Artigo - A diversidade no olhar jornalístico - Manoel Messias Pereira


A diversidade no olhar jornalístico

Quando fiz o curso São Paulo educando pela diferença para a Igualdade, recordo que o secretaria da educação no Estado de São Paulo era o Sr. Gabriel Chalita e que ele abre o caderno deste curso dizendo para olhar ao redor  e observar a riqueza da pluralidade  cultural em que vivemos e que junto desta diversidade temos um grande desafio que é a noção da igualdade para toda a sociedade.

Essa tarefa faz-nos professores ter de princípio um exercício que é o de pensar. De refletir sobre a realidade de manter os olhos atentos aos escritos jornalísticos, e assim resolvi prestar mais atenção no que está escrito pelos jornais de meu país. E assim de princípio de parei com o texto publicado na Folha de São Paulo em 12/04/1992, de Natan Glazer, membro de um  Comitê nomeado pelo comissário de educação do Estado de NovaYork, Thomas Sobol para fazer uma revisão dos currículos de estudos sociais nas escolas de primeiro e segundo grau. era um Comitê composto por professores e acadêmicos que produziram um relatório intitulado "One Nation, Many Peoples: A declaration of cultural Interdependence" E neste texto dizia que o multiculturalismo  pode significar muitas coisas, e ninguém se opõe ao currículo que confira peso apropriado ao papel dos índios, dos negros, dos asiáticos, da emigração européia e dos grupos étnicos da história americana. Mas a palavra multiculturalismo dá margem e interpretação enganosa. Ela sugere um desejo ou necessidade dos estudantes terem algo no currículo que esteja relacionada com a sua própria característica étnica.

Do mesmo jornal, ou seja a Folha de São Paulo, vejo um matéria de 23/novembro de 2008, em que consta o Racismo confrontado, em que há uma mostragem de que o racismo perdeu força no país. E que uma fatia menor de pessoa hoje declara o seu preconceito contra negros e que mais brasileiros se assumem pretos e pardos, portanto num texto de Antonio Góis da sucursal  do Rio, "A imagem do branco ou de um país de brancos já não se sustenta mais nas estatísticas e que já são 37% dos auto declarados pardos, outro dado revelador é que de 1995 até 2008, houve uma queda no racismo e concordância com frases discriminatória, o que na reportagem traz a opinião de Manolo Florentino um historiador da UFRJ que afirma que o que  cresceu foi o pudor. Que contribuiu em alguma medida, a disseminação da praga politicamente correta.E concluí que o nosso racismo é envergonhado, que afora casos patológicos o brasileiro só expressa o seu racismo através de carta anônima. Já o sociólogo Marco Chor Maio da Fiocruz disse que o fato do brasileiro só admitir o racismo nos outros, pode ser visto como uma hipocrisia, mas para ele é um valor as pessoas tem vergonha de serem racistas. Criam um constrangimento. Num outro momento a Folha de São Paulo faz um retrato da Elite que são os poucos negros ricos, e nisto a cor da pele não é obstáculos, já outros dizem que o racismo apenas ficou mais velado em anos recente.

Já na questão da desigualdade observo o mesmo jornal do dia 29 de setembro de 2017, quando um artigo de DR. Nelson Barbosa, professor da escola de economia de São Paulo (FGV), que escreve o seu artigo fazendo uma indagação que "cada país tem a desigualdade que escolhe?", e nisto ele afirma que a "Desigualdade voltou a ganhar destaque a partir de dados que indicam que uma instabilidade da concentração de renda dos mais ricos desde 2006. E que a queda da desigualdade registrada pelo IBGE é mais foca na renda do trabalho em que se verifica uma melhora até 2011 e que quando incluem dados tributários na análise, o resultado é um aumento  da parcela de renda dos mais pobres, mas com estabilidade dos mais ricos. Em outras palavras a classe média perdeu participação no total de renda e isso ajuda a entender parte do conflito político recente. E afirma que em texto de Gabriel Palma da Universidade de Cambridge aponta que a desigualdade é uma escolha política.

Já no mesmo jornal do dia 30 de setembro de 2017, num texto de Oscar Vilhena Vieira, o título de seu artigo é "A Naturalização de desigualdade" e afirma que a desigualdade não é um acidente na história  de uma sociedade, mas fruto de deliberadas escolhas políticas e institucionais que favorecem a concentração de renda, bens e benefícios públicos e mostra que a situação no rio de janeiro e tal qual outra região do país, profunda e persistente. Apesar dos esforços de distribuição de riquezas, conforme estabelece a Constituição de 1988 com acesso a saúde, educação, saneamento básico, o Brasil se tornou mais justo nas últimas décadas, isto fundamentado no relatório da Oxfam, na qual os 5% mais ricos detém 95% da renda nacional. as 6 maiores fortunas concentram o mesmo que os 50% da população. E nisto ele mostra que há um equívoco da estratégia social democrata adotada em 1988, e vê que o padrão de desigualdade corrói o tecido social. e crê que a saída depende da construção de um novo projeto de nação, onde tudo o que é dado com uma mão não seja retirada com outra. com a busco do arbitramento do conflito e vê que a sociedade mudou e que não tolera mais as atuais violências, corrupções e ineficiência sem reagir.

