A Extrema Direita nas eleições de 2018 no Brasil
Hoje em plena campanha eleitoral temos visualizado um crescimento do pensamento fascista, nazista e o reaparecimento do pensar totalitário, da extrema direita que começa a brotar, com alguns candidatos, ao cargo da presidência da república. Mas isto não vem explicitamente pois contraria a própria Constituição da República Federativa do Brasil no seu Artigo 5 no inciso XLII, que trata do Crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão nos termos da Lei, de acordo com a Lei 7716 de 5 janeiro de 1989 chamada Lei Caô, modificada pela Lei12288de 20 de julho de 2010 com o Estatuto da Igualdade Racial. Para tanto é preciso conceituar o que o fascismo e o que é o nazismo no contexto das práticas e nas palavra proferidas pelos candidatos, para que todos possam apreciar.
Vamos deparar em todos os livros de história, vendidos para os alunos e demais seres humanos que desejam conhecer que a palavra fascismo vem do termo latino "fasci"(feixe, e, na Roma Antiga representava um símbolo e um princípio de autoridade, símbolo das autoridade dos magistrado romano. E este conjunto de questões ideológica vale-se dessa simbologia.
O fascismo só surge no período entre guerras na Itália ou seja primeira guerra de 1914 a 1918 a segundo guerra de 1939 a 1945, esse intervalo que vai de 1918 a 1939, gesta-se na Itália o fascismo, ou seja um período em que o mundo passava por uma crise econômica estrutural capitalista. E ai vem a ideia de um Estado forte, que possa intervir, reprimir, sufocar e eliminar o inimigo.E veremos que essas características surgem comumente em vários candidatos.
E para compreender e preciso definir esse fenómeno, naquilo que ele acata e no que ele rejeita em termos de sociedade. E assim veremos que o fascismo rejeita:
a) A sociedade Liberal do Século XIX, organizada segundo a filosofia iluminista das luzes, alicerçada no racionalismo, no individualismo e na ideia do progresso. E a questão é que esse pensamento alicerça os valores da burguesia e portanto vai retirar o pensamento do chamado Estado totalitário, forte.
b)A democracia - que é entendida como incapaz de salvaguardar os reais interesses da Pátria, por ser um instrumento de pressão dos grupos económicos hegemónicos. Assim como eles vêem o parlamentarismo como algo inútil, e o pluralismo partidário que temos em nosso país como causadores de disseção e divisão entre a sociedade. Assim eles dizem que a escolha feita pelo povo na pluralidade é nociva. Ou seja em outras palavras a democracia possibilitam outras vozes que não apenas a do Estado forte.
c)O individualismo, que é rejeitado porque o homem somente adquire valor para pátria, quando parte integrante do grupo . Assim como os direitos individuais, e, por extensão, os direitos humanos, que também sõa rejeitados, pois, o ser humano e seus interesses pessoais devem se subordinar aos interesses maiores da nação.
d)O liberalismo, visto como princípio que leva a degenerescência, ao enfraquecimento do princípio maior que é o grupo. Este tem o direito de enquadrar à força necessário, aquele que, fundamentado no liberalismo ou no neo-liberalismo recusa-se a fazer parte de algo maior.
e) O racionalismo, que afixía o instinto, o impulso vital a vontade primária do ser humano. Assim, o intelectualismo é visto como nocivo, desagregador, entrave à coesão do grupo, na medida em que limita ou mesmo impede a ação, que em última análise é o que conta. E isto faz surgir um movimento contrário as aulas de história, de sociologia e filosofia, e temos tantos seres cristalizados na ignorância histórica ao lado destes candidatos.
f)O marxismo - Os fascista são contrários pois no marxismo temos a ideia de luta de classe, temos a e para tanto em relação a isto eles dizem que há uma divisão da sociedade. Portanto não há o Estado totatalitário forte, ou repressor.
