Cronica - Amor a luta continua - Manoel Messias Pereira


Amor a luta continua

Vivemos cada um de nós na observação da beleza. Na leitura da estética, e no pleno encantamento deste mundo. Observo em que há flores  muito além dos jardins. Observo quanto é formoso o nascer do sol, porém é também muito lindo o por do sol. Assim como acho maravilhoso as variedades de cores que compõem  a natureza. Todo o universo é belo e passamos a contemplar a desfrutar desta beleza, que torna infinita. E por ela nos apaixonamos.

O apaixonar pela vida, pela beleza, faz-nos aproximar de um outro ser humano e a comparar com tudo aquilo que enxergamos no mundo. Assim como vemos as montanhas, os rios, os lagos, a vegetação, com os sons dos ventos nas  árvores com o ruídos das águas, os inexploráveis desertos,o mar , o infinito, o céu estrelado. Encontramos todos esses monumentos sublimes em que a gente deseja esposar o amor.

O amor segundo Victor Hugo é a metade de crer. E assim passamos a crer na ilusão de duas almas que pode fundir-se numa só. Na busca da outra metade de nossos desígnios. Porém não é bem assim, quando vemos um fragmento de Manuel Bandeira em que ele afirma, se queres sentir a felicidade de amor esquece tua alma. A alma estraga o amor, E deixa teu corpo entender com o outro corpo.

 Na a educação aprendi com Paulo Freire que a ideia de amar é um ato de coragem. E que o amor é a intercomunicação de duas consciências que se respeitam.Cada um tem o outro como sujeito de seu amor. Porém Chico Buarque de Holanda afirma numa canção que o amor é tão bom porém é o horário é que nunca combina. Com essa frase ele deixa certo, que há desencontro que nasce em quem ama. E isto me traz a tona as letras de Cecília Meireles que afirma de longe te hei de amar tranquila distancia em que o amor é saudade e desejo constância. O que discorda efetivamente desta fala o poetinha do amor Vinícius de Moraes que dizia eu acho que o amor só se o de achar que a luz dos olhos meus precisa se casar. E quantas vezes ele casou-se? Pois bem foram nove vezes, primeiro com a Beatriz Azevedo, e na sequência com a Regina Perdeneira, a Lila Bóscoli, Maria Lucia Proença, Nelita de Abreu, Marta Santamaria ou seja a Marlita, e depois por último a Gilda de Queiroz.

Recorrendo a tudo isto talvez fica a frase de Ernesto Chê Guevara que dizia não podemos perder a ternura jamais, e até arrisca a dizer o verdadeiro revolucionário é guiado por um grande sentimento de amor.

Além dos poetas, dos revolucionários, nós continuamos  a perguntar, de onde procede tanta beleza? A ciência, física, biológica,química traz suas explicações, por outro lado os religiosos traz os seus livros sagrados. Porém nisto as explicações tens formas e certas verdades. Não que as respostas levam aos fracassos das possibilidades do entendimento, porém se há quem diga que antes por aqui não havia nada ou que as trevas ocultava as trevas é preciso entender que todas as respostas são construções humanas. e elas sempre levam-nos a uma nova pergunta, que provavelmente tem uma  sucinta outra pergunta e desta uma nova resposta e isto porque há o que entendemos ser o processo dialético, que nasceu no diálogo de Platão e foi desenvolvido mais tarde por Hegel.

A dialética que teve inspiração de Georg Friedrich Hegel, alicerçado numa condição idealista, mas que teve como seu aluno Karl Marx,que juntamente com Friedrich Engels elaboraram o Materialismo Histórico Dialético. Reviraram a tese de seu antigo professor, dos avessos. E nisto há tese x antítese= a síntese,que se torna tese mas que encontrará uma outra antítese de onde sairá outra síntese, que vai encontrar outra antítese e assim por diante. Mas a vida é uma novela uma constante. Uma  literatura. Ou quem sabe a literatura imita a vida.

No livro de História Contemporânea  de V Jvostov e I.I. Zubok eles relatam que um o escritor alemão chamado Palhenz, que escreve a novela "O camponês" traça um quadro de ruína das aldeias. Nela nos descreve o destino da família patriarcal em sua luta contra a miséria. A família cai sob o domínio do camponês rico, o homem que, "se regozija somente ante a menção de que um camponês está à beira da ruína". O prestanista da cidade próxima rivaliza com o camponês rico na tarefa de destruição da economia camponesa. Os filhos do aldeão se vêem compelidos a abandonar o lar paterno e ir buscar trabalho,seja na cidade, seja em algum latifúndio. Essa novela termina com o suicídio do velho agricultor:"O vento balança suavemente o corpo pendente do ancião. . . sua cabeça, coroada de cabelos brancos, cai muito inclinada sobre o peito, e seus olhos saídos da órbita, parecem contemplar a terra para a qual havia vivido e a qual entregara o corpo e alma. 

E assim que vemos a ideia da literatura fazer essa imitação da vida. Porém é na vida que o ser humano observa a natureza fica maravilhado pelas belezas. Mas também desolados pelas tristezas comuns aos nossos tempos, em que os seres de humanidade na degradação da sua existência esquecem outros pelas calçadas e um numero de religiosos vem estes seres na marginalidade, muitos  de tristezas, sem casa, sem comidas, porém há cristãos botando fogo, em outros cristãos praticando violências e um governo cheio de Cristão adorando torturadores, pessoas sem nenhum caráter ou dignidade, vagabundas, matando índios e tomando suas terras, acabando com os sonhos de aposentadorias das gerações futuras, envenenando a terrae os alimentos, contribuindo para o aumento do câncer, o aumento do clima, envenenando os  rios matando peixes e os homens, possibilitado a gente ver o Brasil como num quadro de terror.

É  muitos Cristão deveriam entender os gritos e as falas angustiadas dos que necessitam amparos, que pedem pão quando todos atiram pedras, a obra de Cristãos que vai compor o governo é um insulto. As pessoas precisam que atenda as suas necessidades básicas, mas eles querem falar de  moral e metafísica.

E nisto recorro ao meus textos de Lênin que num fragmento afirmou é preciso aprende, aprender e aprender que a Paz é uma trégua para a guerra. É e lembrando num texto de Victor Hugo  que disse que o futuro pertence ainda mais aos corações do que ao espírito, e o amor é a única coisa que pode ocupar a eternidade. Lembrando nisto Cecília Meireles disse "guardai meu amor sem preço".

Ontem vi uma amiga chamada Mileny Reche,escrever sobre a necessidade do amor, a uma mulher divorciada e com filhos, e ela argumentava que há no Brasil uma barreira dos valores como o machismo,a imagem de uma família retrograda,que é uma ficção. E sobre isto podemos lembrar Clarice Lispector,que escreveu em vida que ninguém estará perdido se der amor e as vezes receber o amor, porem ela afirmou que pensava que ao somar as compreensões, ela amava, mas descobriu que somando as incompreensões é que ela amou verdadeiramente. E ela dizia que ser feliz não dá tempo pra mais nada consome muito.

Por isto ame sem preocupar-se, faça samba e o amor até mais tarde como afirma Chico Buarque e tenha sono de manhã. Quando todos já acordam para o trabalho. Nunca esquecendo em que a realidade é um sonho em construção. E referente ao  Amor a luta continua.


Manoel Messias Pereira

poeta, professor e cronista
Membro da academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP.



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