medicina da UFMG.

Recebeu ainda prêmios e distinções de cunho politico com a Medalha Chico Mendes de Resistência de 1995, Cidadania Mundial de 1999 e Prêmio che Guevara 2002. Foi designada para o Premio Estadual de direitos Humanos de Belo Horizonte.

O que preocupou Helena foi a volta dos exilados a segurança de todos os ativistas políticos que chegaram ao Brasil. Ela escapou de um atentado a bomba e teve uma serie de ameaça física.


Hoje ao lembrar de Helena, de sua luta, na criação do Instituto Helena Greco de direitos Humanos e Cidadania que tem no comando a sua filha Heloisa Greco que também é doutora em História. Mas que tens sofrido retaliações na sua luta e outro dia acabou sendo presa por fotografar cartazes em protestos.

 É isto parece que o país regrediu em sua maturidade, e tornou-se frágil a ponto de ter o retrocesso como bandeira, a anti-ciência, a presidência parece ser sinónimo de desrespeito total as organizações sociais, que reivindicam maiores participações do povo, e assim vemos o país caminhar por um processo de recessão, ver direitos de trabalhistas serem incinerados pelas ações executivas da União em acordo com um Congresso Nacional, que deveria impor-se com equilíbrio como Poder Legislativo e discutir com respeito e responsabilidade todas as barbaridades do executivo vemos que são  tocados a submissão do Executivo, vemos a agora a destruição da Seguridade Social, vemos que o ex-presidente Michel Temer e o atual retirarem dinheiro desta seguridade e dizer que precisa de uma reforma por ter uma falência nas contas públicas o que a CPI da Previdência no Senado mostra não é nada disto.  Portanto pregam a mentira, e quem mente tem problema de caráter , de respeito porém a função do governante brasileiro é assaltar e desgraçar o povo brasileiro neste momento.

A verdade é que desejam entregar tudo aos Bancos, assim como todo o património nacional e reservas. Vivemos numa recessão, temos desempregos, não temos um capital circulante, estamos vendo estabelecimentos comerciais industriais quebrarem, vemos a agricultura de longe porém acreditamos que começará a agonizar. E a equipe governamental não tem um "New Deal", ou seja parece agora e tão somente o caminho é o caos. Pois bem ou caminhamos para precipício ou acordamos para a resistência.  E por isto precisamos lembrar de guerreiros e guerreiras como Helena Greco, Presente.



Manoel Messias Pereira
Professor de História, cronista, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. e Uberaba-MG


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