Poesia - A alma Conjuntural - Manoel Messias Pereira




A alma Conjuntural


Sim  2018 está um ano difícil 
em relação a construção de um sonho intelectual, 
de uma melhoria das leituras, 
de lançamentos que vá além das engenharias das cidades,
 ou seja, que extraíssem a alma das cidades
 como poemas, cronicas e contos,
 que trouxessem personagens populares,
 que conseguissem falar da beleza de uma flor
 mas entranhas e entre as construções dos ambientes,
 que elaborassem um sonho
 dos vários grupos de poetas e escritores do Brasil,
 com todas as suas dificuldades e sucessos, ou seja,
 que expressassem as contradições do viver... 
que tivesse fala das mulheres trans, os gritos dos gays
o riso das mulheres, os choros das crianças
a tristeza dos indígenas, pelos desrespeitos
com suas artes e o roubo de suas terras
o samba dos morros nas alegorias das avenidas
a tristeza do idoso que segue com um xadrez
na praça na esperança de que alguém tenha
o calor, o amor e a ternura de uma partida
A literatura tem esse poder de imitar a vida e dizer verdades,
 o que às vezes faltam nàs reportagens ou notícias... 
Sinceramente, se  falta isto; 
e isto é a alma desta nossa realidade chamada literatura.
E não cabe aqui, choros, sentimentos outros
ou desespero.



Manoel Messias Pereira

professor, poeta, cronista

Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil





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