Consciência Social
O mundo em que vivemos é da construção de momentos. E estes são de fatores que permite-nos fazer entender que estamos elaborando uma trajetória, ou seja somos corpos ou partículas em movimentos, e assim amamos, ou odiamos, respeitamos ou desrespeitamos, salvamos ou morremos enfim organizamos falácias e distúrbios para o bem ou para o mal, somos humanos. E todos os dias concluímos pequenas etapas de nossa historia na vida. E compreender como isto se dá sim é fundamental.
A História nos apresenta como um produto indireto mas imediato da ação humana. Indireto, porque ao agirmos fazemos a história inconscientemente, imediato porque toda ação social se resulta em história. E por isto que a sociedade em ação é a práxis social, conforme vamos encontrar estas explicações ao ler o livro "história e Consciência Social " escrito por Leôncio Basbaum.
Porém ao ler Karl Marx, naquilo que ele chamou de de supra-estrutura social, deparamos com uma série de fatores, históricos, geográficos, econômicos, psicológicos que vai constituir a tal infra-estrutura social. E entre a infra-estrutura e ao supra estrutura, a humanidade se agita.
Portanto retomamos Basbaum e vemos que ele diz, que o ser humano faz a história não como ser individual e isolado mas em função de uma consciência social, que representa total ou parcialmente, os interesses de um determinado grupo social seja a família, a seita, a classe, a nação, ainda que esse ato possa imprimir um pouco de sua própria personalidade. E é dentro da ação coletiva que ergue as civilizações, o homem -indivíduo se acha dissolvido na comunidade, nas massas, nas multidões, mas acha-se integrado e que ele representa.
O problema é saber de que modo a consciência social pode motivar ou estimular as ações huamnas no sentido histórico.
Como trabalhadores vejo me enquadrado numa classe social, heróica, que tens sustentada a riqueza deste país com a sua participação. É o trabalho que constrói a riqueza. e o trabalho é a ação humana dos trabalhadores. E os primeiros seres humanos que foram trazidos para o Brasil com o intuito de trabalhar, foram os africanos, que permitiu estabelecer-se por aqui como afros da diáspora, e hoje temos vários afrodescendentes. Somente foram vítimas dos capitalistas que escravizaram-os, chamaram de semoventes, usaram de todas espécies de torturas e violências, venderam por cabeças usaram da negação de suas humanidades, e esqueceram que nos navios chegaram muito além de simples corpos humanos, mas juntos vieram concepções de vida, antropologias e filosofias, línguas e costumes. E como foram vitimas de um processo de escravatura traçado e elaborados pelos capitalistas que dirigiram e guiaram o Brasil, e assim houve o aparecimento da desigualdade social, que levaram uma grande quantidade de pessoas, as condições de miserabilidade sem contar com os tratamentos degradantes organizados por feitores e os latifundiários. E toda essa desgraça é fruto do capitalismo.
Daí o grande interesse por essa história a partir do processo de rebeldia destes seres escravizados, que precisou lutar e a luta foi é assim como até hoje é necessária estar dentro de uma razão, entender a lógica da legalidade e a discussão do contraditório. Pois pela legalidade era correto manter o status- quos entre seres que permitiam os tratamentos degradantes, e o processo de escravatura. E pela rebeldia fora deste marco legal tínhamos a necessidade de lutar pelo respeito à humanidade de todos inclusive destes escravizados. E daí a ideia da luta de classe bem estabelecida no nosso quotidiano. Pois há fragmentos ainda montado nesta sociedade brasileira, que continua como sempre capitalista com discriminações , preconceitos, além da violência comum, entre o racismo institucional dentro da supra estrutura Estatal.
E assim as primeiras organizações de trabalhadores eram evidentes clandestinas, e para tal eles necessitavam de dinheiro para comprar a sua liberdade a sua alforria, e assim mantinham entre eles uma quotização, e juntos também um movimento secreto, não dos que desejavam só comprar a sua liberdade mas sim conquistá-la.
A história dos negros partindo de 1675 conforme encontramos no livro de Edgar Rodrigues "Socialismo e sindicalismo no Brasil", todos os trabalhadores eram de origem africana e de cor preta, não se discutia e nem se falava de a reforma agrária e suas associações não tinham nome de liga mas esses movimentos parte do chamado Movimento negro de fundamental importância pela vida da história do Brasil. E portanto a fuga dos africanos para os quilombos, obedeciam a planos previamente estabelecidos e que produziram frutos excepcionais.São ações que revelaram a nudez do sistema à monarquia portuguesa que desafiou o exercito
Por isto temos que falar da história mas sem esquecer as classes envolvidas, os legais que tens a tapa da lei nos olhos, e também as rebeldias que aparecem naturalmente, organizadas dentro dos marcos da suas próprias vidas. Por isto precisamos entender sempre as consciências sociais, que alicerçam e orientam as ações humanos. Hoje observamos as palavras proferidas em discursos, nas mídias em que governantes ou pessoas que os defendem oferecer um conjuntos de falsidades, ao afirmar que o Brasil passou por um estágio de socialismo. Obviamente que esses governantes são os desqualificados fundamentalmente em termos educacionais e culturais. E demonstram-se que sempre foram de uma elite que estiveram eternamente no poder. E põem em xeque o período em que o Partido dos Trabalhadores-PT, estiveram no controle governamental deste sistema capitalista e observaram a necessidade de atender minimamente aqueles que estavam vivendo na plenitude da miséria humana numa economia que se deseja ser eficiente. Com isto permitiu a esses miseráveis passar a serem consumidores de produtos. Ou seja não houve nenhuma mudança estrutural.
E por isso a história necessita sim de suas múltiplas visões, e suas múltiplas ações a partir de consciência social num estímulo, exprimido na ação social de um ser indivíduo na sua comunidade, e por consequência na busca de uma melhor sociedade.E esse é o papel de nossa humanidade.
Manoel Messias Pereira
professor de história
poeta, e cronista.
São José do Rio Preto-SP.
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