Artigo - os indígenas enfrentam a histórica opressão política no Brasil - Manoel Messias Pereira


Os indígena enfrentam a histórica opressão política no Brasil.

Pensar a vida, pensar o meu país e recordar que aqui é a mãe terra de todos os indígenas. E a mãe da gente acolhe, abriga, nos dá o alicerce para o nosso desenvolvimento. E essa é a lição que aprendi de algumas experiencias como o conhecimento de pessoas que saíram da floresta e vieram par os meios urbanos. Ou então algumas palestras e algumas poucas leituras que tive observando a imprensa escrita que demonstraram uma certa verdade, uma possível ética. Na contradição do sistema político e econômico a que estamos submetidos.

Quando os europeus pintaram por aqui, descobriram que a maior riqueza era o pau-brasil, e que era chamado pelos indígenas tupis gurarany  de ibirapitanga. Muitos instrumentos musicais que eram vendidos na Europa, eram feitos com essa madeira originaria do Brasil. 

Essa terra desde a época do rei de Portugal D. Dinis, era conhecida como Brasil de Portugal, e quando se pesquisa descobrimos que ela foi reconhecida pelo papa Clemente VI no dia 12 de fevereiro de 1343, e a primeira carta náutica que traz os contornos do Brasil é de Angel D'Lorto e é datada de 1325.

O Brasil dos indígenas sempre foi amplamente conhecido, e como Brasil, ou Bracir, Bresil, Ilha dos Carneiros, e assim por diante. Basta observar todos os mapas conhecidos da literatura, como o Globo de Behain, Mapa catalão anônimo, de Médice de Soleri e assim por diante.

Os primeiros livros escolares que conheci dizia que no litoral brasileiro haviam indígenas que flavam o tupi gurarani, e havia até uma musiquinha cantada na escola que  tinha uma letra assim:
"Deus é tupã
a lua é Jaci
a língua que ele falam
é o tupi-guarani"

E ai você descobre mais tarde e isto já na faculdade que havia aproximadamente 180 línguas indígenas e que havia uma reivindicação a partir do estudo de Eliane Potiguara -UFRJ, para que fossem essas línguas reconhecidas como oficial do Brasil. E posso afirmar que isto não está sendo discutido no Congresso Nacional e nem tão pouco na Academia Brasileira de Letras e muito menos nos Ministério da Educação e da Cultura e pelo seguinte motivo, a incapacidade intelectual de todos os brasileiros de confrontar -se coma história com a linguística e com o um projeto desconhecido de cultura.

Entre as pessoa que tive a felicidade de conhecer e que mora no centro urbanos mas são descendentes de indígenas, estão as professoras Niminon Suzel Pinheiro e Andreia Militão, duas grandes personalidades, das ciências humanas. A dona Ninimon é uma das cabeças mais brilhantes que essa cidade já conheceu autora do livro escrito com seu Aristides dos Santos intitulado "Retalho de uma raça". Dona Andreia tem um trabalho reflexivo importante sobre o processo educacional brasileiro., ou melhor sobre o Plan nacional da Educação, que até agora não foi devidamente implementado desrespeitosamente a comunidade educacional. Essas são umas das  melhores pessoas que conheci.

Em relação as palestras que assisti, recordo que de uma palestra com Krin Cayngang, em que ela reclamou dá form preconceituosa em que os professores tratam os indígenas, principalmente falando de determinados eventos em que chamam de programa de índio. Evidente no puro preconceito. Por isso discutimos que o preconceito parece parte deste sistema em que estamos submetidos. E também tive um outra palestra com Airton Krenak, que muito ensinou em relação a tal de mãe terra, que reclamou dos livros didáticos que estão errados quando falam do tupi e sem mencionar a enorme diversidade cultural das nações indígenas.

Outro grande amigo que também convivi, foi o professor Gilmar Kayobá, que mora em Osasco, naquela comunidade indígena, que existe lá. Para mim um irmão, um camarada, hoje professor aposentado, poeta, e artista plastico. Nos encontramos em 2018 no IV Congresso Estadual sobre a questão racial ocorrido em São Paulo no Palácio do Governo, no bairro Morumbi.

Estive em visita a tribo dos indígenas de Braúna, na Escola Maria Rosa, juntamente com o professor Fabio Vilela da Unesp e conhecemos lá uma escola de ensino fundamental básica em que os alunos aprendem a língua portuguesa, guarany, terena e caingang. E assim como a cultura indígena

Entre as noticias que selecionei para esse pensar, que quando trabalhava na cidade de Guapiaçu, estive com os olhos numa pequena matéria jornalística da revista Caderno do terceiro mundo, isto em março de 1992 e nesta oportunidade falava do sofrimento dos ianomâmi, que sofria com as invasões  de grimpeiros em suas terras, além também de enfrentar o problema de saúde, com a malária e indicava que dos 7 sete mil indígenas de Roraima aproximadamente 3,500 indígenas sofriam com a malária. E no ano de 1991 145 indígenas havia falecido com a doença e somente 58 crianças havia nascido.

