A ferida ainda sangra
Quantas vidas ficaram nas agendas, anos e anos a espera
De um abraços, de um acalanto, de um espaço de paz para as almas
Daqueles que partiram, e dos que ficaram
Quantas e quantas vezes as preces, parecem que não encontravam seus destinos
Quantas vezes choviam tristezas, e as alegrias rolavam como enxurradas
para mares de esquecimentos, graças aos tramas oficiais
deste Estado brasileiro subversivo, que matou, que torturou
que rompeu com a lógica da esperança
que esmagou flores e que magoou seus filhos
na ânsia de atender outra agenda, fora do respeito
proclamados universalmente como a dos Direitos Humanos.
Não importa guerra fria, nem a submissão aos Estados Unidos
feita de forma inconsequente e covarde com os brasileiros
o que importa são as tuas ações desmedidas, desenfreadas
que desgraçaram famílias, que até hoje não enterraram seus entes queridos.
Desculpe meu Brasil. Mas a ferida da ditadura ainda sagra.
Manoel Messias Pereira
professor e poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil
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