O trem
Da minha infância lembro que havia um trem que passava as nove horas, como ficava sozinho em casa imaginava que era a hora de almoçar. A comida estava sobre o fogão e assim fazia a minha refeição.
Quando tinha 8 ou 9 anos caminhava pela linha do trem pra chegar até próximo do terminal rodoviário onde havia várias barracas vendendo bugigangas, adorava comprar canetas de tinteiros, ja adorava escrever poesias e colocá-la nas arvores, acreditando que os pássaros fossem mensageiro do deuses, e que ia levar uma mensagem de amor para algum lugar.
A primeira viagem que fiz de trem foi pra Rubinéia-SP, antes da inundação . A imprensão que tinha que havia mais romantismo entre quem partia e quem chegava, era abraços, na chegada e lenços e choros quando se despediam, as estações me impressionavam.
Hoje o trem só leva soja, oleo diesel, e outras bobagens do mundo capitalista, dos homens que acumulam dinheiro.
Olho o trem e sinto que aprendi apenas acumular saudade, e chorar por um grande amor. O trem traz-me essas lembranças.
Manoel Messias Pereira
professor, cronista e poeta brasileiro
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP.
Uberaba-MG-correspondente.
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