Em memória de Patrice Emery Lumumba
Patrice Lumumba, que nascera em Onalua - Congo Belga em 2 de julho de 1925, numa região rural de Sankuru e recebeu o nome de Elias Okit Assombo, filho de uma família de camponeses com mais quatro irmãos de etnia Batetela. Quando nesta época o Congo estava sob o domínio da Bélgica, começou a estudadar na escola de missionários católicos e aos 13 anos ingressou na escola protestante mantida pelos metodistas suecos, que expôs os valores cristãos coloniais. Sendo essa uma das únicas formas para os congoleses ter acesso a uma educação colonial que era precária e apenas visava a formação de operários e não mão de obra qualificada. após concluir seus estudos básicos saiu da zona de Sankuru aos 18 anos conseguindo um emprego na Cia Symaf (Sindical Minier Africain) na cidade de Kindu. Seus patrões branco lhes deu o " certificat d' mmatriculetion", um documento que permitia ele como congolês frequentar os círculos europeus e desfrutar de algumas comodidades. como frequentar o club dos évolues (africanos que recebem educação ocidental). Foi a época em que começou a escrever ensaios, poemas para os jornais locais.
Mudou para Stanleyville e trabalhou no correio local e ali também passou a contribuir com a imprensa local. E em 1955 começa a sua atividade politica ele que num ano anterior tinha conseguido um documento de cidadania europeia. Acabou sendo presidente do Sindicato regional dos funcionários públicos que era um órgão que não pertencia a nenhuma das duas federações do país, nem da Católica e nem da Socialista. Filia-se ao Partido Liberal da Bélgica e foi convidado por alguns colegas para uma visita acadêmica na Bélgica e ao voltar foi acusado de fraudar o sistema dos correios. E por essa armação que tramaram a ele acabou condenado para 2 anos preso, ficando 12 meses a partir das reduções.
Passando a conhecer a teoria marxista alinha-se a corrente anti-imperialista e no pan africanismo. E passou a defender a solidariedade entre os povos africanos, para além dos limites das nações etnias, culturas, gênero, numa luta classista. encorajando a luta não violenta contra o colonialismo e convocando o diálogo dos países desenvolvidos com os em desenvolvimento. Essa forma de pensar da diplomacia talvez estejas arraigada na cultura simples, ruralista, recebida de seus pais que acreditava que o diálogo era o pai de todos os entendimentos.
fundou o Movimento Nacional Congolês e foi o seu principal expoente na luta pela Libertação, contra o domínio dos belgas.
Em 1960 foi eleito primeiro ministro do Congo e ficou no poder de 02/06/1960 até 14/09/1960. Foi derrubato por um golpe dado por Joseph Mobutu em meio a uma crise politica no Congo. Mobutu ficou no poder por 30 anos. Na época Mobuto se fez de amigo de Patrice para depois poder golpeá-lo. A serviço da Bélgica e dos Estados Unidos da América, pois nesta época vivia-se no mundo a guerra fria e Lumumba era aliado da União Soviética.
No livro "Africa arde" de Carlos Comitini, disse de Congo Belga, depois Zaire e hoje Republica Democrática do Congo, que em 30 de junho de 1960 proclamava-se a Independência do Congo e nessa oportunidade o seu primeiro ministro Patríce Lumumba anunciava "esta luta, feita de lágrimas. de fogo, nos enche de orgulho até o mais profundo de nós mesmos, já que foi uma luta nobre justa, uma luta indispensável... Conhecemos o trabalho cansativo em troca de ordenado que não dava nem para matar a fome, nem para vestirmos ou nos alojarmos decentemente, nem educar nossos filhos como seres queridos. Conhecemos as ironias, os insultos, os golpes que tínhamos que sofrer na manhã, na tarde na noite, porque éramos negros. quem esqueceu que um negro dizia-se "tu" não certamente como um amigo, porque o "você" honrável estava reservado aos brancos? Vemos que a lei não era a mesma segundo se tratasse de um branco ou de um negro acomodadas para uns cruel e desumanas para outros." Impávido frente ao discursista o rei Balduíno da Bélgica escutava o novo grito de libertação africano.
