Os caminhos entre a esperança e a angustia
Cada ser humano deve procura responder quem é o construtor desta realidade que cada um de nós vivenciamos, na nossa sociedade?
A busca desta resposta por cada um é sempre fundamental pra entendendo
nas nossas relações humanas. Como elas são construídas sob que
aspectos, bases e diretrizes. E compreendendo que todos nós num primeiro
olhar parece que caminhamos para um funil em que não entendemos de
princípio de onde saímos e nem vamos jamais entender qual é fim e onde
chegaremos.
Cada ser humano é como um barco a deriva num mar
imenso de tratados, leis, condicionamentos, desrespeitos, de desespero,
envolvendo a vida e a morte. Penso que neste contexto o seres humanos,
sejam homens, mulheres, de todas as orientações ideológicas, sexuais,
religiosas, estabelecem-se numa dualidade, vivem numa louca aventura
entre a esperança e a angustia.
A esperança de passar por essa
vida, plantando sementes, colhendo frutos, trocando sentimentos,
comercializando ilusões, acreditando em valores recebidos e pagando o
seu tempo com o envelhecimento numa constante mutação. é nesta esperança
que crê na necessidade de viver de buscar uma crença, cultuar um Deus.
Ou cultura sob o limiar da sua existência.
A angustia é de
grandeza igual, a esperança. É procurar caminhar neste funil, querendo
descobrir o destino, mas caminhando sem saber. Pelos caminhos
enfrentando bombas, rajadas de metralhadoras, homem com facões cortando
as cabeças de outras pessoas da mesma espécies mas que ideologicamente
não fala a mesma linguagem, não creem nos mesmos dogmas. E por isto
ilustra a realidade em banhos de sangue aniquilando toda uma cultura ou
civilização. Mas continuam caminhando ou seja construindo outros
caminhos, abrindo novas janelas sem saber onde olhar. E temendo que a
epopeia humana iniciada na África na Tanganica a milhões de anos e pode
sim ter um fim.
O sectarismo, o exclusivismo são horrores que
fabricam o fanatismo, como exemplo do IS como é conhecido o Estado
Islâmico,que faz mal uso da palavra "islã" o Boko Haram, que são grupos
que não aceita que a mulher estude. E ainda estes grupos sequestram
meninas para que elas possam casar com os guerreiros destes grupos. Pelo
menos é isto que apresenta-se na imprensa ocidental.
A
combinação que de fatores para o desenvolvimento da esperança e da
angustia, estabelece-se em alguns patamares interessantes, ou seja na
política, na ciência, e nas Igrejas. Obviamente que cada qual com a sua
especificidade porém cada qual podendo de fato, responder, ao se modo ao
seu bel prazer todas as indagações sociais de maneira satisfatória ou
não. Na política que dispões de políticos, sociólogos, historiadores,
advogados, segundo o pensador e filósofo francês Roger Gaurady,
precisava também de Profetas. O que discordo. E seguindo a linha de
pensamento dele na Ciência em que buscam com sabedorias e reflexões
sobre os objetivos está presa ao cientificismo e ao positivismo. E nisto
ele questiona os tecnocratas científicos.
Nas Igrejas, para ele
há uma mistura de clero e dogma. E ele vê a necessidade da fé como
fermento. Mas pelo que entendi de sues pensamento essa fé transformou no
Ópio. E isto retoma o camarada Karl Marx quando ele chegava a afirmava
que a "Religião é o opio do povo". Mas para Gaurady está faltando
místicas visionárias.
Mas partindo da ideia alicerçada na
história, o que sabe-se é que os homens faz da vida, um conjuntos de
respirações pautadas pelas angustias e esperanças e, para tanto sofrem
semelhantes momentos vazios e convulsões, e sentem-se quase sempre a
beira de um abismo.
Mas recordando ao samba canção do velho
Cartola da Mangueira (Angenor de Oliveira), o abismo causado com seus
próprios pés. Pés que alicerça os seus caminhares. Mas explicado pela
sociologia de princípio usando a Igreja, a Escola e a instituição
Familiar. E assim que os tais políticos no princípio do processo de
industrialização acreditava que poderia conter os cidadãos na sua busca
desenfreadas de direitos, de reivindicações capaz de dinamizar um
acúmulo muito grande de seus sonhos e escancarar a fragilidade da
organização política. Portanto para a política era necessário conter
esse cidadão. Na sua angustia. E neste caso a Igreja foi também
moderadora e usou da ilusão do messianismo, dos milagres, da crença num
outro amanhã, na vinda ou na volta de um Salvador. E também conteve
esses cidadãos. Na escola utilizou-se como aliás utiliza até hoje a
ideologia da elite dominante, pra continuar dominando e manteve-se a
ideia positivista e cientificista numa farsa, hierárquica e cheias de
regras. Colaborando pra suas ações a instituições da Família, que
recebeu informações repressoras, da Igreja e da escola. E reproduziu
algumas etiquetas sociais.
Entendo que as respostas satisfatórias
ou não parte sim de uma Fé. E nesta fé encontra-se a leitura da busca
de uma felicidade. E com isto temos uma única certeza de que há
elementos na vida que o homem precisa fazer. Portanto nada esta pronto e
acabado, ele precisa continuar a transformar em cada segundo, em cada
respiração e mudar a todos instantes, seu olhar e sua concepções
validados por suas reflexões alicerçando seus pensamentos em viver. E
não apenas viver pensando sem viver. Pensar e viver precisa de uma
dinâmica. E a minha discordância com Gaurady em relação aos profetas, é
que na política temos que ater as necessidades reais de uma população
real, e o profeta parece ser aquele que advinha, mas não realiza o
trabalho científico social, em relação aos levantamentos de dados, para
por em prática uma teoria e uma ação. Pois teoria sem ação também como
diria Lênin é perda de tempo.
E é nessa dinâmica que renasce a
esperança dos povos, entendendo povos as massas de trabalhadores. Que
precisa sim aprender a questionar o crescimento econômico, a serviço de
quem é pra quem? E esse questionamento precisa ser para a classe
dirigente política. Para as categorias econômicas. Para quem detém os
meios de produção, incluindo assim os meios de instrumentos bélicos e
todas as ações coordenadas. Uma explosão está a serviço de quem e pra
quem? Qual é componente que há de místico? de fanatismo? de religioso?
de científico? de humanitário? Isto tudo é resposta para as massas
sociais e para a classe trabalhadora? Quando todos tiver essa resposta
de forma satisfatória e num campo humanístico, penso que o povo passará a
ter o controle da situação e ai sim estaremos de fato na busca efetiva
de uma grande revolução popular. E talvez assim numa conjuntura
socialista. Na qual precisaremos estar fazendo uma outra análise. E
continuar a lógica perguntando que é o construtor dessa realidade. E
tendo uma resposta diferente desta que temos hoje.
Manoel Messias Pereira
cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
Membro da Associação Rio -pretense de Escritores - ARPE
São José do Rio Preto -SP.
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