ONU quer responsabilização por conflito sul -sudanês

Vice-chefe de direitos humanos da ONU quer responsabilização por conflito sul-sudanês

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Andrew Gilmour se disse apreensivo com crimes de guerra e contra a humanidade que teriam envolvido as forças de segurança; reunião de especialistas recomenda criação imediata de mecanismo independente para investigar abusos.
Deslocados pelo conflito no Sudão do Sul. Foto: UNICEF/Ohanesian
Deslocados pelo conflito no Sudão do Sul. Foto: UNICEF/Ohanesian
O secretário-geral assistente das Nações Unidas para os Direitos Humanos apelou nessa  sexta-feira (17) para que sejam responsabilizados os que cometeram atrocidades no Sudão do Sul.
No fim da visita ao país, Andrew Gilmour defendeu que a “guerra é travada contra os homens, mulheres e crianças”. Para o responsável, a única forma de se acabar com os ataques será fazendo com que os seus autores “enfrentem as consequências dos seus atos”.
Gilmour reuniu-se com representantes do governo, da Comissão de Direitos Humanos, de autoridades locais, de líderes religiosos, das Nações Unidas e de parceiros humanitários, além de vítimas e da sociedade civil.
A preocupação do representante da ONU é com elementos das forças governamentais do grupo SPLA “que tenham-se envolvido em crimes de guerra e contra a humanidade”.
Gilmour elogiou a formação em direitos humanos orientada pela ONU para o exército e a nomeação de pontos focais sobre violência sexual relacionada a conflitos.
Mecanismo independente
O fim da visita coincidiu com o fecho de uma reunião de peritos que pediram um mecanismo independente internacional para a investigação de violações no Sudão do Sul antes da formação de um tribunal híbrido com a União Africana.
Na Etiópia, a Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas no Sudão do Sul emitiu uma nota para encerrar um seminário de justiça de transição no mais novo país do mundo.
A chefe do grupo, Yasmin Sooka, disse que vai apresentar um informe ao Conselho de Direitos Humanos em março e pedir recursos para a recolha de provas no terreno com foco principal “nos mais recentes crimes graves”.
O outro membro da comissão, Ken Scott, considera imperioso que a recolha das provas de violações cruciais comece imediatamente porque se perdem todos os dias.
O especialista declarou que ocorre “a morte ou desaparecimento de testemunhas, memórias que se apagam e provas físicas que se degradam”. Para o perito, “a situação exige o início imediato das investigações para que o tribunal híbrido tenha casos para ouvir”.
(Com informações da ONU News)

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