E Lumumba continuava hoje foi proclamada a República do Congo e a era da escravidão acabou. Um mês depois Patrice teve 80% dos votos das bancadas. mas ele sabia que a Independência sofria risco com a vitória dos belgas em Leopoldville, em Katanga, em Tshombe e Monongo. Os belgas acompanhados de seus testas de ferro, antes da possibilidade consideraram que katanga deveria ser uma entidade independente, dizendo que teriam seus deputados,seus senadores e estabeleceriam uma relação de amizade com a Bélgica. Aquela constituição pregada pelos belgas previa para toda a região do Congo a possibilidade de unir-se a Katanga exceto as formas de Estado federados e, portanto, "fique bem claro, que não é questão de afastar da Bélgica. Katanga seria o polo de atração, e também de lealdade à Metrópole.
E nisto os belgasm os franceses, os estado unidenses, começara o trabalho para desestabilizar Lumumba. Na rua Montagnedu Parc cria-se o Comitê formado pelo Estado belga, com participação da Societe Génerale e da Tanganyca Concession, controlava sobre maneira a Uniã mineira: seus representantes deviam administrar o governo congolês. O american Group de Nova York (Tanganyca Co) estabeleceu que o principal eram as relações com o Congo assegurarem a continuação de autoridades industriais e militares dos Estados Unidos da América, paara isso tinham o apoio do Senado desde 1959. E neste contexto os americanos eram donos das ferrovias estrategica de Jadotville, Katanga-Lobito-Angola, que permitia a evacuação de urânio, transportados em caminhões de Shinkolobwé e Jador. Enquanto que Lumumba lutava para libertar -se das mãos dos estrangeiros imperialistas.
Com isto tínhamos a família como era conhecida o chefe Ganshof o ministro da Bélgica enviado ao congo para tirar o Patrice Lumumba do Poder, e fazia parte desta família o diretor da Chasse Manhattan Bank de Nova York e a Rockefeller que possuia um milhão de ações da União Mineira da Katanga. Que contava ainda com o cidadão americano Ganshof van der Meersch Junior presidente da American Eurafrican Development Corporation. era a guerra colonialista que subvertia o país recém independente.
O governo Central da Republica do Congo foi subvertido com o traidor da pátria o Coronel Mobuto chefe do estado maior das Forças armadas, para desencadear o golpe de Estado, contra o governo legal e popular. E a imprensa imperialista estado unidense assinalavam os interesses financeiros que como ponto culminante em que a independência traga tal conjusão e o homem branco continuará administrando tudo mediante aos comparsas negros, cuja as necessidades serão facilmente satisfeitas no que tange a vinhos, mulheres além da conta num banco suiço."
Joseph Mobuto era informante da Policia Secreta Belga, e também estagiário do jornalismo na Bélgica em 1959 e Agente da Cia americana, na qual recebeu uma recompensa depois da morte de Patrice Lumumba. e a ideia era matar Lumumba, pois segundo Godofredo Monongo, Patrice de joelho ainda era uma ameaça.
Diante de todas essas informações e pressões Patríce tentou sair do País mas acabou sendo capturado e seu assassinato ocorreu em 17 de janeiro de 1961, com participação da Bélgica e dos Estados Unidos da América. Foi assassinado jovem exatamente aos 35 anos.
No livro de Bole Witte - "O assassinato de Lumumba levou a Bélgica a criar em 2000 uma comissão parlamentar de Inquérito e dois anos mais tarde o ministro dos Negócios estrangeiros Louis Michel pediu desculpa à família e ao povo congolês." A Bélgica teve responsabilidade neste assassinato. Lumumba foi chamado de o chê Guevara do Congo.
Manoel Messias Pereira
professor, cronista, poeta
membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
membro da Associação Rio-pretense de Escritores -ARPE
membro do Conselho Afro-Brasileiro de São José do Rio Preto-SP
membro do Coletivo Minervino de Oliveira de São Jose do Rio Preto-SP
Brasil
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