A Semana Sangrenta sobre a Comuna de Paris
Entre os dia 21 a 28 de maio de 1871, em Paris o que visualizou-se para a história foi um grande e sangrento massacre de operários, quando as forças francesas aliadas as tropas prussianas invadem a Comuna de Paris e assassinam aproximadamente vinte mil operários e prendem trinta e oito mil, das quais muitos foram julgados e também condenados além de prisões mortes, muito inclusive com requintes de crueldade.
Karl Marx afirmou que a Comuna era essencialmente , um governo de classe operária, fruto da luta de classe produtora contra a classe apropriadora, a forma política afinal descoberta para levar a cabo a emancipação económica do trabalho.
E se observarmos a opinião pública do mundo capitalista há ideia de que o governo francês estava colocando ordem no país, e acabando com a farra destes trabalhadores, e para cientificarmos disto observei o texto de Fernando Lourenço intitulado "Delito de Lesa-Humanidade" em que o parlamento do império brasileiro frente a Comuna de Paris, e vemos como era a opinião aqui neste país, no seu texto vejo de princípio uma afirmação de José de Alencar num discurso de 1873 em que ele afirma "A acerpção vergonhosa da palavra comunista data dos fatos repugnantes que passaram ultimamente em Paris. Antes significava apenas o sectário de uma escola filosófica, uma utopista social; hoje porém é um termo ignominiosos, e que todo homem de sentimento e brios domina. Enquanto isso vemos a fala do deputado Pereira da Silva que congratulava com as forças francesas como a vitória da causa da civilização na capital da França, em que enfim restituiu à ordem e à liberdade.
O que temos é bem entender o que foi a Comuna de Paris que nem sempre é bem explicitadas, nos meios escolares pois essa história expõe as contradições do sistema capitalista e desta forma fica nebulosa no processo de ensino e aprendizagem.
Temos sim as extraordinárias tradições revolucionárias francesas que permitiram as revoluções burguesas de 1789 e 1794 porém isso mostra que o processo não era monolítico e assim como gerou os deputados com olhares girondinos também houve os jacobinos como de Maximilien de Robespierre (6/05/1758 a 28/07/1794) ou de Jean Paul Marat (24/05/1743 a 13/07/1793) que eram bem distintos esses pensamentos e o desenvolvimento de outros pensares como de François Noel Babeuf (27/05/1797 a 23/11/1760) quando foi guilhotinado e sua conspiração dos Iguais, que foi o movimento que propunha a comunidade dos bens do trabalho, do trabalhador, que alicerçado na igualdade entre os seres humanos. E com a queda de Robespierre, Babeuf escreve uma crônica no jornal "Correpondant Picard de Marat, emque denuncia que as camadas baixas não participava dos benefícios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. Sylvan Maréchal foi o redator do Manifesto dos iguais. E em 1828 Michel Boumarroti publicou " a história dos revolucionários Iguais" e foi com base nisto que Karl Marx e Friedrich Engels chega a Conspiração dos homem comuns que deu origem a comuna.
E a Comuna de Paris foi a tentativa da criação e da implantação de um governo popular operários, foi uma insurreição popular surgida a partir da constatação de que a) quem dominava a politica econômica em Paris era a burguesia sobre a classe trabalhadora, explorada e oprimida. b)As péssimas condições de trabalho do operariado, c)Os operários franceses não concordava com a rendição da França para a Prússia, d) E a tentava do governo em jogar para cima dos trabalhadores as dívidas de guerra que deveriam ser pagas com o aumento dos impostos.
E diante deste quadro preocupante os trabalhadores resolveram contrapor com o seguinte :a) controle de preço de gêneros alimentícios, b) ampliação dos prazos para o pagamento de alugueis, c) medidas voltada para a melhorias nas condições de habitação popular, d)adoção de medidas de proteção contra o desemprego, d) criação do estado laico, através da separação da Igreja do Estado, e) administração das fábricas da cidade pela auto gestão dos trabalhadores, f) a administração do governo municipal de Paris pelos próprios funcionários públicos(autogestão), g) Estabelecimento do ensino gratuito para todos. Todos os funcionários nesta experiência deixaram os seus cargos e salários e todo passaram a fazer parte de uma única experiência dos homens iguais.
Porém os antigos governantes e representantes do governo republicano burguês que haviam sido retirados do poder de Paris, conseguiram organizar uma reação contra os revolucionários da Comuna. E com um forte aparato militar e policial, da alta burguesia reagiu com extrema violência provocando uma semana de massacre em que vinte mil trabalhadores aproximadamente morrem e trinta e oito mil pessoas vão presas e mais tarde são executadas.
E em 28 de maio de 1871 os republicanos retornam ao poder na capital francesa, acabando com a experiência de um governo revolucionário socialista de camponeses e operários. Outras cidades porém tiveram uma experiência semelhante a de Paris porem num curto tempo como Lion, Toulose e Marselha. E vale ressaltar que muitos destes revolucionários eram integrantes da Primeira Internacional dos trabalhadores. E assim ilustramos nós da camada popular podemos, ver a contradição do sistema capitalista, que permitiu a extrema violência com mortes, prisões e que para a classe trabalhadora, mas visto com naturalidade pelos capitalista. Porém a Comuna não está morta. Viva a classe operária, viva os aspectos populares e viva o Comunismo.
Manoel Messias Pereira
professor história, cronista e poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil
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