Outra matéria de abril de 2001, quando a Funai na época quando era presidente, Glênio Alvarez, demitiu  a assessora especial Krin Kaigang, a quem tive o prazer de assisti-la em palestra. Ela que trabalhava na coordenação de defesa dos Direitos e Interesses Indígenas, depois de um seminário em que se discutiu o racismo. Krin esteve na África do Sul, junto com a delegação que esteve discutindo a questão racial, a discriminação o racismo e a intolerância, na cidade de Durban.  E noutra matéria saída desta revista falava da Educação Indígena do vestibular da Universidade Estadual do Mato Grosso (Unemat), de 570 candidatos disputavam o vestibular en entre eles 200 eram indígenas.

A única revista que aborda matéria que fala sobre a vida quotidiana dos índígenas brasileira é a revista Brasil que em matéria de novembro de 2006, trouxe uma reportagem sobre a indígena Maria das Dores de Oliveira conhecida como Maria Pankararu, doutora pela Universidade Federal de Alagoas e o seu doutorado está ligado a causa indígena e salvar a língua dos Ofayé tribo de Brasilandia MS. Mas a luta desta doutora é de todas as nações indígenas. 

Recordo também da matéria de junho de 2016 do programa de rádio na Radio Yandê fundada em 2013 por Anapuaka Muniz Tupinanmbá Hãhã hãe, Renata Tupina,bá e Denilson Baniwa, sendo essa a primeira rádio indígena do Brasil. Essa é uma emissora que tens música nativa, programas informativos e educacionais além poesias e debates e mostra a realidade dos indígenas de todo o Brasil.

Nas últimas eleições o candidato do Psol Guilherme Boulos, trouxe em sua chapa como vice Sonia Guajajara, uma chapa de lideres do MTST e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil -APIB, numa coligação Psol/PCB.

Sempre o Brasil, teve pessoas assassinando indígena, a  grande imprensa sempre  calada consentindo e convivendo com o crime , com a omissa e quase sempre escondendo criminosos. Porém a ideia de milicia contra os povos indígenas é uma coisa que vem ocorrendo pelo menos há vinte anos. Recordo da matéria do Caderno do Terceiro Mundo de agosto de 2000, recordo que o Conselho Indigenista Missionário CIMI, denunciou que os fazendeiros da região de Porto Seguro na Bahia contrataram pistoleiros e capangas para enfrentar os indígenas "Pataxós", que estavam no Corumbazinho próximo do Monte Pascoal. E esse fato chegou ao procurador da República em Ilhéus, Márcio Torres. Na época os pataxós queria retomar os estudos sobre a suas áreas próximo do Monte Pascoal e  enquanto que ao mesmo tempo a prefeitura de Novo Progresso no Pará conseguiu uma liminar com o Ministro  José Gregori que determinava à Funai  a demarcação de terra de 1850.000 hectares para os índio caiapós Ao mesmo tempo que outro despacho do ministro Nelson Jobim tornava sem efeito e determinava a diminuição da área, em 450 mil hectares. e foi expedida pelo Ministro da Justiça José Delgado do Supremo Tribunal de Justiça -STJ. E isto levou ao desesperos os indígenas até na tentativa de sequestrar pecadores.  É assim sendo  a questão estava cheio de vícios e as autoridades sem nenhum compromisso com indígenas ou seja não há  respeito algum.

Por outro lado o atual presidente da Republica  Jair Bolsonaro, parece que não tem nenhum compromisso de paz e tens feito é dar suporte para assassinato de indígena. E a segurança é zero, e a atuação do estado atual é de plena violência em quem precisaria estar protegidos.

 Embora haja a Declaração Universal pelos Povos Indígenas, que deva guardar com fidelidade nas suas tradições seculares, os princípios da liberdade e da dignidade humana. E em nome destes princípios é que reclamam a respeito  da identidade dos povos indígenas.  Uma vez que estão quase todos dizimados por violência maus tratos governamentais , ou seja há uma cultura de opressão sobre todos os povos indígenas. E assim caminham os opressores sendo portadores dos Poderes Constituídos, autores da covardia e dos genocídio praticado sobre todas as nações indígenas. É preciso tempo para uma mudança. Mas em tempo de Covid, a covardia governamental é estruturada em assassinato e devastações, entrada de garimpeiros em terras indígenas. enquanto a  grande imprensa continua calada, consentindo criminosamente. É assim que observamos o dia 19 de abril de 2020 chamado pro aqui o dia dos Índios. Pensar a vida, pensar a mãe terra, aquela que acolhe a todos, que abriga e serve de alicerce para o desenvolvimento.


Manoel Messias Pereira
professor de História, cronista e poeta
Membro da academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP.




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