E em tendências e debates do dia 15 de setembro de 2017 outro fato chama-nos a atenção. Os dois textos debates parte da seguinte pergunta, A desigualdade de renda caiu no Brasil desde a década passada? O que o professor Marcio Pochmann do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de estudos Sindicais e de Economia do Trabalho disse Sim, para ele houve uma redução da pobreza e da desigualdade e que os anos dourados foram interrompidos pelo curso da recessão econômica  e ficam para a história diante das medidas anti-sociais adotadas. ele para tanto faz uma alegação de que os países desenvolvidos elevaram a pobreza em quase 6% e que o Brasil saiu do mapa da fome com 82% da população subalimentada segundo os dados da FAO/ONU.E a ascensão do novo governo "TEMER", há a retomada da exclusão dos pobres do orçamento público não apenas consolida a regressão dos indicadores socieconômicos até então alcançados e encerra o seu artigo mostrando dados de Thomas Piketty de que o Brasil pode avançar, para além dos gastos públicos, na progressividade do sistema tributário, porém avisa que isto não faz parte da atual ponte para o futuro. E no contraponto do texto de Pochmann, temos Dr. Pedro Ferreira de souza doutor em Sociologia e pesquisador do IPEA, na área de desigualdade e pobreza. para Souza a desigualdade de renda não caiu, e afirma que o Brasil é muito diferente daquele de uma ou duas décadas atrás. E que a pobreza despencou, e o acesso de bens e consumo e serviços públicos se tornou menos desigual em relação a renda, mudou menos do que pensávamos. E que os melhores dados disponíveis hoje mostram que a no máximo a pobreza caiu timidamente.Pra ele  a distribuição de renda  sempre foi analisada com base em pesquisa domiciliares e nisto a uma deficiência os mais ricos recusam a participar e aqueles que participam tem maiores propensão a não responder ás questões  sobre rendimentos e chegam no final de sua tese dizendo que nós ainda estamos no rol dos países mais desiguais do mundo.

E pra completar o meu olhar sobre o mesmo jornal do dia 24 de setembro de 2017, vejo a pauta de viés conservador, ou seja se vivemos a desgraça para pobres conservamos isto, e neste item nenhuma terra indígena foi homologada por Temer, sancionou a lei de grilagem de terra e retirou as exigências ambiental com a ideia de desgraçar o meio ambiente e produzir o câncer em larga escala além de matar indígena, libera área protegida ao meio ambiente para exploração mineral e vão jogar mercúrio na água e estabelecer a violência, elaborou medidas provisórias para alterar a legislação para o uso do agrotóxico, governo preparou a bancada ruralista, reduziu a alíquota das dívidas dos ruralistas do Funrural e permitiu o parcelamento em 180 dias, para beneficiar fazendeiros, enviou para o congresso medidas para reduzir a proteção na Amazônia. Enfraquecem proteção a floresta Jamanxin, paralisou todas as demarcações de territórios de quilombolas, reduziu a maioridade penal, aumentou a validade de licença de arma de fogo. E essas medidas não ajuda em nada a chamada desigualdade apenas aprofunda-as. O que o irlandês Marc Morgan que as medidas de Temer tem uma intenção afetar os mais pobre. e temer privilegia os conservadores e empresariados.

Diante deste olhar em que o curso feito sugere observar a pluralidade e a diversidade, chego a seguinte conclusão o mundo é sim das lutas de classe aprofundadas e agravadas no contexto do sistema capitalista, em que os mais necessitados serão prontamente prejudicados, solicitados a apertar os cintos, que negros indígenas e mestiços discriminados, e prontamente postos para serem criminalizados por quaisquer atitudes utilizando um simples argumentos a do preconceito até então cristalizados nos costumes dos brasileiros. E assim a violência é parte integrante deste estado de direito. Um estado que dá o direito de expressar, mas não cumpre o direito de proteger a quem quer que seja. é um estado que não garante nem o bem estar social e nem muito menos o seu estágio físico, que o direito ao trabalho remunerado vai sendo aos poucos caminhando para via de fato de uma neo-escravização e para tanto entendemos a Portaria do trabalho escravo pode sofrer mudanças diz Temer. Pois para ele presidente da república a portaria do Ministério do trabalho estabelecendo diretrizes para a fiscalização poderá ser modificada, assim como pretende acabar com a chamada lista suja dos fazendeiros escravocrata do país. As medidas que Dr. Temer quer segundo a juíza Raquel Dodge, já sinalizou que é um retrocesso. E a Portaria presidencial vai ainda exigir que haja restrição à liberdade de locomoção da vítima. O que sei é que o governo caminha por área engendradas em grandes atoleiros e posturas  insanas. E aqueles que acompanham-o, de forma cega ou apenas pelos dinheiros que compram  consciências lógico  é plenamente melancólicos para todos nós. E nisto olhamos, compreendemos e permanecemos  não grande desafio que é a noção da igualdade para toda a sociedade. Quando todos nós somos diferentes e desejamos à igualdade de oportunidade nesta sociedade. Hoje refutamos essa realidade, de indiferenças das elites  na contradição capitalista. Sem sequer saber não a luz, neste atual quadro político, e sabemos também que as eleições não vai resolver os males existentes neste corpo contaminados que são os poderes plenamente estabelecidos.


Manoel Messias Pereira

professor, poeta e cronista

Membro da Academia de Letras do Brasil-ALB
Membro da Associação Rio-pretense de escritores -ARPE
São José do Rio Preto -SP.




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