Cronica Alusiva Independência de Moçambique - Manoel Messias Pereira


Cronica alusiva a Independência de Moçambique

Quando lembro de Moçambique aqui no meu canto brasileiro, recordo que lá foi a terra visitada por Vasco da Gama em 1498, um período em que o português Duarte Pacheco Pereira também chegava ao Brasil. Outro ponto a ser destacado foi a luta contra o domínio português que por ali manteve quase quinhentos anos de dominação.Mas nem só isso vale lembrar de todo o neo-colonialismo, do imperialismo político económico provindo da Inglaterra e França na disputa do chamado "mapa cor de rosa". E na luta pelo processo de libertação de moçambique o grande destaque da Frelimo- Frente de Libertação de Moçambique nascida em 25 de junho de 1962, e mais o protagonismo do internacionalismo de todos os moçambicanos, para a defesa de todo o território africano, pela construção de uma  resistência visando a auto-determinação dos povos. E nisto vale recordar a grande importância dos apoios de China, Cuba e  ex-URSS, na luta ideológico orientando, por uma construção solidária, fraterna, democrática. Embora tendo que lidar com o inimigo poderoso do capital.

Vale recordar que o I Congresso da Frelimo, esse foi chamado o Congresso da Vitória, e o objetivo era a liquidação da dominação estrangeira. Penso que assim nascia um sentimento de nação. Um sentido de vida.

E sabemos que esse sentido de vida de nação nasce em 1950, e organiza-se com a Frelimo em 1962. E que a guerrilha contra as forças portuguesas inicia-se em 1964, com o ataque  ao porto administrativo de Chai em Cabo Delgado, numa luta que só vai terminar em 1974. e durante esse período vale lembrar que o grande líder Eduardo Mondlane, em 1969 foi assassinado, acabando por ser substituído por Samora Machel, que vai conquista a Independência em 1975 sob um governo de tendência marxista. Porém o que vemos é em 1970 surgir a Renamo, a resistência Nacional Moçambicana, que era apoiada pelo governo da África do Sul.

Lembramos da morte de Samora Machel, e recordo que li numa revista de que os americanos tinha o interesse em eliminá-lo. ele foi sucedido por Joaquim Alberto Chissano. Porém talvez o que líamos nesta época, demonstrava que estávamos em plena guerra fria e como a Frelimo aliava-se com os pensadores socialistas havia aquela disputa da guerra de informações. Cabe lembrar que todos os presidentes eram da Frelimo. Cabe lembrar que Portugal, em diversas ocasiões, fez propaganda contra a Frelimo inclusivo com panfletos de aviões dizendo que a Frelimo mentia ao povo. Eram para minar o trabalho desta organização politica.

Hoje vemos que a Frelimo segue uma politica de centro, e há quem diga de Centro esquerda. Estivemos no ano passado aqui em são José do Rio Preto-SP no Brasil, na sede do Centro de Formação Lúcia Galli, nos do Coletivo Minervino de Oliveira, passamos o Filme "Fronteiras de Sangue" que retrata muito bem a luta destes líderes africanos no processo de independência e no filme  em que foi retratado a complexidade da luta.

Com a Independência chegando em 1975 , duas coisas podemos perceber, que houve uma mudança de rumo em Portugal com a revolução dos Cravos em 1974, na qual depois que cai o regime do estado Novo foi mais fácil, a negociação. Houve a formação do ARA que era uma organização portuguesa criada pelo Partido comunista Português -PCP cujo o objectivo era a luta contra o fascismo e a criação da Brigada Revolucionária que lutava pelo fim das guerras coloniais. E nisto não podemos esquecer o Acordo de Lusaka de 7 de setembro de 1974 na Tanzânia e a soberania nas mãos do povo moçambicano e no dia 25 de junho de 1975 no 13. aniversário da Frelimo a proclamação da Independência.

Vale lembrar que a marcha de 25 de junho de 1975, teve André Matsangaissa(18/03/1950 + 17/10/1979) Renamo- foi o homem que içou a Bandeira de Moçambique. Portanto a Independência é do povo moçambicanos e todos que lutaram por essa nação. Samora é lembrado como o homemdo Povo. Todos são portadores de um processo de independência.

Em 1992 após o fim do conflito dos grupos politicos, numa paz negociada entre Renamo e Frelimo, com o acordo de outubro em Roma. A Paz voltou ao país que precisava continuar a sua história, de perseverança e gloria.

Hoje a geografia mostra um país no sudoeste da África, em que um povo trabalhador, luta por dias melhores, irmãos da mesma lingua portuguesa embora as estatística dizem que apenas 40% falam a língua oficial penso que é preciso um trabalho para que todos possam dominar esse signo escrito e falado pois pertencem a CPLP-Comunidade dos Países de Língua Portuguesa,  mas também tem a lingua ronga, changã, muchope, é um povo em que 52% são cristãos e 30% islâmicos, sendo 16.,6%ateus e agnósticos. Além das crenças locais. é um povo determinado na sua autodeterminação como desejav Samora Machel.

 Porém atualmente um fato triste foi o ciclone que kenneth que fez mais de 600 mil vitimas conforme hoje já tem uma campanha da Unicef para arrecadar fundos e proteger as crianças moçambicanas, principalmente na Ilha Ibo no arquipélago de Quirimbas. E no dia em que nós do conselho Afro de São José do Rio Preto-SP, estivemos na secretaria de Justiça recebendo o troféu alusivo ao nosso  trabalho, eu ressaltei a tristeza deste acontecimento e todos fizeram um minuto de silêncio.

A todo povo Moçambicano segue os cumprimentos por sua Independência.


Manoel Messias Pereira

professor de história, poeta e cronista
São José do Rio Preto-SP.Brasil








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