Refugiados com tuberculose são deixados para morrer em centros de detenção da Líbia. Vale informar após a Primavera Árabe


Refugiados com tuberculose são deixados para morrer em centros de detenção na Líbia


Refugiados e migrantes que sofrem de tuberculose estão sendo deixados “efetivamente para morrer” em um centro de detenção a sul de Trípoli, na Líbia, afirmou no início de junho (7) o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), segundo o qual pessoas que foram levadas à costa pela guarda costeira desapareceram ou foram vendidas a traficantes.
Em meio a um conflito dentro e nos arredores da capital, o porta-voz do ACNUDH, Rupert Colville, expressou profunda preocupação com as “condições pavorosas” em que refugiados e migrantes estão sendo detidos.
Migrante do Níger em centro de detenção na Líbia em 2017. Ele foi detido antes de embarcar em barco rumo à Itália. Foto: UNICEF
Migrante do Níger em centro de detenção na Líbia em 2017. Ele foi detido antes de embarcar em barco rumo à Itália. Foto: UNICEF
Refugiados e migrantes que sofrem de tuberculose estão sendo deixados “efetivamente para morrer” em um centro de detenção a sul de Trípoli, na Líbia, afirmou no início de junho (7) o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), segundo o qual pessoas que foram levadas à costa pela guarda costeira desapareceram ou foram vendidas a traficantes.
Em meio a um conflito dentro e nos arredores da capital, o porta-voz do ACNUDH, Rupert Colville, expressou profunda preocupação com as “condições pavorosas” em que refugiados e migrantes estão sendo detidos.
Ele explicou que na instalação de Zintan, sul de Trípoli, 22 pessoas haviam morrido de tuberculose, que é evitável, e de outras doenças desde setembro do ano passado.
“A tuberculose precisa não ser uma doença assassina, mas nestas circunstâncias claramente está matando pessoas e há um risco de que mais irão morrer”, disse Colville.
“Há outro relato de que pessoas estão sendo enviadas para um local diferente próximo à linha de frente para efetivamente morrerem lá, porque são cristãs e não há locais de sepultamento próximos a Zintan”.
O acontecimento segue confrontos dentro e nos arredores de Trípoli, instigados pelas forças do Exército Nacional Líbio, do general Khalifa Haftar, que lidera um governo paralelo na cidade oriental de Benghazi.
Insistindo que condições em Zintan podem representar “tratamentos ou punições desumanas e degradantes”, e possivelmente torturas, o porta-voz expressou preocupação de que outros migrantes tenham sido vendidos para trabalho forçado ou para traficantes que fornecem travessias à Europa.
“Também estamos profundamente preocupados com relatos sobre desaparecimentos e tráfico de pessoas após indivíduos serem interceptados no mar pela guarda costeira da Líbia e levados de volta à Líbia”, disse.
“A guarda costeira da Líbia e o Departamento de Combate à Migração Ilegal precisam garantir responsabilidade por cada pessoa mantida em detenção e que os direitos humanos delas sejam respeitados”, disse Colville. Ele também relembrou o governo de que, quando uma pessoa morre em custódia, há uma presunção de responsabilidade estatal.
Mais de 2.300 pessoas foram pegas no Mar Mediterrâneo desde 30 de abril e colocadas em detenção, destacou Colville. Segundo ele, a guarda costeira da Líbia relatou que havia colocado “centenas” na instalação de Al-Khoms, que está sob a supervisão do Departamento de Combate à Migração Ilegal do governo reconhecido pela ONU.
Deste número, mais de 200 pessoas foram colocadas no local em 23 de maio, mas a instalação de Al-Khoms relatou que agora possui “apenas 30 migrantes presentes, apesar dos 203 levados há poucas semanas”, afirmou.
Além disso, Colville destacou relatos de que algumas mulheres foram vendidas para exploração sexual, aumentando a longa lista de “horríveis abusos que migrantes e refugiados são alvos” no país.
Atualmente, cerca de 3.400 migrantes e refugiados estão detidos em Trípoli, de acordo com o ACNUDH.

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