O Levante de Soweto
A data de 16 de junho de 1976, na África do Sul, foi desencadeada uma marcha pacifica de aproximadamente 20 mil estudantes negros que protestavam cantando contra a politica de segregação das escolas destinadas a elas em relação a uma série imensas de questões humanas na luta por um ensino mais qualificado, contra a inferioridade das escolas destinadas aos pretos (negros) quando encontram a com a repressão policial, que de princípio jogaram bombas de gás lacrimogêneo, depois atiraram com armas automáticas provocando um massacre daqueles estudantes. E dizem que os mortos oficiais foram 95 e cinco porém há dados da imprensa que fala em 176 e há uma estimativa de mais de 700 mortos.
Esse foi considerado o massacre de Soweto, e por isto a Organização da Unidade Africana,OUA, criou em 1991 o Dia da Criança Africana. E que tem como símbolo desta luta o jovem Hector Pieterson de apenas 13 anos.
A ideia desta marcha era chegar até um estádio aberto de onde fariam um comício, em que seriam expostas a questão que as escolas sofriam, a proibição de ensinar as línguas nativas, a ideia de que a população afro tinha que ter um ensino em africânders, quando a língua oficial era o inglês e todos deviam falar com fluência a língua oficial, e toda esse grupo de estudantes negros além do mais tinham que pagar para estudar e apenas trabalhar em serviços nas empresas de minas, o trabalhos braçais, para atender as demandas e garantir lucros para os empresários e não para a sua emancipação cultural, intelectual e educacional da população de pretos ou (negra), ou seja era uma mão de obra que poderia ser descartada pela elite do país a qualquer hora. Além do mais muitos dos professores que trabalhavam nas escolas dos negros eram improvisados e não qualificados. Por outro lado a população branca tinham suas escolas gratuitas e com professores regularmente preparados, e com todo o currículo em inglês, o que estabelecia uma competição em desigualdade em relação ao negro e ao branco da época.
Esse episódio de violência foi retratado no filme "Serafina! O Som da Liberdade-1992, uma obra dirigida por Darrell Roodt, e foi estrelado por Leleti Khumala, Whoopi Goldberg, Miriam Makeba, John Kani e Tertius Meintjies.
A causa deste conflito obviamente não está apenas porque os estudantes resolveram protestar mas sim em razão da segregação racial na qual a África do Sul mergulhou quando em 1949 nas eleições surge o Partido Nacional, que era um partido de extrema direita portanto com tendências fascista, pensado pelo pastor Daniel François Malan, que inclusive estudou teologia em Stellenbosh em Utrecht e que inclusive foi nomeado pastor em 1905 e também editor do jornal do Partido nacional de Hertzog, visando esse regime assegurar e salvaguardar a nação branca sul africana e manter um país multinacional e se não praticasse o apartheid segundo a propaganda seria o suicidio da raça branca isto esta escrito no livro "O Poder e Falsificação Histórica de Marianne Cornevin" Mas é importante ver também que foi em 1934 que ele fundou o Herenigde Nasionale Party ou Volksparty (Partido Nacional Purificado ou Partido do Povo) E ganham as eleições mas há uma relação próximo do pensar de Adolfo Hitler. E assim em 1950 a comunidade afro(preta) ou negra que representava 75 % da população perdem suas casas, suas terras e seus filhos são obrigado a conviver com a lei do passa e ainda estudar em escolas inadequadas com salas superlotadas, com pessoas censurando até aulas e usando de certas violências de assedio moral. Foi preciso dar um grito de protesto. E neste contexto é mais propenso entender a lógica do massacre de quem tinha o poder nas mãos e as armas e uma policia rigorosa em relação a agressão que ela podia oferecer aos negros.
Em relação ao movimento dos negros de princípio havia o Sout African yy Organization que aportuguesando dizemos Estudantes Sul Africanos, que foi o primeiro movimento anti Apartheid de jovens negros e que fazia parte do Movimento pela Consciência Negra que lutava para superar a opressiva sensação de inferioridade de negros. E um de seus fundadores foi o escritor e ativista Steve Biko(1946 a 1977), desde cedo engajado na luta desarmada contra o apartheid e falece aos 30 anos, desafiar o regime de banimento e que estava submetida pelo governo que proibia manifestações políticas.
Porém vale lembrar que essa data serve para uma reflexão não apenas pensando nas crianças da África do Sul mas de toda a África e talvez do mundo em que há uma necessidade de estar sempre presente com o respeito, o cuidado com a educação, com o esmero da saúde das criança e a ação protetora social e humanista seja sempre algo presente na vida das crianças.
Manoel Messias Pereira
professor, poeta e cronista
Membro da Aademia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil
Comentários
Postar um comentário