As mães da Praça de Maio
Era o dia 30 de abril de 1977 e quatorze mulheres reuniram-se na Praça de maio em frente a sede do governo em Buenos Aires para protestar por seus filhos desaparecidos e foi isto que deu início as mãe da praça de maio. E nisto já passou-se quarenta e dois anos.
Essas mulheres de lenço branco, queriam seus filhos de volta. Ou seja toda mulher que é mãe, fica sempre a procura de seus filhos como se fossem protetoras de suas crias. E pedia com certeza uma dose de responsabilidade do governo por ter eliminado seus filhos , desaparecidos, ou assassinados com seres da mesma espécie, em que não há respeito algum humanidade nenhuma.
Essas mãe hoje estão divididas em duas associações, e desde 1980 por diferenças de critérios mas o desejo é levar adianta essa causa. E tudo isto iniciou no Estado de Sítio (1976 a 1983) Um período que foi dominado pelos governos militares como Rafael Videla que havida derrubado Isabelita Peron em 1976, e depois Roberto Viola que foi deposto e na Argentina governou o general Galtieri que renunciou e ficou Reynaldo Bignone. E foi um período de 30 mil desaparecidos na Argentina.
O estado de sítio na Argentina proibia reuniões de três ou mais pessoas, por isso as mães resolvera dar volta de duas em duas ao redor de um monumento em forma de Pirâmide que existe na praça, iniciando uma volta que a partir daquele momento, se repete a cada semana no mesmo lugar em homenagem aos 30 mil desaparecidos durante aquele período militar.
Esse grupo de mães foram perseguidos, mas o movimento suportou duras repressões. E assim como os filhos desaparecidos também passaram a desaparecer com mães. E somente com a chegada de Nestor Kirchner e Cristina Kirchner é que o processo de democracia permitiu aprovações de leis em que surgiram as milhares de acusados de crimes de lesa humanidade. Depois destes dois presidentes, percebe-se que o governo de Mauricio Macri, retratou um retrocesso. E há informações que o governo da argentina hoje viola aos direitos Universais da Pessoa Humana. E a uma tentativa de apagar a memória.
As mulheres nas sua associações iam ajuntando o dinheiro em ficando em frente a igreja de Santa Cruz, ajuntando dinheiro para pagar o jornal La Nacion, com os nomes de 804 desaparecidos. E neste local haviam agentes infiltrados dentro da Igreja como Alfredo Astiz que era um capitão da Marinha, e esses infiltrados deu o sinal de morte, com um beijo. Coisa muito parecido com o beijo de Judas a Cristo. E lá na argentina havia um sequestrador que vinha e beijava, a pessoa enquanto que outros agentes observavam a cena, e entre os fieis que comemorava o dia da Santa Maria a Virgem. E nisto há uma ideia de família cristã, de lembrança de Maria. E isto de forma sarcástica esses agentes militares, fazia a armação de sequestro e de morte de desaparecer com essas mães. Essas tais mães. Sem nenhum respeito ao dia da Santa a ideia do sagrado.
E em três dia 12 pessoa foram sequestradas e desaparecidas. e isto foi um crime terrível desumano. E sequestraram até duas freiras francesas que nos ajudavam, e todos foram jogados no mar vivo de avião. Foram três pilotos da qual dois foram julgados e em 2011 condenados dois apenas pois um outro faleceu antes. Foram 4000 vitimas estimadas nestes voos. Eram viagens de três horas sem destinos.
Muitas destas mães transformaram em Avós da praça de maio. E exemplarmente a Argentina é um modelo por estar julgando esses genocidas. Muitas histórias de tristezas de dores, de lágrimas já estamparam livros, jornais televisões a ponto dos desrespeitos aos direitos humanos em relação a vida, ter sido banalizados. É preciso refletir em cada uma destas histórias que coletivamente, ilustra a realidade da terra argentina tendo o céu como testemunha, das atrocidades cometidas, por alguém que estabelece num Estado, que não protege os cidadãos, que não respeita e que ilustra de angustia o viver quotidiano.
Manoel Messias Pereira
professor de história,cronista, poeta brasileiro
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto-SP/ Uberaba-MG.
Brasil
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