ONU ajuda Moçambique a se preparar para chegada de novo ciclone
Agências da ONU anunciaram nesta quinta-feira (25) uma ampliação das medidas de emergência para apoiar Moçambique a enfrentar mais um ciclone, que já atingiu o nordeste do país. A tempestade tropical conhecida pelo nome Kenneth chegou pouco mais de um mês após a passagem do Idai pela nação africana.
“Estamos esperando que chuvas torrenciais provocarão enchentes súbitas e deslizamentos de terra, com impacto nas províncias do nordeste”, afirmou o porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Herve Verhoosel.
Agências da ONU anunciaram nesta quinta-feira (25) uma ampliação das medidas de emergência para apoiar Moçambique a enfrentar mais um ciclone, que já atingiu o nordeste do país. A tempestade tropical conhecida pelo nome Kenneth chegou pouco mais de um mês após a passagem do Idai pela nação africana.
“Estamos esperando que chuvas torrenciais provocarão enchentes súbitas e deslizamentos de terra, com impacto nas províncias do nordeste (de Moçambique), Cabo Delgado e Nampula”, afirmou o porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Herve Verhoosel.
De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, o Kenneth é a primeira tempestade com intensidade de ciclone a atingir Cabo Delgado, além de ser a mais forte já registrada na província.
“Outra tempestade seria um golpe a mais para o povo de Moçambique e complicaria ainda mais a resposta em todas as áreas”, acrescentou Verhoosel.
O representante da agência da ONU explicou que o PMA está ajudando as autoridades a se preparar para o pior. Uma equipe de avaliação formada pelo organismo e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) já foi mobilizada.
O PMA possui um escritório na cidade costeira de Pemba, um dos pontos afetados pelo novo ciclone. Nos municípios litorâneos de Palma e Mocimboa da Praia, a agência da ONU armazena 300 toneladas de comida para ajuda humanitária — nessas duas cidades, segundo Verhoosel, parceiros humanitários foram aconselhados a preparar seus depósitos para proteger os mantimentos das condições climáticas.
Centenas de quilômetros ao sul dessas localidades, na porção do território moçambicano atingida pelo Idai, uma gigantesca operação de assistência continua. Mesmo com o fim das enchentes, “mais de 1 milhão de pessoas estão lutando para se reerguer”, disse o porta-voz do PMA.
Abusos sexuais em meio à catástrofe
O PMA condenou duramente denúncias recentes de que indivíduos estariam oferecendo comida e assistência em troca de favores sexuais. As vítimas seriam sobreviventes do Idai no distrito de Nhamatanda, na província de Sofala. As alegações vieram à tona ao longo do último final de semana.
Verhoosel enfatizou que nenhum funcionário do PMA nem de qualquer agência da ONU ou parceiro implementador estava envolvido nos casos.
“Ao saber das alegações, que envolviam exigências de sexo em troca de comida, o PMA lançou uma investigação imediata, entrevistando as mulheres que disseram ter sofrido abuso”, explicou o porta-voz.
Segundo Verhoosel, profissionais do PMA ouviram falar de vários episódios de exploração, que teriam como responsáveis alguns voluntários das comunidades, encarregados de coordenar as distribuições de alimentos.
Numa tentativa de eliminar qualquer forma de abuso e exploração sexual da resposta humanitária, o PMA planeja se encontrar com representantes do governo para implementar medidas de proteção mais fortes para os moçambicanos vulneráveis.
As vítimas das agressões sexuais receberão apoio adicional de agências da ONU, do Estado e de ONGs. Instituições parceiras das Nações Unidas também passarão por um treinamento para informar as comunidades, antes de a ajuda humanitária ser distribuída, de que qualquer pessoa submetida a exploração e abuso sexuais deve buscar assistência das autoridades competentes.
“O PMA não tolera o assédio, a exploração e o abuso sexuais sob qualquer forma. É especialmente chocante quando (isso) é cometido contra os que ajudam e nas comunidades que ajudamos”, enfatizou Verhoosel.
“A tolerância zero significa que uma cultura de impunidade e de complacência em relação à exploração e ao abuso sexuais não é aceita.”
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