Sonhadora
Ah, minha bela flor, que avivas com o nascer de um novo dia.
Cintila a luz da beleza inocente,
Com uma brandura ingênua e com a malícia adequada.
Trepidas sobre meu peito
Com tuas alucinações fulgurantes,
exalando perfume da relva ciosa e molhada,
Vitalizando minha força espiritual,
Saciando a carne que me tem cativo.
Ó, amada minha! Sonhadora realista.
Tu fazes do ser profano um ser abençoado,
do pecado um ato natural, sem culpa e sem arrependimento.
És tu ameno as minhas agonias,
As minhas vontades e alucinações presentes.
Tu provocas tantas e novas sensações a cada momento,
Com mais pura afabilidade.
Tu és a inovação de todas as profundas ansiedades
Que um homem pode ter esquecido em algum canto escuro,
aprofundando-o - a tantos e melancólicos pesadelos.
Tu és minha culpa, meu pecado mortal,
Último porto a uma nau cansada de tanto vagar por oceano
de cruéis tormentas e desilusões tantas.
Tu és a última semente
Que ainda pode brotar em um jardim árido,
Vazio e solitário, com esperanças que um dia volte florescer.
Tu és o ar que ainda alimentam os meus tantos desalentos.
Benedito Alberto Vilalva
poeta e compositor
São José do Rio Preto- SP. - Brasil
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