Crônica - Manhãs Ensolaradas - Edvaldo Giacomelli.

Manhãs Ensolaradas

Todas as manhãs  nascem. Esse nascimento pode acontecer na natureza, em nossos pensamentos e entre nossas ações.

A manhã é uma semente transparente, se agiganta, cresce.

Quando ela se torna adulta, bem formada, adquire a cor dourada; transparecendo céu, lembrando anjos.

A harmonia dos raios solares penetra em nossas mentes, brilhando encanto da vida. Depois, as manhãs sorriem quando estamos alegres, irradiam células divinas em nossos passos.

Ao final da tarde, quando o pôr-do-sol se aninha por detrás das encostas, tornando rubras as nuvens, colorindo a noite que chega; aí então a manhã ensolarada descansa enternecida.

Só depois dessa ação completada podemos recostar nossas cabeças nos travesseiros, pois se terá encerrado um ciclo divino sem que maculemos o azul celeste das manhãs.

Deixemos que elas nasçam, mansamente, em nossas almas. Nesse instante estaremos colocando verbo em nossos peitos.

E todo verbo habitará entre os homens da Terra.


Edvaldo Giacomelli

poeta e cronista brasileiro
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil.




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