O Massacre do Eldorado dos Carajás
A data de 17 de abril retorna em nossa memória o triste Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido no ano de 1996, quando os trabalhadores rurais indignados pela demora em sair a Reforma ressolvem caminhar até Belém mas no sudeste do pará a caminhada foi interrompida, impedidos pela Policia Militar do Pará, que contava na ação desastroça com 155 policiais sem a identificação, armados de fuzís, e que sob o comando do Coronel Mario Colares Pantojas, e o Major Jose Maria Pereira oliveira, ambos já condenados a prisão, e mataram 19 pessoas trabalhadoras sem terra e deixaram 69 pessoas feridas, e destes feridos dois faleceram devido os ferimentos.E isto tudo aconteceu durante o governo de Amir Gabriel, que foi da arena do PDS, PP, PMDB, PDT,PTB, ou seja alguém que independente do grupo politico que defende isto o aquilo deseja o poder e que exploda o povo.
O governador Amir Gabriel sabia de toda a ação, tanto que foi ele que pediu para liberar a estrada da ação policial logo após o Massacre doe Trabalhadores sem terra. Foi um crime cometido contra trabalhadores rurais e não podemos admitir, que isto fique impune sem que a justiça exista neste caso, para grupo de seres humanos que somente desejam trabalhar e conduzir suas famílias com o devido respeito, para a efetiva vigência do direito.
Porém sabemos que nem autoridades e nem policiais receberam quaisquer punições. Mas o que podemos perceber que tudo foi feito de caso pensado. Pois os 155 policiais foram indiciados sob a acusação de homicídio, E a coisa foi estudada e pré-meditada pois pela Lei penal brasileira não há como punir um grupo já que a conduta criminal precisa ser individual.
Em outubro de 1996 o procurador Geraldo Brindeiro determinou que a Policia Federal reconstituísse o inquérito pois estava repleto de imperfeições técnicas. Como já vimos foi o governador que havia autorizado de forma ciente desobstrução da Estrada . e o tribunal de Justiça de Belém tratou de Lesão Corporal.
Ao analisar os documentos que apontou as violações cometidas contra os trabalhadores do Edorado dos Carajás. Observa-se que a autópsia revelou 10 corpos dos 19 mortos foram executados a queima roupa e outros foram mutilados com as próprias ferramentas destes sem terras.Entre os feridos pessoa que acabou para sempre com balas alojadas no corpo e sem condição de trabalhar no campo.
Para lembrar, e ter como memória monumentos foram levantados. O arquiteto Oscar Niemeyer, desenhou e inaugurou um monumento as vítimas do massacre em Marabá. Monumento esse que os fazendeiros locais mandou destruir. E o velho arquiteto, que entendia muito mais de Brasil do que a maioria dos brasileiros afirmaou "eu já esperava isso". Em respeito lideranças do Movimento de Trabalhadores reuniram-se com o dramaturgo anglo-brasileiro Dan Baron Choen para pensar um monumento a ser erguido em Eldorado local do Massacre. E em 17 de abril de 1999 cerca de oitocentos sobreviventes ergueram o Monumento "As castanheira de Eldorado de Carajá", conhecido como "As Castanheiras Mortas".
Porém o que sabemos e guardamos como lição de vida é que não há algo isolado. O Massacre do Eldorado dos Carajás é o padrão recorrente de injustiça cometidas contra trabalhadores e trabalhadoras sem terra, contra quilombolas, contra indígenas, contra pescadores, contra defesoderes de direitos Humanos, contra todos que estão engajados numa luta. E como deixou um legado de Sabedoria Niemeyer, que deixou a frase eu esperava isso. É a ideia é que passamos a ser mais vigilante, mais consciente. Pra que no futuro ninguém possa mais esperar por isto, mas somente para uma ação compartilhada de respeito as causas sociais e aos direitos universais dos seres humanos.
Manoel Messias Pereira
professor de história, poeta cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto-SP.
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