Os 170 anos do Manifesto do Partido Comunista


Os cento e setenta anos do Manifesto do Partido Comunista

Há 170(cento e setenta) anos os pensadores Karl Marx e Freidrich Engels publicavam o Manifesto do Partido Comunista abrindo caminhos no pensar socialista com o chamado Socialismo Científico.Fato ocorrido em 1848. As base do marxismo está alicerçado em três correntes, a dialética hegeliana, a economia inglesa e o socialismo fundamentado em dois momentos no processo da Revolução Francesa, o período jacobino (junho/1793 a julho/1794) quando temos a Conspiração dos Iguais nas quais destacamos Graco Babeuf em 1796 e o outro momento é o período da Comuna de Paris, como a primeira tentativa de criação e implantação de um governo socialista operário por ocasião da resistência popular durante 18/março/ a 28/maio/1871.

E em relação a "dialetica de Hegel", vamos ver a filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (27/08/1770 a 14/11/1831),filófo alemão idealista objetivo - a razão absoluta representada na história, a ideia absoluta como princípio primário  e a única realidade que se exterioriza de maneira imediato na natureza, para voltar a si mesma dessa transformação  sob a forma de espírito. A ideia de si demiurgo (criador) da natureza e da história. O pensamento absoluto revela assim as leis do mundo como vir-a ser, a realidade revela-se etapas do seu desenvolvimento dialético-lógico.

Nesta dialética  em que se afirma que cada conceito possui o seu contrário, cada afirmação, a sua negação. O mundo não é um conjunto de coisas prontas e acabadas,mas sim o seu resultado do movimento gerado pelo choque  desses antagonismos dessas contradições. A afirmação traz  em si o germe de sua própria negação, depois de se desenvolver essa negação entra em choque com a afirmação e esse choque gera um terceiro elemento mais evoluído, o que Hegel chamou de síntese ou negação da negação. E esses dados serão virados pelo avesso por Karl Marx. E vai dizer que não eram as ideias que criavam a realidade, e sim as circunstâncias materiais. Afirmando o materialismo como base da dialética.

E a partir do conceito de materialismo dialético, Karl Marx e Friedrich Engels criaram assim a nova teoria da História:o materialismo históricos. para eles a história  se desenvolve dialeticamente,a partir das relações de produção existentes em cada momento. As relações de produção seriam a infra-estrutura sobre a qual se sustenta a super-estrutura política, jurídica e ideológica. A superação de um modo de produção por outro se dá a partir das lutas de classe, como se podia observar com a derrubada da nobreza pela burguesia, o que abriu o caminho para a afirmação do modo de produção captalista. E, da mesma forma, através de uma luta opondo proletários e burgueses, o capitalismo seria derrubado, segundo as ideias contidas no Manifesto Comunista.

Quando Marx, faz a crítica ao capitalismo inglês diz respeito  ao caráter exploratório deste modo de produção sobre os proletários. E para tanto ele retoma os postulados da escola clássica inglesa, especialmente David Ricardo e sua teoria do valor-trabalhado. Pois para Karl Marx em 4(quatro) ou 5(cinco) horas de trabalho, os operários produziam todas as mercadorias necessárias para comporem o seu salário. Trabalhavam, pois 9 ou 10 horas sem receber nada. Todo o fruto do trabalho nestas 9 (nove)ou 10(dez) horas era apropriado pela burguesia. E é exatamente isto o que Marx chamou e nós repetidamente concordamos como mais valia, que demonstra a exploração dos operários , pelo patrão. E isto nós podemos observar que aquele que trabalha e faz a riqueza não fica nem um pouco com ela. Apenas ganha pra comer a sua ração quotidiana, como ratinhos de laboratório.

Em relação ao socialismo alicerçado na Revolução Francesa, manifesta-se não apenas no campo teórico, mas também na prática espelhada nos congressos, especialmente aquele conhecidos como "Internacionais". Na primeira Internacional foram grandes: pouca representatividade dos grupos operários, discussões acaloradas entre anarquistas (Mikail Bakunin ) e socialistas (Karl Marx). Marx via a necessidade de um período  de ditadura do proletariado para chegar ao comunismo. E essa ditadura assim formada não tem nada a ver cm a ditadura que nós conhecemos sob o signo do sistema capitalista.No socialismo significa que quem determina as relações humanas e colaborativa são todos os trabalhadores, com respeito e solidariedade. Porém em 1872 os bakunistas foram expulsos da Primeira Internacional. Já na II Internacional em 1891 os seguidores de Karl Marx, Augusto Bebel e Karl Liebknecht, reunidos em 1875 em Gotha, deram origem a social democracia e neste contexto há grupos que acabaram por negar pontos essenciais do pensamento marxista.

No pensamento de Karl Marx o importante é entender como pensa-se a sociedade comunista. Pensa-se pois o comunismo não foi instalado em nenhum lugar do mundo. Porém trata-se de uma sociedade de homens livre que se organizam em virtude da sua própria e livre vontade, na maneira cada vez mais adequada para a produção e consumo, é substituída por uma espécie de partido-estado. E a busca da perfeição da liberdade, em que as diferenças de classes será a condição prévia para a extinção do Estado, para a transformação da sociedade numa comunidade igualitária.

O grande mérito de Karl  Marx  esta no cerne  do manifesto que é de interpretar  o capitalismo como  sociedade de classe, com uma dinâmica de luta de classe em que o proletariado tem como missão primordial a sua superação, para a instauração de uma sociedade sem classe. É preciso pensar na missão civilizatória a partir do respeito coletivo, na solidariedade e na busca fraternal dos seres da mesma espécie, na internacionalidade da existência e na camaradagem da boa convivência, de maneira humanística.


Manoel Messias Pereira

professor, cronista, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil-ALB
São José do Rio Preto-SP/Uberaba- MG
Brasil.






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