Uma vez conhecendo o que os fascista rejeitam, temos os princípios básicos que eles aceitam, acatam, utilizam-se:
a) O nacionalismo exagerado, uma vez que na ideologia deles a "Nação "é o bem maior, supremo e em nome dela qualquer tipo de sacrifício deve ser exigido dos indivíduos. Dai chega ao culto a nação e mesmo a miticação dela em que eles colocam a necessidade de recuperar as raízes, preservar as origens, "as famílias", e manter a pureza étnica. e nisto temos pelo menos dois candidatos muito afinado com esse exagero cívico, inclusive um deles que seus filhos foram educados e jamais casaria com uma negra, e outro dizendo da expulsão de islâmicos, de budista e assim remete aos comunistas e afirma que essa terra é de Nosso senhor Jesus Cristo. Embora nunca ví dizer que Cristo expulsava alguém. Mas talvez eu que nada sei de religião.
b)O racismo que é entendido como uma purificação do elemento nacional, de qualquer tipo de contaminação de sangue. No caso da Europa cultuava o sangue germânico (Austria e Alemanha) latino (Itália), Hispânico (Espanhol) helênico(Grécia). E neste caso o racismo alimenta-se do nacionalismo e vice e versa. Dai a ideia da piada com negros de bastante mal gosto. Há palestras de alguns candidatos falando disto, horrível, basta pesquisar.
c)Expansionismo - Há neste caso uma necessidade de ter um povo vigoroso dotados de vontades e alargando as fronteiras, na conquista do Espaço vital, e isto foi que vimos na Segunda Grande Guerra.
d)O militarismo - É inerente ao povo vigoroso, na afirmação do elemento nacional e racial. Ao mesmo tempo que a vida militar passa a ser sinónimo de cooperação do grupo. Pensa-se escolas militares, na sua marcha para sub-julgar os outros como fracos e degenerados, e num contexto em que o militares vão reforçar o s laços entre o poder económico e o poder militar e desdobrando num expansionismo.
e)Submissão de todos ao Estado, que deve ser forte, e inquestionável, entendido pelos fascistas como catalisador da vontade nacional, elemento da preservação da identidade danação, instrumento da vontade coletiva, e a subordinação do indivíduo ao Estado é o passo seguinte,e, em nome do Estado implanta-se o totalitarismo, no qual o que conta são os deveres dos indivíduos para com o Estado.
f)Unipartidarismo, considerando-se que que o pluripartidarismo conduz a divisão o partido único encarna a vontade da nação, preserva e confunde com o próprio Estado. E por extensão com a própria vontade nacional.
g) Culto ao chefe, Assim como Hitler ou Mussulini, foram considerados comandantes ou infalíveis aquele que encarna em si a vontade nacional, o que zela pela preservação da vontade nacional, pela pureza da raça, pela integridade do Estado, ou do partido Estado. Daí o fanatismo e a transformação do culto ao chefe em apoteose mítica.
h)A Hierarquização da Sociedade, uma vez que a elite do Partido manda os outros todos obedecem. O elitismo é o desdobramento natural. Pois a ideia de uma visão de mundo natural na qual os mais fortes, mais aptos, mais vigorosos comanda tudo em nome da vontade nacional. e não admite-se contestação.e o Estado devem zelar por todos, e, em tese, pois na pratica nos regimes fascista não se agiam assim. Defendiam p corporativismo.
i) E por fim um novo homem, moldado segundo a ótica do partido. Que deve ser viril, insensível, porta-voz da vontade nacional, etnicamente puro, corajoso, disciplinado, solidários com aqueles que defendem a mesma teoria, e capaz de executar qualquer ordem emanada de seus superiores sem discutir.
Portanto no passado o fascismo durante o século XX, no período entre guerras fascinou muita gente e ainda hoje tem grupos principalmente de jovens que se encanta com isto. Porém advertimos que este pensar nunca deixou de existir, é um pensamento que ameaça a resolver os conflitos entre todas as sociedades, mas é pura ilusão.
Quando procuramos ver o que escreveram vários historiadores e seres das ciências sociais, veremos que o historiador Alcir Lenharo expressa"Para uma abordagem histórica do fenômeno fascista/nazista faz-se primordial desvendá-lo não como uma obra de meia dúzia de endemoniados: é preciso alcançar a dimensão social de uma experiência originária de sérios embates, fruto da crise do sistema capitalista. Nessa trilha é preciso acompanhar a dimensão específica que o fenómeno alcançou na Alemanha na Itália," onde a crise explodiu, ativou e tornou mais agudos os problemas que já vinham muito antes onde foi notado o nacionalismo e o racismo exagerado.
