São José do Rio Preto-SP., uma cidade que era apenas um sonho de ternura pequena, como a pérola que habita a ostra. Uma igreja estabelecida entre jardins, entre músicas entoadas por passarinhos, e num encantamento em que o sol iluminava tudo.
A cidade era e um teatro do tempo. Neste período as pessoas caminhava devagar, guiando seus passos, o caminho parece haviam eternos cumprimentos, e belo sorriso das pessoas.
O cavalo era um grande aliado para viagens para o caminhar entre o centro urbano e rural. Por aqui não havia arranha céu. Somente a leitura que faz hoje algumas cantigas sertanejas.
Quantas pessoas passearam por esse jardim, quantas já se encontraram, apaixonaram, caminharam de mãos dadas na Praça D. José Marcondes. E quantos sonhos já foram concretizados, observando o altar de São José de Botas.
Na Igreja havia quermesse, prendas, leilões, cantigas de viola, toadas, catiras, cateretê, pagodes, e aquelas ladainhas quase chorosa, cantadas pra encantar, todas as famílias.
E com certeza se estivesse lá ia detestar essas festinhas. Pois achava uma chatice uma vez que na minha casa não conseguia nem ter comida direito, e geralmente meu pai estava alongado carregando caminhão, bebendo cachaça, e eu minha mãe e irmã doente vivendo numa desgraça amuada. E essa conclusão tiro não é pela imagem da antiga da cidade. É que morava ali próximo da Vila Ercília, e quando saia com minha mãe nos parquinhos, nas festas religiosas sentia assim. Todo mundo comendo feliz, e eu ali olhando somente com uma raiz de mandioca no estomago.
Na cidade geralmente nasceu e cresceu a riqueza, as obras dos comerciantes e dos industriais os empreendimentos bancários, que são os exploradores, mas ao lado desta fartura. Também cresceu as famílias exploradas, com pessoas que trabalhava com baixos salários, que morava em bairros sem infra-estrutura, sem asfalto, sem luz. E quanto a isto lembro que tive uma professora chamada dona Márcia Mendonça, que questionava que eu chegava na escola com o sapato sempre cheio de poeira. Eu que andava mais de 3 quilometro pra chegar na aula. Numa rua como a Regente Feijó, que não tinha asfalto, que cruzava pinguela, quase caia no rio. Puta que pariu pensava eu. Será que essa senhora quer que eu transforme em passarinho. Como andar nesta rua de poeira sem sujar os sapatos?
Olhando essa foto antiga vem as lembranças, que machuca e que emociona. Mas são coisas que guardamos em nós. Muitas vezes na nossa intimidade. E realça a nossa opinião. A nossa santa opinião e tudo bem. As lembranças são coisas que estão na nossa formação. E ninguém tira.
Manoel Messias Pereira
cronista, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto-SP.
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