E o que vimos nas manifestações do Brasil de 2016,principalmente no impeachmente de Dilma Rousseff pareceu festa de seleção de futebol era um nacionalismo exagerado sim. Para entender Lenharo vamos procurar outros componentes sem esquecer que há uma interpretação entre as esferas econômicas, políticas, culturais, ideológicas.
Essa ideologia vimos muito por filmes exibidos por aqui. Lá usou-se segundo os livros, revistas, empolgantes desfiles, discursos hinos, rádio tudo era utilizado para manter a ideia do mito ou Líder da Nação. E para atingir todos inclusive os trabalhadores, usaram o nome de Nacional socialista de trabalhadores.
Porém entre nós ao ler Leandro Konder, ele vai mostrar que essa ideia do nacional(exacerbado ou exagerado) é estranho, quando pensamos na visão do socialismo científico de Karl Marx, que é incompatível com o nazismo, e com os interesses da classe burguesa. Mas a direita que permitiu isto na Itália não estava preocupada com isto. Ela estava sim preocupado com a proletarização que havia ocorrido na Rússia quando da Revolução Proletária de 1917, que possibilitou a Rússia sair da primeira Guerra Mundial. Caso esse que levou o mundo a criar a política do cordão sanitário em relação a Rússia, que foi proposto pelas chamadas democracias liberais.
Há um outro elemento como o apoio das massas ao pensar nazi/fascista, e que não pode ser explicado apenas pelo poder da propaganda. mas pelas próprias condições econômicas dessas massas. E o psicanalísta alemão Wilhelm Reich, opós as interpretações puramente economicistas, chamando a atenção para os aspectos sócio-culturais que muitas vezes os marxistas deixavam de lado quando dispunham a analisar a difusão do fascismo. Reich fez observações interessantes, como por exemplo as tradições educacionais fortemente repressiva da sociedade burguesa e sobre o papel que essa educação desempenhava na formação dos indivíduos dóceis, recalcados, sem espírito crítico, fáceis de recrutar, para as fileiras das organizações fascistas, onde haviam chances compensadoras de identificarem com a personagem enérgica do chefe.
E na mesma linha lemos que Alcir Lenharo, afirma que a família pequeno burguesa é o xis da questão para Reich ele opera com a energia sexual dos fllhos para lhe impor as normas sociais e canalizá-la para os ramos da manutenção do status - quo. Cultiva a honra, o dever, a docilidade não crítica, a subserviência à autoridade. O pai introduz na família a posição que assume em relação a seu superior hierárquico na sociedade, as mesma subserviências adotadas de fortes cargas afetivas. O problema maior para Reich é que a família pequeno burguesa era copiada pelas famílias proletárias. E isto não é diferente hoje pois as novelas da televisão tem um grande componente nesta divulgação de família pequena burguesa. E entra nas casas dos trabalhadores e até de assentados.
Hoje devemos ter esse olhar antropológico as famílias e trabalhar as formações dos jovens, procurar complementar a sua educação com uma práxis libertádora, educacional e culturalmente, que permitam-os entender todos os discursos, mitos, místicas e míticos usados por candidatos, assim como as bíblias no programa eleitoral, não se deixem enganar estamos numa sociedade pluralista e diversidades, em que todos merecem respeitos, de gêneros, de raça, de liberdades religiosas, de opiniões políticas, filosóficas de acordo com os preceitos democráticos alicerçados nos valores da Declaração Universal dos Direitos Humanos proclamados pela Organização das Nações Unidas e pela nossa Constituição conforme Artigo 5 dos Direitos Individuais e coletivos dos indivíduos na auto-determinação dos povos, e no internacionalismo, na fraternidade, na solidariedade e na busca do ao poder popular rumo ao socialismo e no futuro Comunista.
Manoel Messias Pereira
professor, poeta e cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil
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